À MULHER DE CÉSAR NÃO BASTA SER SÉRIA…
O Bastonário da Ordem dos Advogados tem comprado lenha para atear a fogueira onde arderá, ao exigir que os licenciados em Direito não exerçam a sua profissão quando estão ao mesmo tempo a desenvolver actividades políticas na Assembleia da República, e eu acrescentaria também em órgãos autárquicos.
A menos que, acrescentaria eu entreguem nos locais onde desempenham essas funções políticas, uma lista actualizada ao dia da sua carteira de clientes, para poderem ser devidamente fiscalizados em relação à teia de interesses de que terão de abdicar quando desempenham funções de serviço público.
Tal como as teias de corrupção podem atingir os Deputados na AR, também podem atingir ao Vereadores e os Deputados Municipais. Nem sequer quero imaginar o que seria colocado em dúvida, sempre que um advogado está ao serviço de órgãos políticos nacionais, regionais ou locais, se se conhecessem as suas carteiras de clientes nesses períodos de tempo.
Não será por acaso por certo que tantos causídicos estão no exercício de actividades políticas. Quando se fala de corrupção e das preocupações dos senhores da troika com esse fenómeno no nosso país, seria fácil ao Governo que fez deste assunto o “diz-se que diz-se” mais abjecto em relação ao governo anterior, promover uma regra de ouro em relação aoos seus colaboradores: Os licenciados em Direito para poderem exercer funções políticas, deverão suspender a sua carteira profissional pelo período de tempo em que essas funções ocorrerem e, os que tiverem sociedades estabelecidas, não só ficarão interditos dessas actividades, como também as sociedades a que pertencem não poderão assinar contractos ou representar quaisquer órgãos do estado.
Eu pagaria para ver os políticos deste país a correrem que nem uns desalmados do desempenho de serviços públicos. E aí eu começaria a acreditar.
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