Ao longo destes quase 70 anos de vida vivida e sobre rendas de bilros, julgo que já vi tudo o que há para ver. Desde a 1ª metade do século XX em que alguns dos nossos comerciantes locais, cediam materiais para a confecção das rendas a troco das próprias rendas executadas, ou de bens alimentares que o rol ía acumulando, até à aplicação de pequenas peças de rendas em obras de joalharia em período de vacas magras neste 1º quartel do séc. XXI.
Vi cursos de Formação em que os grandes benificiários foram os formadores, pois não se conhece o ressurgimento de número razoável de executantes em relação aos valores investidos pela Comunidade Europeia.
Vi milhares de euros e escudos investidos em alugueres de espaços e em prémios para actividades folclóricas que só serviram de brilho para cartazes eleitorais.
Finalmente surge agora uma iniciativa em Peniche que me parece diferente de tudo o que até agora foi surgindo em Peniche. Na Rua 1º de Dezembro num pequenino espaço, uma jovem lança uma ideia que me parece ser inovadora e criativa num tempo tão difícil como o que vivemos. Umas quantas almofadas, uma proposta de aprendizagem para quem o deseje, propostas para execução de “piques”, “cartões” e “desenhos”.
Trata-se de uma pequeno “negócio” de artesanato local sem apoios camarários, sem rendas de casa com subsídios estatais, a que desejamos os maiores êxitos.
É a antítese do que até agora tem surgido em Peniche. Com bravura, vontade de trabalhar e muito mas mesmo muito empreendorismo. Para os que vivem presa da subsidiodependência, para os que há muito se têm mostrado na “fotografia” à custa do erário público, trata-se de uma lição que merece ser respeitada.
Honra e mérito a quem o merece.
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