terça-feira, outubro 31, 2017


COISAS QUE RETENHO NA POLÍTICA LOCAL

Explicar aos eleitores preto no branco os erros cometidos pelo PCP nas suas candidaturas no Concelho de Peniche. O que falhou, porque falhou e a quem atribuir a responsabilidade desses erros. É fácil dizer que terá acontecido uma hipotética “traição” de um dos considerados seus indefectíveis. Seria assim se não tivessem sido alertados em tempo oportuno para os seus erros de casting. E depois existe aquela característica que está a condenar mais e mais o PCP que é a de que toda a gente está errada, os únicos que têm razão são a meia dúzia deles que afastados da realidade consideram que só eles determinam o futuro. O dono do PCP veio a dizer isto mesmo ao afirmar que os cidadãos que trocaram o PCP por outra realidade irão ver muito depois que fizeram mal. Nunca foi o PCP que apostou no cavalo (burro) errado. Os culpados são sempre os outros. E o mau feitio demonstrado na derrota eleitoral dá para perceber que o PCP já não controla nada. Limita-se a sobreviver. De vez em quando ganha. Mas também aqui importa reflectir o que essas vitórias trouxeram de novo aos mais pobres de entre os pobres. À classe trabalhadora. Isto para utilizar uma linguagem que é muito cara ao PCP. Resta fazer uma última e inevitável pergunta. E os responsáveis por este desastre eleitoral do PCP vão continuar impunes?

E o que se passa numa conjuntura tão favorável como esta ao PS de Peniche? Como passa em 17 anos o partido socialista de principal força política no concelho de Peniche a última de entre as últimas? Quem foi o responsável disto e em nome de quê? Porquê esta humilhação? E mesmo a eleição em sede de Assembleia Municipal da sua presidência limitou-se a ser um acto táctico e para evitar que o PSD a obtivesse. Também com o PS não se sabe, nem consta que exista ou venha a existir uma análise sistémica ao que se passou com este partido a nível local. Parece esgorado de ideias e de capacidade de resposta. Onde outros se renovam (não incluo neste caso o PCP) e se tornam criativos e afectivos para a generalidade das populações, o PS manifesta-se envelhecido e rendido ao peso das ambições individuais. Os mais jovens no PS não conseguem dar a volta. Os que querem a todo o custo fazer parte das listas para as legislativas tentam conseguir lugares que o justifiquem, mesmo que isso não represente dividendos para o Partido a nível local, regional ou nacional. Que o partido fique reduzido a cinzas a nível local, isso pouco importa. Quem adere a estes farrapos políticos fá-lo por comodismo ou por descargo de consciência. Em tempos de nada resta o que já é só uma miragem. Não sou dos que pensam que o PS é vítima de ambições sociais. Essas já têm o espaço ocupado pelos “cristãos-novos”. Em minha opinião o PS é vítima de si próprio e de um crescimento insustentável. E não há o rolar de cabeças habitual nestas situações?

Sem comentários: