COISAS QUE RETENHO NA POLÍTICA LOCAL
Explicar aos eleitores preto no branco os erros
cometidos pelo PCP nas suas candidaturas no Concelho de Peniche. O que falhou,
porque falhou e a quem atribuir a responsabilidade desses erros. É fácil dizer
que terá acontecido uma hipotética “traição” de um dos considerados seus
indefectíveis. Seria assim se não tivessem sido alertados em tempo oportuno
para os seus erros de casting. E depois existe aquela característica que está a
condenar mais e mais o PCP que é a de que toda a gente está errada, os únicos
que têm razão são a meia dúzia deles que afastados da realidade consideram que
só eles determinam o futuro. O dono do PCP veio a dizer isto mesmo ao afirmar
que os cidadãos que trocaram o PCP por outra realidade irão ver muito depois
que fizeram mal. Nunca foi o PCP que apostou no cavalo (burro) errado. Os
culpados são sempre os outros. E o mau feitio demonstrado na derrota eleitoral
dá para perceber que o PCP já não controla nada. Limita-se a sobreviver. De vez
em quando ganha. Mas também aqui importa reflectir o que essas vitórias
trouxeram de novo aos mais pobres de entre os pobres. À classe trabalhadora.
Isto para utilizar uma linguagem que é muito cara ao PCP. Resta fazer uma
última e inevitável pergunta. E os responsáveis por este desastre eleitoral do
PCP vão continuar impunes?
E o que se passa numa conjuntura tão favorável como
esta ao PS de Peniche? Como passa em 17 anos o partido socialista de principal
força política no concelho de Peniche a última de entre as últimas? Quem foi o
responsável disto e em nome de quê? Porquê esta humilhação? E mesmo a eleição
em sede de Assembleia Municipal da sua presidência limitou-se a ser um acto
táctico e para evitar que o PSD a obtivesse. Também com o PS não se sabe, nem
consta que exista ou venha a existir uma análise sistémica ao que se passou com
este partido a nível local. Parece esgorado de ideias e de capacidade de
resposta. Onde outros se renovam (não incluo neste caso o PCP) e se tornam
criativos e afectivos para a generalidade das populações, o PS manifesta-se
envelhecido e rendido ao peso das ambições individuais. Os mais jovens no PS
não conseguem dar a volta. Os que querem a todo o custo fazer parte das listas
para as legislativas tentam conseguir lugares que o justifiquem, mesmo que isso
não represente dividendos para o Partido a nível local, regional ou nacional.
Que o partido fique reduzido a cinzas a nível local, isso pouco importa. Quem
adere a estes farrapos políticos fá-lo por comodismo ou por descargo de
consciência. Em tempos de nada resta o que já é só uma miragem. Não sou dos que
pensam que o PS é vítima de ambições sociais. Essas já têm o espaço ocupado
pelos “cristãos-novos”. Em minha opinião o PS é vítima de si próprio e de um
crescimento insustentável. E não há o rolar de cabeças habitual nestas
situações?
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