sexta-feira, outubro 06, 2017


PENICHE – AUTÁRQUICAS 2017

OS DERROTADOS…

O PCP era a queda anunciada há muito. Aliás deste partido e da situação a que chegou no nosso concelho, já falámos sobejamente quando nos referimos a quem saiu vencedor. Por isso seremos um pouco soft para não dizerem que insistimos em bater no "ceguinho". Alguns podem enganar muitos durante algum tempo. Mas não sempre. O PCP endeusou esta solução e quedou-se nela. Mas os eleitores já não são marionetas comandáveis à distância, têm opinião própria e querem expressá-la. Quem não se adaptar a esta nova realidade está condenado ao fracasso. Um filme ajuda a compreender tudo melhor:


Mas chega de falar do PCP que consegue levar Peniche aos jornais e TVs e desta vez sem ser pelas melhores razões para si. Certificado este óbito passemos ao seguinte.

Em minha opinião, pior derrota nas autárquicas de Peniche que a do defunto anterior, é a do PS. Neste caso foi um autêntico massacre. Num momento em que a nível nacional tudo se conjugou para ajudar o Partido Socialista. Num tempo em que finalmente no Distrito de Leiria (8-PSD;7-PS) as Câmaras se repartem entre o PSD e o PS, Peniche torna-se a ovelha negra deste último partido. Quando nem o PSD se tem de envergonhar com os resultados obtidos (faltou um bocadinho assim…), o PS comportou-se no mínimo de forma inglória e como nos seus piores momentos. Vejamos:

Desde o inicio dos anos 2000 que o Partido Socialista tem vindo em queda e a passar de vencedor das eleições para a actual situação de 1 único mandato. Baixa de 4500 eleitores para cerca de 2300 votos numa situação altamente favorável como aquela que o PS vive agora a nível nacional. 

Este período de vida (ou de morte lenta do PS local) tem de corresponder a alguma doença de estratégia local, sem que a nível regional ou nacional alguém o tente compreender e questione quem de direito. Se é um facto que os órgãos nacionais e regionais não devem interferir na vida das concelhias, também é verdade que a erosão local pode transformar-se num vírus mortal que afecte o todo nacional. E no entanto tudo fica como dantes. O PS em Peniche sofre da doença do envelhecimento, sem que se vislumbre qualquer forma de sair do marasmo em que caiu. É olhar para a juventude que deu a cara quer pelo PSD, quer pelas listas da ÁRVORE em todo o Concelho e ver as fórmulas encontradas pelo PS para se lhes opor.

O PS local deixou de ser apelativo. Não se trata das coisas pelo nome. Entro no discurso da macro-economia e da globalização esquecendo-se que em Peniche somos ilhéus.

Mais que o PCP me parece que no Concelho de Peniche, a continuar assim o PS não terá futuro.

…E OS QUE NÃO EXISTEM

Refiro-me como é óbvio aos brancos, nulos, abstenções, CDS-PP e um outro movimento independente que se manifestou como irrelevante Vejamos o comportamento deste grupo em 2013 e em 2017:

2013

Abstenções                                       14 410

Brancos                                                 525   

Nulos                                                    295

CDS                                                      229

Total                                                15 459 – 60,90%

2017

Abstenções                                       12 198

Brancos                                                283

Nulos                                                   203

CDS                                                     135

Nau dos Corvos                                     157

Total                                                12 976 – 51,95%

Estes valores referem-se às eleições para a Câmara Municipal. Ressalta desde logo que o número de votos que não determinam qualquer eleito baixou de forma abissal de 2013 para 2017. 9 pontos percentuais de diferença é animador.

O CDS desapareceu do mapa político em Peniche. Outros grupos independentes têm enorme dificuldade em implantar-se. Brancos e nulos baixam praticamente para metade, enquanto o número de abstencionistas desce substantivamente.

Significam estes valores que estas eleições particularmente foram mais apelativas para os cidadãos. Que se mostram mais esclarecidos, dando sinais disso quer no seu desagrado, quer na sua adesão num determinado sentido de voto.

Estas eleições mostraram claramente que a população do Concelho vota muito maioritariamente à esquerda. A direita aglutinando-se em torno do PSD está claramente em minoria.

Peniche demonstra pois claramente o que quer. Conformem-se aqueles a quem isto não agrada e tenham em atenção este factor quando e se decidirem a enveredar por uma oposição de terra queimada. .                                                                

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