segunda-feira, outubro 16, 2017


(requiescat in pace)

Obrigado por me terem dado razão. Tal como hoje alguns teimam em ver virtudes no que foi um momento de diabolização da vida política portuguesa, hoje alguns (com mau perder e maus fígados) entendem que os últimos 12 anos serviram para alguma coisa no Concelho de Peniche. Poderíamos perguntar o quê sem que nos dessem grandes respostas. Mais que a troika e o Governo Central, mais que a miséria que se abateu sobre tantos lares, mais que o ódio que se instalou entre os portugueses, mais que esta eterna lama portuguesa de tudo criticar aos ofendidos e humilhados e perdoar aos senhores do poder, o que nunca nos responderam foi porque teríamos de ser toxicodependentes de partidos e de políticos. Ninguém é senhor absoluto do que a todos pertence.

É verdade que teremos toda a vida de reconhecer o mérito de quantos lutaram por um país em que fossemos livres de escolher o que queremos. Mas esse é um legado que não dá a ninguém o direito de pensar que continuamos a ser homens/objecto. E que só tem razão quem faz parte do grupo dos que se arvoram senhores da liberdade.

Podem recorrer ao que de pior existe na alma humana e através de meios mais ou menos sofisticados (redes sociais) criar falsas notícias e torpes infâmias. Isso tem o impacto do raio de luz que fere os olhos mas não deixa imagens perenes. E o futuro é de quem acredita no fundo de si mesmo no ser humano como capaz de se reinventar.

Ninguém é dono da liberdade de ninguém e a luta de uns quantos não concede privilégios a outros. É pelo trabalho e pela defesa visível de valores, é pela capacidade de ser solidário com os mais pobres de entre os pobres que se constroem vitórias futuras. Quem não perceber isto engana uns quantos durante algum tempo, mas não engana todos durante todo o tempo.    

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