SANGUE, MUITO SANGUE!
Jornais e
jornalistas têm orgasmos sucessivos com notícias de mortes, demissões nos
governos, erros dos ministros, corrupção que atinge os que se tornaram visíveis.
As televisões parecem praticar a masturbação por notícias infames e nojentas.
Com mortes à mistura. Com fogos. Com acidentes. E não, não é só o “Correio da Manhã”
no seu melhor. São os telejornais, é o “Expresso” ao fim de semana. São as
revistas de fofocas. E agora quando se tem que chupar o sangue fresco da
manada, existem as redes sociais no dia para os jornais online.
Com quem é
que o “meu povo” aprendeu a ser sanguinário? Com quem é que “o meu povo”
aprendeu as diatribes e as ordinarices que se leem nas redes sociais?
Eu por mim,
nesta recta final da minha vida prefiro usar o comando e afastar de mim os
demónios que tentam invadir a minha casa. Não se ouvem telejornais à hora das
refeições. Jornais é o “Diário de Notícias” que me parece ser o mais comedido,
informativo e formativo na sua diversidade, de entre todos os jornais
generalistas.
Esta
cultura de ser necessário sangue para noticiar, na perspectivas de que quem
mais sangue fizer mais vende, tornou-se já uma escola para quem pretende abraçar
a comunicação social como profissão. E é ver os atropelos dos estagiários, sem
quaisquer cuidados a atropelarem os acontecimentos e as pessoas a eles afectas sem
cuidar da verdade dos factos. É exemplar o caso de uma jornalista com muitos
anos de profissão a noticiar com um cadáver junto a si. A mesma jornalista que
quando a tragédia a atingiu exigiu respeito por si própria.
Já não são
os programas da Teresa que são obscenos. São os programas de entretenimento que
se tornaram porcos e desinformativos. E é ver o ódio que se espelha nos
programas sobre futebol. Uma actividade que começou por ser uma forma cultural
de manter a sanidade física e mental, por culpa dos seus dirigentes e
assessores passou a ser uma fábrica de ódio e de maldade. Como se não tivéssemos
já suficiente mal em tudo o resto. Provocar o ódio, fomentar a violência,
ensinar o gosto pelas práticas vampirescas, distribuir a mentira e o horror
pelos leitores e telespectadores, tornou-se a prática corrente, por se
acreditar que é isso que vende.
Então a
porcaria de que estou a falar tem origem na economia do mercado e no
deve/haver? Não. Perentoriamente não. Tem origem e alimenta-se da falta de
formação cívica e da ausência de valores que grassam pela indústria dos média.
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