COMO SE TRABALHA NUMA EMPRESA EM ÉPOCA DE CRISE
Um dia um neo-capitalista observando o trabalho do seu colaborador, achou que podia ser melhor aproveitado.
Sugeriu-lhe então o seguinte:
- Ó amigo, já que você tem 2 mãos, com uma mão cava e com a outra vai regando. Olhe e já agora começa a vir das 7:00 às 18:00 horas.
No outro dia, o patrão olhou outra vez para o seu colaborador e achou-o ainda pouco produtivo.
Então sugeriu-lhe:
- Já que você além das mãos tem também uma boca, podia enchê-la de sementes e enquanto com uma mão cava e com a outra rega e vai cuspindo as sementes. Já agora começa a trabalhar às 6.00 e termina às 19:00 horas.
Noutro dia o terrorista do patrão começou a pensar que o seu colaborador deveria trabalhar enquanto houvesse luz de dia. Portanto sugeriu-lhe que o seu trabalho passasse a ser das 5:00 até às 22:00 horas. E assim foi.
Um dia quando o pobre trabalhador voltava a casa do trabalho, deparou com a sua mulher com outro homem na cama.
O homem, chorou, chorou, chorou vezes sem conta até que a mulher e o amante, desesperados com aquela situação, tentaram consolá-lo, perguntando-lhe porque chorava ele assim tanto. Ao que ele respondeu:
- Se o meu patrão descobre que eu tenho 2 cornos, coloca-me lá umas lanternas e põe-me a trabalhar à noite.
"Conversar em Peniche" não é necessariamente conversar sobre Peniche. Também mas não só. Algumas vezes assumirá um papel de raiva. Ou de guerra. Será provocador qb. Comprometido. Não será isento nem de erros nem de verdades (os meus, e as minhas). O resto se verá...
sábado, julho 09, 2011
sexta-feira, julho 08, 2011
UMA SEMANA E PERAS
A semana que está prestes a findar, foi plena de tudo o que não queríamos. Uma voz perturbadora que se cala. Um rol de sacrifícios que parece ter pouca importância. Mais um vizinho dos meus tempos de menino que desaparece para sempre (o Olímpio caiador). E uma visão que me perturba de um Portugal que cada vez mais não entendo. Refiro-me ao que se passa no mundo virtual do futebolês. Fala-se em crise. Sporting, Benfica e em certa medida o Porto, adquirem contentores de jogadores vindos de toda a parte do mundo. E pagam impostos com esses milhões que esbanjam? O Presidente de um desses clubes diz que deve um valor obsceno. Os outros não lhe ficam atrás. E entretanto garante poder gastar milhões em reforços(?) porque a banca garante os valores necessários. Será por esta e por outras que fomos atirados para a categoria de lixo?
Quando os portugueses fazem sacrifícios terríveis para garantir a divida do país, quando ao que dizem os ministros não podem usar carros oficiais fora das horas de serviço, os “pontapolês” passeiam milhões. E nós assistimos a tudo impávidos. É futebol aceita-se. Um técnico de indiscutível valor não pode ganhar mais que o ordenado do Presidente da República, mas um puto que fugiu à escola e que serve de péssimo exemplo para quem se esforça e é bom aluno, pode auferir dezenas de milhar de euros por mês.
Já percebi porque é que somos lixo.
A semana que está prestes a findar, foi plena de tudo o que não queríamos. Uma voz perturbadora que se cala. Um rol de sacrifícios que parece ter pouca importância. Mais um vizinho dos meus tempos de menino que desaparece para sempre (o Olímpio caiador). E uma visão que me perturba de um Portugal que cada vez mais não entendo. Refiro-me ao que se passa no mundo virtual do futebolês. Fala-se em crise. Sporting, Benfica e em certa medida o Porto, adquirem contentores de jogadores vindos de toda a parte do mundo. E pagam impostos com esses milhões que esbanjam? O Presidente de um desses clubes diz que deve um valor obsceno. Os outros não lhe ficam atrás. E entretanto garante poder gastar milhões em reforços(?) porque a banca garante os valores necessários. Será por esta e por outras que fomos atirados para a categoria de lixo?
Quando os portugueses fazem sacrifícios terríveis para garantir a divida do país, quando ao que dizem os ministros não podem usar carros oficiais fora das horas de serviço, os “pontapolês” passeiam milhões. E nós assistimos a tudo impávidos. É futebol aceita-se. Um técnico de indiscutível valor não pode ganhar mais que o ordenado do Presidente da República, mas um puto que fugiu à escola e que serve de péssimo exemplo para quem se esforça e é bom aluno, pode auferir dezenas de milhar de euros por mês.
Já percebi porque é que somos lixo.
quinta-feira, julho 07, 2011
quarta-feira, julho 06, 2011
VAMOS CONTAR MENTIRAS?
O Sócras é o culpado de todos os males de Portugal. Foi o Sócres quem abateu barcos há 30 anos atrás. Nessa altura foi o sacana do Sócras quem mandou parar com a Agricultura e trouxe fome e miséria ao Vale do Ave e a Setúbal. Esse gajo deveria ser julgado por todos os males de que foi culpado e pelos que não foi mas podia ter sido.
Nunca mais vamos lançar impostos sobre os rendimentos das famílias. Nunca mais pécos quatro, nem 5, nem 6.
Os investidores castigam-nos porque odeiam o sócras. Castigam-nos com juros elevados por não acreditarem no governo dos xuxas.
Vamos votar contra estes gajos. Vamos dar a vitória ao “passinhos de coelho” que tem toca em Massamá. Quem mora em Massamá não pode ser má pessoa.
Votámos. Ganhou o jotinha. A que se juntou o vendedor de cobertores e lençóis.
Aprovaram o péc V e para ganharem treino apresentaram logo o péc VI que também aprovaram. Foram-nos ao bolso mais uma vez. E. milagre dos milagres, finalmente SOMOS LIXO.
O Sócras é o culpado de todos os males de Portugal. Foi o Sócres quem abateu barcos há 30 anos atrás. Nessa altura foi o sacana do Sócras quem mandou parar com a Agricultura e trouxe fome e miséria ao Vale do Ave e a Setúbal. Esse gajo deveria ser julgado por todos os males de que foi culpado e pelos que não foi mas podia ter sido.
Nunca mais vamos lançar impostos sobre os rendimentos das famílias. Nunca mais pécos quatro, nem 5, nem 6.
Os investidores castigam-nos porque odeiam o sócras. Castigam-nos com juros elevados por não acreditarem no governo dos xuxas.
Vamos votar contra estes gajos. Vamos dar a vitória ao “passinhos de coelho” que tem toca em Massamá. Quem mora em Massamá não pode ser má pessoa.
Votámos. Ganhou o jotinha. A que se juntou o vendedor de cobertores e lençóis.
Aprovaram o péc V e para ganharem treino apresentaram logo o péc VI que também aprovaram. Foram-nos ao bolso mais uma vez. E. milagre dos milagres, finalmente SOMOS LIXO.
terça-feira, julho 05, 2011
O SONHO EUROPEU
Em 1976 eu estava a trabalhar como cooperante na Guiné-Bissau. Ao contrário de certos “papagaios pseudo-revolucionários” não me quedei pelas palavras de ordem e pelos gritos de solidariedade. Fui para onde poderia ser útil. Daí que me sinta hoje com “moral” e “voz activa” para quando não concordar, afirmá-lo. Não me refugio atrás de pseudónimos, nem me arrogo à petulância de ser ideólogo ou defensar cego de uma qualquer ideologia.
Numa noite de 1976 eu estava a conversar na esplanada do Pidjiguiti a conversar com um cooperante amigo, que mais tarde se tornaria Assessor Cultural de dois Presidentes da República Portuguesa, o José Manuel dos Santos. A certa altura ele diz-me com a maior das naturalidades: “- A Europa é um continente em decadência. Cultural e ideologicamente já pouco nos pode oferecer. É do Continente Americano e da África após ver consolidada a sua identidade, que poderemos esperar avanços significativos quer do ponto de vista ideológico, quer cultural.” Isto foi dito em 1976.
Quando hoje assisto ao deambular de uma Europa que teima em não se redescobrir, dirigida e orientada por funcionários políticos ao serviço dos grandes grupos económicos recordo-me do Zé Manel e das suas palavras naquela noite de cacimbo de Bissau.
Entre a Carla Bruni e o Berlusconi, venha o diabo e escolha. Nós por sermos periféricos e sem traumas em relação ao passado, poderíamos ser portadores de uma nova ideia para a Europa. Mas ficamo-nos pelos gritos de contestação e pelos governos das jotas, seja lá isso o que for.
E ficamo-nos pela subserviência individual e colectiva. Somos servos de senhores ou de grupos económicos ou de ideologias, por mais válidas que nos possam parecer. Perdemos a nossa capacidade de análise e de critica. É mais fácil ser conduzido que conduzir e perdemos o sentido do magnífico legado de D. Filipa de Vilhena.
Em 1976 eu estava a trabalhar como cooperante na Guiné-Bissau. Ao contrário de certos “papagaios pseudo-revolucionários” não me quedei pelas palavras de ordem e pelos gritos de solidariedade. Fui para onde poderia ser útil. Daí que me sinta hoje com “moral” e “voz activa” para quando não concordar, afirmá-lo. Não me refugio atrás de pseudónimos, nem me arrogo à petulância de ser ideólogo ou defensar cego de uma qualquer ideologia.
Numa noite de 1976 eu estava a conversar na esplanada do Pidjiguiti a conversar com um cooperante amigo, que mais tarde se tornaria Assessor Cultural de dois Presidentes da República Portuguesa, o José Manuel dos Santos. A certa altura ele diz-me com a maior das naturalidades: “- A Europa é um continente em decadência. Cultural e ideologicamente já pouco nos pode oferecer. É do Continente Americano e da África após ver consolidada a sua identidade, que poderemos esperar avanços significativos quer do ponto de vista ideológico, quer cultural.” Isto foi dito em 1976.
Quando hoje assisto ao deambular de uma Europa que teima em não se redescobrir, dirigida e orientada por funcionários políticos ao serviço dos grandes grupos económicos recordo-me do Zé Manel e das suas palavras naquela noite de cacimbo de Bissau.
Entre a Carla Bruni e o Berlusconi, venha o diabo e escolha. Nós por sermos periféricos e sem traumas em relação ao passado, poderíamos ser portadores de uma nova ideia para a Europa. Mas ficamo-nos pelos gritos de contestação e pelos governos das jotas, seja lá isso o que for.
E ficamo-nos pela subserviência individual e colectiva. Somos servos de senhores ou de grupos económicos ou de ideologias, por mais válidas que nos possam parecer. Perdemos a nossa capacidade de análise e de critica. É mais fácil ser conduzido que conduzir e perdemos o sentido do magnífico legado de D. Filipa de Vilhena.
domingo, julho 03, 2011
sábado, julho 02, 2011
DÚVIDAS SOBRE INFORMÁTICA (?)
" A minha mulher não saiu de casa à espera que a viessem montar!"
- "O senhor tem computador?"
- "Tenho sim... tá ao fundo da escada! É o da água ou o da luz?"
"Boa tarde! Era para activar o meu desqualificador."
"Bom dia! Eu quero ter o canal sexual em minha casa..."
"Era para saber se já tinham motivado a minha tvbox!"
Uma cliente: "Atão vieram cá montar a minha vizinha de cima e não me montaram a mim porquê ?!"
"Era só para dar o número do pib para descontar no banco."
Uma cliente: "Era só para dizer que já me montaram... Aliás, acabaram mesmo agora de me montar, e por acaso fiquei muito satisfeita... fiquei mesmo, o que é foram-se logo embora sem me sintonizar os canais..."
"Era só para activar a TVSporting..."
Uma cliente: "Pois ... realmente montaram-me lá em cima e depois montaram-me em baixo e quanto a isso tudo bem. Só não gostei foi que me riscassem o chão todo!!!"
"Tenho a Superbox ligada"
"Queria desistir da playbox"
Despiste técnico:
Assistente: "Desligue e ligue a powerbox e já deve ficar a funcionar "
Cliente: "Já fiz e não dá nada !"
Assistente : "Depois de ligar a powerbox, que luzes é que tem acesas ?"
Cliente: A da sala e a da cozinha, porquê, faz interferência?"
Assistência Técnica rede móvel:
- O Sr. quer que eu tire o chispe?
Olhe, queria saber se já tenho o room service activado.
Olhe, só liguei para dizer que se alguém me ligar pode deixar mensagem, porque agora vou desligar o telemóvel.
Não tenho fax, eu quero é que me envie um fax por carta.
Menina, queria que o meu número não aparecesse nos retrovisores dos outros telemóveis.
Cliente: Olhe, queria alterar o meu tarifário para Hamburger Life.
Cliente: Fiz uma chamada para outra pessoa e tiraram-me dinheiro do telemóvel. Mas então sou eu que pago?
Assistente: A senhora deverá ligar o número do serviço para ouvir as suas mensagens .
Cliente: Ligo para esse número e peço para falar com quem?
[dificuldade em captar rede]
Assistente: Experimente retirar a antena e voltar a colocá-la.
Cliente: Nem pensar! A antena vem agarrada e depois parto isto tudo... Dava cabo da minha vida.
Cliente brasileira: Ponham um sambinha na música de espera! Estes fados são horriveis!
Cliente: Queria saber se o meu número está conferencial ou não...
[indicação de teclado bloqueado e de rede disponível]
Cliente: O meu telemóvel tem um garfo e uma colher no visor...
Assistente: Qual é a marca e o modelo do seu equipamento?
Cliente: É um Inox 510.
Cliente: Que quer dizer isto... chamadas de emergência?
Assistente: Significa que o telemóvel da senhora não tem rede neste momento e só pode fazer chamadas de emergência.
Cliente: Ai, que alívio! Pensei que era para ligar para o Hospital. Estava aflita a pensar quem é que estaria nas emergências.
Cliente: Estou aqui com um problema no meu telemóvel...
Assistente: Qual é exactamente a situação?
Cliente: É que não me lembro do ping e o que é pior é que perdi o pum...
" A minha mulher não saiu de casa à espera que a viessem montar!"
- "O senhor tem computador?"
- "Tenho sim... tá ao fundo da escada! É o da água ou o da luz?"
"Boa tarde! Era para activar o meu desqualificador."
"Bom dia! Eu quero ter o canal sexual em minha casa..."
"Era para saber se já tinham motivado a minha tvbox!"
Uma cliente: "Atão vieram cá montar a minha vizinha de cima e não me montaram a mim porquê ?!"
"Era só para dar o número do pib para descontar no banco."
Uma cliente: "Era só para dizer que já me montaram... Aliás, acabaram mesmo agora de me montar, e por acaso fiquei muito satisfeita... fiquei mesmo, o que é foram-se logo embora sem me sintonizar os canais..."
"Era só para activar a TVSporting..."
Uma cliente: "Pois ... realmente montaram-me lá em cima e depois montaram-me em baixo e quanto a isso tudo bem. Só não gostei foi que me riscassem o chão todo!!!"
"Tenho a Superbox ligada"
"Queria desistir da playbox"
Despiste técnico:
Assistente: "Desligue e ligue a powerbox e já deve ficar a funcionar "
Cliente: "Já fiz e não dá nada !"
Assistente : "Depois de ligar a powerbox, que luzes é que tem acesas ?"
Cliente: A da sala e a da cozinha, porquê, faz interferência?"
Assistência Técnica rede móvel:
- O Sr. quer que eu tire o chispe?
Olhe, queria saber se já tenho o room service activado.
Olhe, só liguei para dizer que se alguém me ligar pode deixar mensagem, porque agora vou desligar o telemóvel.
Não tenho fax, eu quero é que me envie um fax por carta.
Menina, queria que o meu número não aparecesse nos retrovisores dos outros telemóveis.
Cliente: Olhe, queria alterar o meu tarifário para Hamburger Life.
Cliente: Fiz uma chamada para outra pessoa e tiraram-me dinheiro do telemóvel. Mas então sou eu que pago?
Assistente: A senhora deverá ligar o número do serviço para ouvir as suas mensagens .
Cliente: Ligo para esse número e peço para falar com quem?
[dificuldade em captar rede]
Assistente: Experimente retirar a antena e voltar a colocá-la.
Cliente: Nem pensar! A antena vem agarrada e depois parto isto tudo... Dava cabo da minha vida.
Cliente brasileira: Ponham um sambinha na música de espera! Estes fados são horriveis!
Cliente: Queria saber se o meu número está conferencial ou não...
[indicação de teclado bloqueado e de rede disponível]
Cliente: O meu telemóvel tem um garfo e uma colher no visor...
Assistente: Qual é a marca e o modelo do seu equipamento?
Cliente: É um Inox 510.
Cliente: Que quer dizer isto... chamadas de emergência?
Assistente: Significa que o telemóvel da senhora não tem rede neste momento e só pode fazer chamadas de emergência.
Cliente: Ai, que alívio! Pensei que era para ligar para o Hospital. Estava aflita a pensar quem é que estaria nas emergências.
Cliente: Estou aqui com um problema no meu telemóvel...
Assistente: Qual é exactamente a situação?
Cliente: É que não me lembro do ping e o que é pior é que perdi o pum...
sexta-feira, julho 01, 2011
CAMINHAR PARA ONDE?
Vou regressar a Peniche. A frota desapareceu quase por completo. De fábricas de conservas, estamos conversados. A maioria desapareceu para dar lugar a projectos imobiliários. As Berlengas tornaram-se um feudo como na Idade Média a pretexto de que seria para a sua salvaguarda.
Temos a grosso modo 3 grandes unidades conserveiras e/ou de transformação de pescado. Uns estaleiros navais em crescimento (pelo menos julgo que sim). Uma grande unidade agrícola. Uma indústria de transformação de produtos plásticos. Se calhar estou a ser parco naquilo de que me recordo e que tenha uma dimensão acima da média local. O resto resume-se a Turismo mais ou menos incipiente.
Fizeram-se uns quantos estudos para o Desenvolvimento Estratégico de Peniche que redundaram todos em lixo. Não fazemos parte de nenhum eixo de desenvolvimento económico nacional, regional ou local. Somos peritos em estudos, convenções e parcerias para o Virtual.
Enquanto o país mergulha de cabeça na recessão, nós aqui em Peniche, orgulhosamente sós, vamos oscilando entre sonhos de grandeza e a Corrida das Fogueiras. Somos um encanto de hospitalidade. Vamos vivendo o revivalismo das Rendas de Bilros de extinta memória e os Sabores do Mar. Cantamos com os Carreiras na Festa da Boa Viagem e emprestamos as ondas que deveriam trazer Peixe às pranchas que as percorrem.
Peniche ergue a cabeça da areia para as Feiras, Festas e Romarias e em vez de acordar da sua letargia, prepara-se para cantar o Fado da desgraçadinha.
Podemos pensar que “Há petróleo na Fonte Boa”. No entanto já nem forças temos para plantar uma alface num vaso lá de casa.
Não percebemos ainda que os apoios comunitários desapareceram consumidos nas viagens para Bruxelas, mesmo as que se fazem em Classe Económica. Se nestes últimos 6 anos tivéssemos recuperado 5 casas do Bairro do Calvário por anos, 30 já estariam recuperadas e nem se tinha dado por isso.
O que aconteceu ao País vai acontecer a Peniche. Ao País exigem-se medidas de contenção para pagar as suas dividas. Temos de pensar em vender a Praia de Peniche de Cima aos privados para poder liquidar o que executivos sucessivos foram acumulando em dívidas.
Resta-nos tornar Peniche um imenso bloco de “chambres”, para quem cá vier molhar os pezinhos.
Haja Deus.
Vou regressar a Peniche. A frota desapareceu quase por completo. De fábricas de conservas, estamos conversados. A maioria desapareceu para dar lugar a projectos imobiliários. As Berlengas tornaram-se um feudo como na Idade Média a pretexto de que seria para a sua salvaguarda.
Temos a grosso modo 3 grandes unidades conserveiras e/ou de transformação de pescado. Uns estaleiros navais em crescimento (pelo menos julgo que sim). Uma grande unidade agrícola. Uma indústria de transformação de produtos plásticos. Se calhar estou a ser parco naquilo de que me recordo e que tenha uma dimensão acima da média local. O resto resume-se a Turismo mais ou menos incipiente.
Fizeram-se uns quantos estudos para o Desenvolvimento Estratégico de Peniche que redundaram todos em lixo. Não fazemos parte de nenhum eixo de desenvolvimento económico nacional, regional ou local. Somos peritos em estudos, convenções e parcerias para o Virtual.
Enquanto o país mergulha de cabeça na recessão, nós aqui em Peniche, orgulhosamente sós, vamos oscilando entre sonhos de grandeza e a Corrida das Fogueiras. Somos um encanto de hospitalidade. Vamos vivendo o revivalismo das Rendas de Bilros de extinta memória e os Sabores do Mar. Cantamos com os Carreiras na Festa da Boa Viagem e emprestamos as ondas que deveriam trazer Peixe às pranchas que as percorrem.
Peniche ergue a cabeça da areia para as Feiras, Festas e Romarias e em vez de acordar da sua letargia, prepara-se para cantar o Fado da desgraçadinha.
Podemos pensar que “Há petróleo na Fonte Boa”. No entanto já nem forças temos para plantar uma alface num vaso lá de casa.
Não percebemos ainda que os apoios comunitários desapareceram consumidos nas viagens para Bruxelas, mesmo as que se fazem em Classe Económica. Se nestes últimos 6 anos tivéssemos recuperado 5 casas do Bairro do Calvário por anos, 30 já estariam recuperadas e nem se tinha dado por isso.
O que aconteceu ao País vai acontecer a Peniche. Ao País exigem-se medidas de contenção para pagar as suas dividas. Temos de pensar em vender a Praia de Peniche de Cima aos privados para poder liquidar o que executivos sucessivos foram acumulando em dívidas.
Resta-nos tornar Peniche um imenso bloco de “chambres”, para quem cá vier molhar os pezinhos.
Haja Deus.
quarta-feira, junho 29, 2011
SEGURO & ASSIS:
- QUEM TEM FARELOS?
Os dois mentem e sabem que mentem. Quando dizem que querem abrir o seu partido à sociedade em geral. Já Guterres o afirmou. Sócrates ensaiou. E estes agora dizem querer implementar. Ambos sabem que isso não é possível. Sabem que os jogos Federativos e Concelhios não o permitem.
Ambos evocam o apoio de Presidentes de Câmara e de Federações como um sinal da sua implementação no terreno. Mas ambos sabem que esse é o pior dos apoios que podem evocar, porque se baseia no caciquismo mais retrógrado herdado do salazarismo.
Ambos sabem que logo nas bases existe o mais pesado dos dilemas com que se batem os partidos. O direito consuetudinário a exercer influência pelo peso dos anos nos Partidos e pela influência económica que podem exercer.
Julgo aliás que o PS (e não só) deveria fazer uma adenda aos seus estatutos. Tornava-o mais verdadeiro. Adir que o número de votos de cada votante deverá ser em função dos seus anos como militante. Como nos clubes de futebol.
Seguro & Assis quais escudeiros em decadência procuram a sua côdea de pão que repartirão (?) com quem os apoiar. Não interessa que pensem. Importa que votem neles. Cães e gatos vão ladrando e miando o tempo todo mas isso pouco lhes importa. Interessa receber a chave da porta do Largo do rato e poder finalmente mitigar a sua fome de protagonismo. Não falam do que pensam. Ninguém votaria neles. Falam aos ouvidos que os ouvem das coisas que dá prazer a quem ouve. Tiveram tudo na mão e tudo desprezaram. Calaram-se e assentiram. Com o resto do pudor que lhes sobeja ainda, não se atrevem a falar do amo que serviram. Embora rosnem como os cães à sua passagem.
- Quem tem farelos?
- QUEM TEM FARELOS?
Os dois mentem e sabem que mentem. Quando dizem que querem abrir o seu partido à sociedade em geral. Já Guterres o afirmou. Sócrates ensaiou. E estes agora dizem querer implementar. Ambos sabem que isso não é possível. Sabem que os jogos Federativos e Concelhios não o permitem.
Ambos evocam o apoio de Presidentes de Câmara e de Federações como um sinal da sua implementação no terreno. Mas ambos sabem que esse é o pior dos apoios que podem evocar, porque se baseia no caciquismo mais retrógrado herdado do salazarismo.
Ambos sabem que logo nas bases existe o mais pesado dos dilemas com que se batem os partidos. O direito consuetudinário a exercer influência pelo peso dos anos nos Partidos e pela influência económica que podem exercer.
Julgo aliás que o PS (e não só) deveria fazer uma adenda aos seus estatutos. Tornava-o mais verdadeiro. Adir que o número de votos de cada votante deverá ser em função dos seus anos como militante. Como nos clubes de futebol.
Seguro & Assis quais escudeiros em decadência procuram a sua côdea de pão que repartirão (?) com quem os apoiar. Não interessa que pensem. Importa que votem neles. Cães e gatos vão ladrando e miando o tempo todo mas isso pouco lhes importa. Interessa receber a chave da porta do Largo do rato e poder finalmente mitigar a sua fome de protagonismo. Não falam do que pensam. Ninguém votaria neles. Falam aos ouvidos que os ouvem das coisas que dá prazer a quem ouve. Tiveram tudo na mão e tudo desprezaram. Calaram-se e assentiram. Com o resto do pudor que lhes sobeja ainda, não se atrevem a falar do amo que serviram. Embora rosnem como os cães à sua passagem.
- Quem tem farelos?
terça-feira, junho 28, 2011
A LITERATURA PORTUGUESA E O ENSINO DO PORTUGUÊS
Em 1961 eu fui estudar para Lisboa. Não havendo em Peniche mais que os Cursos industriais e comerciais, quem quisesse prosseguir estudos teria de fazer as Secções Preparatórias aos Institutos Industriais ou Comerciais, posteriormente ingressaria nesses estabelecimentos e ou ficaria Agente Técnico ou após 2 anos de frequência transitaria por prova de admissão ao Instituto Superior Técnico ou ao Instituto Superior de Económicas e Financeiras. Quem fizesse este percurso consumiria mais 2 anos que aqueles que tinham a sorte de poder frequentar os Cursos Liceais. Essa era uma das diferenças substantivas entre os que tinham a sorte de nascer numa terra com Liceu ou não, ou então os que nasciam em berço protegido e os que eram filhos da “pouca sorte”.
Bom. Mas eu fui então para a Escola Industrial Machado de Castro (hoje já desaparecida) fazer as tais Secções. Nessa Escola fui encontrar um escol de professores de que hoje guardo uma grata recordação. Quase todos professores de excelência. Alguns deles vieram a notabilizar-se mais tarde no Ensino Superior. De entre todos eles o que mais me viria a marcar seria o meu professor de Português, o Dr. Carvalho de Lima.
O que ele me ensinou. Descobriu-me Antero e Eça. Apresentou-me Pessoa. Ensinou-me que escrever é um trabalho de escultura. Lia Poesia nas aulas com uma paixão só possível para quem faz da Língua materna o seu berço e a sua Pátria. Cada aula dele era um compêndio. Ensinou-me a resolver em Matemática a resolver uma equação do 1º grau a uma incógnita, dividindo as orações de uma proposta de exercício. Foi onde aprendi que não é possível ser aluno de Matemática sem compreender o Português. A partir das aulas dele aprendi Geografia para atravessar os mares nas naus de Vasco da Gama e de Pedro Álvares Cabral. A História Pátria e Universal eram suportes das suas aulas. O Dr. Carvalho de Lima levou-me pela mão ao Teatro e a ler Ensaios com o mesmo interesse com que lia a “Bola”.
Aprendi então que uma aula de Português é uma experiência de vida.
Vem tudo isto a propósito de uma “caixa” que li na Revista “Única” sobre uma afirmação de Nuno Júdice em que se lê: “A Literatura desapareceu do ensino do Português”. Eu que passei 54 anos da minha vida nas escolas, assisti a este desaparecimento. Assisti à degradação do empenhamento pela língua portuguesa. Vi professores de português irem para as aulas como que vai para um velório. Vi Camões ser considerado reaccionário. Vi aulas de Português em que não se lia um poema. Em que não se encenava uma peça de teatro. Vi testes de Português de resposta múltipla. Vi terminarem as discussões intermináveis sobre os valores da análise e da crítica.
Assisti a “cenas” em que os professores de Português se recusavam a discutir o aprofundamento de um texto porque era demasiado técnico ou envolvia áreas disciplinares que não eram as suas.
Já não consigo lamentar. Sou uma excrescência do passado. Passámos por cima de valores. Neste momento toda a gente anda entusiasmada porque o Ministro da Educação é um Matemático e com saberes sobre o que devemos fazer para melhorar as nossas capacidades. Recordo o pensamento de Descartes: “Penso logo existo”, a que se seguiu o mais brilhante: “Falo logo penso”.
Em 1961 eu fui estudar para Lisboa. Não havendo em Peniche mais que os Cursos industriais e comerciais, quem quisesse prosseguir estudos teria de fazer as Secções Preparatórias aos Institutos Industriais ou Comerciais, posteriormente ingressaria nesses estabelecimentos e ou ficaria Agente Técnico ou após 2 anos de frequência transitaria por prova de admissão ao Instituto Superior Técnico ou ao Instituto Superior de Económicas e Financeiras. Quem fizesse este percurso consumiria mais 2 anos que aqueles que tinham a sorte de poder frequentar os Cursos Liceais. Essa era uma das diferenças substantivas entre os que tinham a sorte de nascer numa terra com Liceu ou não, ou então os que nasciam em berço protegido e os que eram filhos da “pouca sorte”.
Bom. Mas eu fui então para a Escola Industrial Machado de Castro (hoje já desaparecida) fazer as tais Secções. Nessa Escola fui encontrar um escol de professores de que hoje guardo uma grata recordação. Quase todos professores de excelência. Alguns deles vieram a notabilizar-se mais tarde no Ensino Superior. De entre todos eles o que mais me viria a marcar seria o meu professor de Português, o Dr. Carvalho de Lima.
O que ele me ensinou. Descobriu-me Antero e Eça. Apresentou-me Pessoa. Ensinou-me que escrever é um trabalho de escultura. Lia Poesia nas aulas com uma paixão só possível para quem faz da Língua materna o seu berço e a sua Pátria. Cada aula dele era um compêndio. Ensinou-me a resolver em Matemática a resolver uma equação do 1º grau a uma incógnita, dividindo as orações de uma proposta de exercício. Foi onde aprendi que não é possível ser aluno de Matemática sem compreender o Português. A partir das aulas dele aprendi Geografia para atravessar os mares nas naus de Vasco da Gama e de Pedro Álvares Cabral. A História Pátria e Universal eram suportes das suas aulas. O Dr. Carvalho de Lima levou-me pela mão ao Teatro e a ler Ensaios com o mesmo interesse com que lia a “Bola”.
Aprendi então que uma aula de Português é uma experiência de vida.
Vem tudo isto a propósito de uma “caixa” que li na Revista “Única” sobre uma afirmação de Nuno Júdice em que se lê: “A Literatura desapareceu do ensino do Português”. Eu que passei 54 anos da minha vida nas escolas, assisti a este desaparecimento. Assisti à degradação do empenhamento pela língua portuguesa. Vi professores de português irem para as aulas como que vai para um velório. Vi Camões ser considerado reaccionário. Vi aulas de Português em que não se lia um poema. Em que não se encenava uma peça de teatro. Vi testes de Português de resposta múltipla. Vi terminarem as discussões intermináveis sobre os valores da análise e da crítica.
Assisti a “cenas” em que os professores de Português se recusavam a discutir o aprofundamento de um texto porque era demasiado técnico ou envolvia áreas disciplinares que não eram as suas.
Já não consigo lamentar. Sou uma excrescência do passado. Passámos por cima de valores. Neste momento toda a gente anda entusiasmada porque o Ministro da Educação é um Matemático e com saberes sobre o que devemos fazer para melhorar as nossas capacidades. Recordo o pensamento de Descartes: “Penso logo existo”, a que se seguiu o mais brilhante: “Falo logo penso”.
segunda-feira, junho 27, 2011
INTERVENÇÃO DA PRESIDENTE DA MESA DA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA, ASSUNÇÃO ESTEVES, APÓS A SUA ELEIÇÃO
Deixo aqui o meu contributo para que todos os que gostam de ler e pensar. Espero que as palavras que se seguem sejam tão confortantes para vós todos como foram para mim.
Sr.as e Srs. Deputados, Sr. Ministro-Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Minhas Senhoras e Meus Senhores:
Presidir ao Parlamento constitui a maior honra da minha vida! Porque o Parlamento é liberdade que se fez instituição, consequência da razão moderna, do pensamento das luzes, da coragem dos justos. Porque o Parlamento se constrói sobre o discurso dos direitos e da sua força legitimadora, evidenciado pelo voto universal, livre e igual. E porque foram os parlamentos que inscreveram a dignidade humana no sentido das instituições e ligaram o exercício do poder ao progresso da civilização.
Nós, os Deputados, somos portadores de um mandato que se gera na igualdade e na liberdade, damos corpo a um poder que se forma na moral universal que dita os critérios da justiça.
Que orgulho, Srs. Deputados, e que responsabilidade que é estarmos aqui!
Filhos da razão e da história da razão, somos nós o cais da esperança. Da esperança que, num domingo de Junho, saiu de casa para nos escolher, da esperança que não saiu, que é a dos cidadãos que, lá bem no fundo, esperam para se reconciliar com a política, e de uma outra esperança, a esperança silenciosa e triste dos mais frágeis e dependentes. Muitos não puderam votar, muitos vivem em espaços existenciais fechados, ou quase fechados, longe de uma opinião pública crítica e vigilante e, por isso mesmo, vendo perigar, tantas vezes, os direitos humanos.
A esperança que nos convoca, Srs. Deputados, 230 eleitos! Que orgulho e que responsabilidade é a nossa: ou decidimos melhorar o mundo ou teremos de perguntar como se dorme o nosso sono.
Fomos chamados à função sagrada da representação política que nos dá o poder da legislação e do escrutínio. Fomos chamados por um povo que tem na própria história a marca da universalidade e que anda à procura de repercutir, no futuro, a sua Odisseia. Não estamos sós, aqui. São tantos os projectos, as expectativas, as inquietações que connosco se sentam e que exigem de nós que cultivemos, com os domínios da vida das pessoas concretas, formas de comunicação contínua, muito para além do tempo das eleições e do espaço dos partidos.
Verdadeiramente, o que se nos exige é a reinvenção da democracia sobre o eterno a priori da humanidade do homem.
Somos hoje um Parlamento no horizonte da Europa e do mundo, às portas de uma época universal já antecipada em diferentes modos pelo pensamento de Tocqueville, Kant, Goethe, Humboldt, Marx ou Simmel.
O cosmopolitismo e a globalização empurram-nos para a moralidade de uma consciência de mundo e, ao mesmo tempo, revolvem os velhos paradigmas da política. Formas alargadas de união de Estados — como a União Europeia — emergem, com o esbatimento das fronteiras e da agonia da diferença entre cidadão e estrangeiro, com o trabalho político em rede, os poderes soberanos a esbaterem-se, para serem participantes no projecto moral de uma acção partilhada. Mesmo contra «os velhos do Restelo», o mundo caminha para a frente e a política é cada vez mais global e antropocêntrica. O sentido da função parlamentar ganha novas dimensões neste ambiente político e social.
Na União Europeia, devemos ser co-autores de corpo inteiro e não membros passivos, devemos lutar pela coerência da União, para que tenha um centro, pois só com um centro pode ser actor na ordem mundial, e para que se descentralize, pois só descentralizando pode ser democracia. Devemos, enfim, lutar para que a Europa se tome a sério como pátria de direitos em que, afinal, se reconhecem todas as pátrias.
O Tratado de Lisboa abriu-nos, a nós, Parlamento, a um protagonismo de larga escala que não podemos desperdiçar. Para mais, cabe em primeira mão aos parlamentos interpretar e solucionar os problemas de legitimação do espaço alargado da democracia moderna e europeia. Aí, onde o pluralismo cultural e social se intensifica, o consenso não é possível apenas a partir das instituições e da representação. A insuficiência do sufrágio dita que os cidadãos se associem às instituições, chama pelo seu estatuto de participantes no processo político e chama por novos actores — empresas, associações, ONG.
A ideia de política virtuosa, inaugurada na Grécia Antiga, candidata-se também às soluções da nova modernidade. Chegou o tempo da perda do monopólio político do Estado. O Parlamento, que é, como disse Mirabeau, o mapa do povo, deverá legislar, fiscalizar, representar, mas também, pela mão de cada um dos seus Deputados, fazer a sociedade, ela mesma, gerar o político.
Vivemos um tempo de efemeridade, em que, à partida, nada está garantido, para lembrar recentes palavras do meu amigo Eduardo Lourenço. Mas é um tempo fascinante, que nos faz reconhecer numa humanidade transversal, que chama pela virtude da política, que alarga a nossa cidade para o mundo, um tempo de uma proximidade dinâmica, porque hoje tudo interage e se aproxima. Porventura, nunca o sentido do outro esteve tão presente nas formas de vida dos indivíduos e dos grupos.
O mundo vive uma revolução tecnológica, demográfica, política, que traz consigo, verdadeiramente, os genes de uma revolução moral. Os problemas globais, paradoxo das coisas, mostram que o interesse egoísta de cada um apenas se resolve na partilha, no exercício da vontade moral de uma justiça para todos.
Que orgulho o nosso, Srs. Deputados e Sr.as Deputadas, de sermos protagonistas activos deste tempo!
Dedico este meu momento de alegria a todas as mulheres. Às mulheres políticas que trazem para o espaço público o valor da entrega e a matriz do amor, mas, sobretudo, às mulheres anónimas e oprimidas. Farei de cada dia um esforço para a redenção histórica da sua circunstância.
A função em que sou investida é, por natureza, não partidária e assumi-la-ei em cada acto como tal. Mas quero agradecer ao PSD, em cujas fileiras percorri os caminhos da política e onde tive espaço para ligar a minha lealdade à minha liberdade, a honra de me haver indicado.
Muito obrigada.
Dou um abraço a todos os Deputados, no prazer de em muitos reencontrar um abraço especial dos meus amigos de todas as bancadas.
Amanhã vamos ao trabalho!
Deixo aqui o meu contributo para que todos os que gostam de ler e pensar. Espero que as palavras que se seguem sejam tão confortantes para vós todos como foram para mim.
Sr.as e Srs. Deputados, Sr. Ministro-Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Minhas Senhoras e Meus Senhores:
Presidir ao Parlamento constitui a maior honra da minha vida! Porque o Parlamento é liberdade que se fez instituição, consequência da razão moderna, do pensamento das luzes, da coragem dos justos. Porque o Parlamento se constrói sobre o discurso dos direitos e da sua força legitimadora, evidenciado pelo voto universal, livre e igual. E porque foram os parlamentos que inscreveram a dignidade humana no sentido das instituições e ligaram o exercício do poder ao progresso da civilização.
Nós, os Deputados, somos portadores de um mandato que se gera na igualdade e na liberdade, damos corpo a um poder que se forma na moral universal que dita os critérios da justiça.
Que orgulho, Srs. Deputados, e que responsabilidade que é estarmos aqui!
Filhos da razão e da história da razão, somos nós o cais da esperança. Da esperança que, num domingo de Junho, saiu de casa para nos escolher, da esperança que não saiu, que é a dos cidadãos que, lá bem no fundo, esperam para se reconciliar com a política, e de uma outra esperança, a esperança silenciosa e triste dos mais frágeis e dependentes. Muitos não puderam votar, muitos vivem em espaços existenciais fechados, ou quase fechados, longe de uma opinião pública crítica e vigilante e, por isso mesmo, vendo perigar, tantas vezes, os direitos humanos.
A esperança que nos convoca, Srs. Deputados, 230 eleitos! Que orgulho e que responsabilidade é a nossa: ou decidimos melhorar o mundo ou teremos de perguntar como se dorme o nosso sono.
Fomos chamados à função sagrada da representação política que nos dá o poder da legislação e do escrutínio. Fomos chamados por um povo que tem na própria história a marca da universalidade e que anda à procura de repercutir, no futuro, a sua Odisseia. Não estamos sós, aqui. São tantos os projectos, as expectativas, as inquietações que connosco se sentam e que exigem de nós que cultivemos, com os domínios da vida das pessoas concretas, formas de comunicação contínua, muito para além do tempo das eleições e do espaço dos partidos.
Verdadeiramente, o que se nos exige é a reinvenção da democracia sobre o eterno a priori da humanidade do homem.
Somos hoje um Parlamento no horizonte da Europa e do mundo, às portas de uma época universal já antecipada em diferentes modos pelo pensamento de Tocqueville, Kant, Goethe, Humboldt, Marx ou Simmel.
O cosmopolitismo e a globalização empurram-nos para a moralidade de uma consciência de mundo e, ao mesmo tempo, revolvem os velhos paradigmas da política. Formas alargadas de união de Estados — como a União Europeia — emergem, com o esbatimento das fronteiras e da agonia da diferença entre cidadão e estrangeiro, com o trabalho político em rede, os poderes soberanos a esbaterem-se, para serem participantes no projecto moral de uma acção partilhada. Mesmo contra «os velhos do Restelo», o mundo caminha para a frente e a política é cada vez mais global e antropocêntrica. O sentido da função parlamentar ganha novas dimensões neste ambiente político e social.
Na União Europeia, devemos ser co-autores de corpo inteiro e não membros passivos, devemos lutar pela coerência da União, para que tenha um centro, pois só com um centro pode ser actor na ordem mundial, e para que se descentralize, pois só descentralizando pode ser democracia. Devemos, enfim, lutar para que a Europa se tome a sério como pátria de direitos em que, afinal, se reconhecem todas as pátrias.
O Tratado de Lisboa abriu-nos, a nós, Parlamento, a um protagonismo de larga escala que não podemos desperdiçar. Para mais, cabe em primeira mão aos parlamentos interpretar e solucionar os problemas de legitimação do espaço alargado da democracia moderna e europeia. Aí, onde o pluralismo cultural e social se intensifica, o consenso não é possível apenas a partir das instituições e da representação. A insuficiência do sufrágio dita que os cidadãos se associem às instituições, chama pelo seu estatuto de participantes no processo político e chama por novos actores — empresas, associações, ONG.
A ideia de política virtuosa, inaugurada na Grécia Antiga, candidata-se também às soluções da nova modernidade. Chegou o tempo da perda do monopólio político do Estado. O Parlamento, que é, como disse Mirabeau, o mapa do povo, deverá legislar, fiscalizar, representar, mas também, pela mão de cada um dos seus Deputados, fazer a sociedade, ela mesma, gerar o político.
Vivemos um tempo de efemeridade, em que, à partida, nada está garantido, para lembrar recentes palavras do meu amigo Eduardo Lourenço. Mas é um tempo fascinante, que nos faz reconhecer numa humanidade transversal, que chama pela virtude da política, que alarga a nossa cidade para o mundo, um tempo de uma proximidade dinâmica, porque hoje tudo interage e se aproxima. Porventura, nunca o sentido do outro esteve tão presente nas formas de vida dos indivíduos e dos grupos.
O mundo vive uma revolução tecnológica, demográfica, política, que traz consigo, verdadeiramente, os genes de uma revolução moral. Os problemas globais, paradoxo das coisas, mostram que o interesse egoísta de cada um apenas se resolve na partilha, no exercício da vontade moral de uma justiça para todos.
Que orgulho o nosso, Srs. Deputados e Sr.as Deputadas, de sermos protagonistas activos deste tempo!
Dedico este meu momento de alegria a todas as mulheres. Às mulheres políticas que trazem para o espaço público o valor da entrega e a matriz do amor, mas, sobretudo, às mulheres anónimas e oprimidas. Farei de cada dia um esforço para a redenção histórica da sua circunstância.
A função em que sou investida é, por natureza, não partidária e assumi-la-ei em cada acto como tal. Mas quero agradecer ao PSD, em cujas fileiras percorri os caminhos da política e onde tive espaço para ligar a minha lealdade à minha liberdade, a honra de me haver indicado.
Muito obrigada.
Dou um abraço a todos os Deputados, no prazer de em muitos reencontrar um abraço especial dos meus amigos de todas as bancadas.
Amanhã vamos ao trabalho!
domingo, junho 26, 2011
sábado, junho 25, 2011
DIFERENÇA ENTRE SER SOGRA DO GENRO E SOGRA DA NORA
Duas distintas senhoras encontram-se após um bom tempo sem se verem.
Uma pergunta à outra:
- Como vão seus dois filhos… a Rosa e o Francisco?
- Ah! Querida… a Rosa casou-se muito bem. Tem um marido maravilhoso. É ele que levanta de madrugada para trocar as fraldas do meu netinho, faz o café da manhã, arruma a casa, lava as louças, recolhe o lixo e ajuda na faxina. Só depois é que sai para trabalhar, em silêncio, para não acordar a minha filha. Um amor de genro! Benza-o Deus!
- Que bom, heim amiga! E o seu filho, o Francisco? Casou também?
- Casou sim, querida. Mas tadinho dele, deu azar demais. Casou-se muito mal… Imagina que ele tem que levantar de madrugada para trocar as fraldas do meu netinho, fazer o café da manhã, arrumar a casa, lavar a louça, recolher o lixo e ainda tem que ajudar na faxina! E depois de tudo isso ainda sai para trabalhar, em silêncio, para sustentar a preguiçosa, vagabunda, encostada da minha nora – aquela porca nojenta e mal agradecida!
Duas distintas senhoras encontram-se após um bom tempo sem se verem.
Uma pergunta à outra:
- Como vão seus dois filhos… a Rosa e o Francisco?
- Ah! Querida… a Rosa casou-se muito bem. Tem um marido maravilhoso. É ele que levanta de madrugada para trocar as fraldas do meu netinho, faz o café da manhã, arruma a casa, lava as louças, recolhe o lixo e ajuda na faxina. Só depois é que sai para trabalhar, em silêncio, para não acordar a minha filha. Um amor de genro! Benza-o Deus!
- Que bom, heim amiga! E o seu filho, o Francisco? Casou também?
- Casou sim, querida. Mas tadinho dele, deu azar demais. Casou-se muito mal… Imagina que ele tem que levantar de madrugada para trocar as fraldas do meu netinho, fazer o café da manhã, arrumar a casa, lavar a louça, recolher o lixo e ainda tem que ajudar na faxina! E depois de tudo isso ainda sai para trabalhar, em silêncio, para sustentar a preguiçosa, vagabunda, encostada da minha nora – aquela porca nojenta e mal agradecida!
sexta-feira, junho 24, 2011
UMA QUESTÃO DE SENSIBILIDADE
Falo de sentir o Outro como pessoa próxima e nos sentirmos solidários. Não falo de caridade nem de aparecer como o que dá. Quem acredita no Outro não precisa de ter cara, nem ser visível.
É um facto que existem situações em que não se pode fugir à exposição pública. Por exemplo quem desempenha funções locais ou regionais no âmbito do apoio e da solidariedade social. Em épocas ditas de crise, como aquela em que vivemos, isso torna-se notoriamente mais evidente. Então essas pessoas que trabalham institucionalmente tornam-se mais visíveis. E as suas atitudes marcam não só a sua acção, como as dos grupos ou instituições que representam.
Pautar as suas decisões por razões humanitárias, ou por juízos fundamentados é o que se espera de quem pode decidir a quem apoiar e de que maneira e se em detrimento de outrem. Infelizmente acontece por vezes as decisões serem tomadas por ódios antigos, animosidades pessoais sem sentido, juízos de valor baseados na fé, cor política ou desenquadramento social.
Geram-se então cadeias de incompreensões conducentes ao afastamento progressivo dos mais miseráveis da relação humana.
São sempre os mais desfavorecidos de entre os pobres quem deixa de acreditar e de confiar. Por isso é obrigatório não perder a sensibilidade e emocionar-se. Mesmo no desempenho de funções que tendem a vulgarizar a dor e a desgraça alheia.
Nunca gostei da institucionalização das funções de solidariedade. Tendem a mecanizar-se e a tornarem-se frias e sem sentido de proximidade. Conheci técnicos de solidariedade social que mais parecem vendedores de banha da cobra. Médicos que parecem vendedores de pastilhas elástica. Enfermeiros que parecem aplicadores de carimbos.
Como conheci outros nessas mesmas funções que fazem do sofrimento alheio uma lição de vida para merecer a pena lutar e ganhar a luta. Saber como cada um de nós interage com o Outro que por esta ou por aquela razão se encontra fragilizado é necessário. Para podermos viver em paz com nós mesmos.
Falo de sentir o Outro como pessoa próxima e nos sentirmos solidários. Não falo de caridade nem de aparecer como o que dá. Quem acredita no Outro não precisa de ter cara, nem ser visível.
É um facto que existem situações em que não se pode fugir à exposição pública. Por exemplo quem desempenha funções locais ou regionais no âmbito do apoio e da solidariedade social. Em épocas ditas de crise, como aquela em que vivemos, isso torna-se notoriamente mais evidente. Então essas pessoas que trabalham institucionalmente tornam-se mais visíveis. E as suas atitudes marcam não só a sua acção, como as dos grupos ou instituições que representam.
Pautar as suas decisões por razões humanitárias, ou por juízos fundamentados é o que se espera de quem pode decidir a quem apoiar e de que maneira e se em detrimento de outrem. Infelizmente acontece por vezes as decisões serem tomadas por ódios antigos, animosidades pessoais sem sentido, juízos de valor baseados na fé, cor política ou desenquadramento social.
Geram-se então cadeias de incompreensões conducentes ao afastamento progressivo dos mais miseráveis da relação humana.
São sempre os mais desfavorecidos de entre os pobres quem deixa de acreditar e de confiar. Por isso é obrigatório não perder a sensibilidade e emocionar-se. Mesmo no desempenho de funções que tendem a vulgarizar a dor e a desgraça alheia.
Nunca gostei da institucionalização das funções de solidariedade. Tendem a mecanizar-se e a tornarem-se frias e sem sentido de proximidade. Conheci técnicos de solidariedade social que mais parecem vendedores de banha da cobra. Médicos que parecem vendedores de pastilhas elástica. Enfermeiros que parecem aplicadores de carimbos.
Como conheci outros nessas mesmas funções que fazem do sofrimento alheio uma lição de vida para merecer a pena lutar e ganhar a luta. Saber como cada um de nós interage com o Outro que por esta ou por aquela razão se encontra fragilizado é necessário. Para podermos viver em paz com nós mesmos.
quinta-feira, junho 23, 2011
quarta-feira, junho 22, 2011
EU SOU ASSUNÇÃO ESTEVES
Ontem reconciliei-me com a política. Ao ouvir a Presidente da Assembleia da República. O seu discurso de tomada de posse deveria ser oferecido pela Secretaria-Geral da AR a todas as Escolas do País, a fim de ser lido e discutido nas aulas de Português.
A minha Presidente da AR ilustrou de forma linda porque merece a pena ser livre e porque razão os eleitores podem e devem esperar coisas boas dos seus deputados. Dir-me-ão que Assunção Esteves é um caso isolado. E eu respondo que alguma coisa já aconteceu. E foi tão inequívoca essa demonstração pura e límpida do que é a Democracia, que todos os partidos representados se sentiram “obrigados” a aplaudir essa afirmação. Após um período conturbado da vida política portuguesa e vivendo nós uma crise económica sem precedentes, a Presidente eleita na sua primeira intervenção consegue um consenso da nossa mais alta instância do Estado. O brilhantismo da sua intervenção não ofusca outros grandes Presidentes da AR que já passaram por lá. Completa-os e justifica-os. Mas ficará para a nossa História colectiva como um dos seus momentos mais altos.
Desafio os movimentos cívicos que agora pululam a lerem esse discurso. E a pedirem o apoio da Presidente da AR na conjugação de esforços visando a construção de um Portugal melhor.
Repito, o discurso que ontem foi feito por Assunção Esteves na sua tomada de posse tem de ser lido e estudado pelos nossos jovens visando a sua formação cívica. Porque a politica assim vista merece a pena.
Ontem reconciliei-me com a política. Ao ouvir a Presidente da Assembleia da República. O seu discurso de tomada de posse deveria ser oferecido pela Secretaria-Geral da AR a todas as Escolas do País, a fim de ser lido e discutido nas aulas de Português.
A minha Presidente da AR ilustrou de forma linda porque merece a pena ser livre e porque razão os eleitores podem e devem esperar coisas boas dos seus deputados. Dir-me-ão que Assunção Esteves é um caso isolado. E eu respondo que alguma coisa já aconteceu. E foi tão inequívoca essa demonstração pura e límpida do que é a Democracia, que todos os partidos representados se sentiram “obrigados” a aplaudir essa afirmação. Após um período conturbado da vida política portuguesa e vivendo nós uma crise económica sem precedentes, a Presidente eleita na sua primeira intervenção consegue um consenso da nossa mais alta instância do Estado. O brilhantismo da sua intervenção não ofusca outros grandes Presidentes da AR que já passaram por lá. Completa-os e justifica-os. Mas ficará para a nossa História colectiva como um dos seus momentos mais altos.
Desafio os movimentos cívicos que agora pululam a lerem esse discurso. E a pedirem o apoio da Presidente da AR na conjugação de esforços visando a construção de um Portugal melhor.
Repito, o discurso que ontem foi feito por Assunção Esteves na sua tomada de posse tem de ser lido e estudado pelos nossos jovens visando a sua formação cívica. Porque a politica assim vista merece a pena.
terça-feira, junho 21, 2011
OS ANDRÓIDES
Esta palavra andróide (ou android) entrou definitivamente no léxico dos mais expeditos em matéria de novas tecnologias e estende-se rapidamente ao comum dos mortais.
Na sua origem representava um robot que imitava na perfeição a figura humana, sendo um elemento fundamental na literatura de ficção científica do autor russo Isac Asimov. Hoje refere-se a programas informáticas com aplicações diversas, nomeadamente nos telemóveis mais evoluídos.
Para o que pretendo vou retomar os nossos parceiros robots que nos deixaram ou com um sorriso nos lábios na Guerra das Estrelas com os míticos C-3PO e o amigo R2-D2. Ou então a intensidade dramática de Blade Runner. São esses andróides que me servem de figura retórica para exemplificar o afluxo de partidas e chegadas de andróides ao mítico palácio dos sonhos que é o exercício do poder.
Extinto que é o poder socialista que ainda levará uns meses a desmantelar por completo do aparelho de estado a que se agarrou como uma carraça pestilenta, há que substitui-los pelas novas moscas e moscardos que irão chafurdar na bosta entretanto libertada.
Os que saiem e os que entram não precisam de ser pessoas. Nem precisam de pensar. Não têm aquilo que mais importante num Ser Humano que é a capacidade de se emocionar ou de ser útil à comunidade humana. Basta que influenciem o meio onde se movem. São máquinas de cumprir ordens, de defender os donos, de os promover e exibir os seus dotes e virtudes.
Os andróides existem em todos os partidos políticos. Começam por se manifestar localmente, onde existe maior versatilidade do exercício do poder. Aqui iniciam o exercício da sua acção e demonstram a sua capacidade de serem fiéis e passíveis de serem catapultados para missões mais meritórias.
Se forem aprovados pela sua defesa dos donos passam para uma nova missão mais “federativa”. Aí conquistam o direito a poderem mudar para um dono mais poderoso que os aprecia pela sua fidelidade. Se cumprirem com denodo a sua missão passam para o canil de exposições. Não têm de fazer nada a não ser abanar a cauda, lamber as mãos que os conduziram para perto de S, Bento.
Infelizmente (?) por cada andróide que conquista o seu espaço há um outro que pertence a uma outra galáxia que o tenta derrubar e ganhar o direito ao seu espaço. Os andróides são quem sofre as primeiras refregas e muitos deles perdem o direito a mudar de óleo para sempre. E andróide sem óleo emperra. Chega a altura de ser substituído. Inicia então um longo percurso de isolamento só quebrado quando consegue ganhar albergue em ONGs ou numa qualquer Igreja onde ainda pode prestar vassalagens e se pode mostrar aos novos donos.
Esta palavra andróide (ou android) entrou definitivamente no léxico dos mais expeditos em matéria de novas tecnologias e estende-se rapidamente ao comum dos mortais.
Na sua origem representava um robot que imitava na perfeição a figura humana, sendo um elemento fundamental na literatura de ficção científica do autor russo Isac Asimov. Hoje refere-se a programas informáticas com aplicações diversas, nomeadamente nos telemóveis mais evoluídos.
Para o que pretendo vou retomar os nossos parceiros robots que nos deixaram ou com um sorriso nos lábios na Guerra das Estrelas com os míticos C-3PO e o amigo R2-D2. Ou então a intensidade dramática de Blade Runner. São esses andróides que me servem de figura retórica para exemplificar o afluxo de partidas e chegadas de andróides ao mítico palácio dos sonhos que é o exercício do poder.
Extinto que é o poder socialista que ainda levará uns meses a desmantelar por completo do aparelho de estado a que se agarrou como uma carraça pestilenta, há que substitui-los pelas novas moscas e moscardos que irão chafurdar na bosta entretanto libertada.
Os que saiem e os que entram não precisam de ser pessoas. Nem precisam de pensar. Não têm aquilo que mais importante num Ser Humano que é a capacidade de se emocionar ou de ser útil à comunidade humana. Basta que influenciem o meio onde se movem. São máquinas de cumprir ordens, de defender os donos, de os promover e exibir os seus dotes e virtudes.
Os andróides existem em todos os partidos políticos. Começam por se manifestar localmente, onde existe maior versatilidade do exercício do poder. Aqui iniciam o exercício da sua acção e demonstram a sua capacidade de serem fiéis e passíveis de serem catapultados para missões mais meritórias.
Se forem aprovados pela sua defesa dos donos passam para uma nova missão mais “federativa”. Aí conquistam o direito a poderem mudar para um dono mais poderoso que os aprecia pela sua fidelidade. Se cumprirem com denodo a sua missão passam para o canil de exposições. Não têm de fazer nada a não ser abanar a cauda, lamber as mãos que os conduziram para perto de S, Bento.
Infelizmente (?) por cada andróide que conquista o seu espaço há um outro que pertence a uma outra galáxia que o tenta derrubar e ganhar o direito ao seu espaço. Os andróides são quem sofre as primeiras refregas e muitos deles perdem o direito a mudar de óleo para sempre. E andróide sem óleo emperra. Chega a altura de ser substituído. Inicia então um longo percurso de isolamento só quebrado quando consegue ganhar albergue em ONGs ou numa qualquer Igreja onde ainda pode prestar vassalagens e se pode mostrar aos novos donos.
segunda-feira, junho 20, 2011
FALTA AO NOBRE EM VALORES O QUE LHE SOBEJA NO NOME
Dividem-se os analistas políticos sobre se a eleição para o cargo de Presidente da Assembleia da República conduzirá F. Nobre ao 2º mais alto cargo da nação, ou não.
Dividem-se entre o que O PP deveria fazer e não diz que faz mas pode fazer no secretismo do voto. Outros criticam a postura do PS que deveria dizer “Amem” ao nome proposto pelo PSD seja ele qual for, para não por em causa a tradição do AR. Outros ainda opinam que se a proposta do PSD não passar, será uma 1ª derrota do próximo 1º Ministro.
Mais uma vez o entretenimento é com a árvore deixando para trás a floresta.
Esquecemo-nos da falta de nobreza de carácter da pessoa que irá ser apoiada pelo PSD, ao não apresentar a escusa de ser candidato, evitando assim uma divisão entre quem tem de estar preocupado com coisas bem mais importantes para o país que o preenchimento do ego da figura sinistra do senhor Fernando Nobre.
Deveria ser ele que ao tomar uma atitude de desprendimento em relação a si próprio, com isso diria a todos nós que afinal estamos enganados. Enobrecia-se e capitalizaria com isso o seu futuro pessoal e político.
O senhor Nobre ao insistir em impor-se, hipotecou o seu futuro político, profissional e pessoal. Tornou-se um peso. Assim decida ir às Berlengas e visitar o fundo do mar na “meia-via”. O Nobre é vaidoso, ensandeceu e está a dar um péssimo exemplo a todos nós que temos de ceder em tanto para colectivamente podermos reconstruir o nosso futuro.
Nobre suicida-te antes de ires a votos.
Dividem-se os analistas políticos sobre se a eleição para o cargo de Presidente da Assembleia da República conduzirá F. Nobre ao 2º mais alto cargo da nação, ou não.
Dividem-se entre o que O PP deveria fazer e não diz que faz mas pode fazer no secretismo do voto. Outros criticam a postura do PS que deveria dizer “Amem” ao nome proposto pelo PSD seja ele qual for, para não por em causa a tradição do AR. Outros ainda opinam que se a proposta do PSD não passar, será uma 1ª derrota do próximo 1º Ministro.
Mais uma vez o entretenimento é com a árvore deixando para trás a floresta.
Esquecemo-nos da falta de nobreza de carácter da pessoa que irá ser apoiada pelo PSD, ao não apresentar a escusa de ser candidato, evitando assim uma divisão entre quem tem de estar preocupado com coisas bem mais importantes para o país que o preenchimento do ego da figura sinistra do senhor Fernando Nobre.
Deveria ser ele que ao tomar uma atitude de desprendimento em relação a si próprio, com isso diria a todos nós que afinal estamos enganados. Enobrecia-se e capitalizaria com isso o seu futuro pessoal e político.
O senhor Nobre ao insistir em impor-se, hipotecou o seu futuro político, profissional e pessoal. Tornou-se um peso. Assim decida ir às Berlengas e visitar o fundo do mar na “meia-via”. O Nobre é vaidoso, ensandeceu e está a dar um péssimo exemplo a todos nós que temos de ceder em tanto para colectivamente podermos reconstruir o nosso futuro.
Nobre suicida-te antes de ires a votos.
domingo, junho 19, 2011
O PERIGO DOS TRATAMENTOS DE BELEZA
Uma senhora de meia-idade teve um ataque de coração e foi parar ao hospital.
Na mesa de operações, quase às portas da morte, vê Deus e pergunta:
- Já está na minha altura?
Deus responde:
- Ainda não. Tens mais 43 anos, 2 meses e 8 dias de vida.
Depois de recuperar, a senhora decide ficar no Hospital e fazer uma lipoaspiração, algumas cirurgias plásticas, um facelift,...
Como tinha ainda alguns anos de vida, achou que poderia ficar ainda bonita e gozar o resto dos seus dias.
Quando saiu do Hospital, ao atravessar a rua, foi atropelada por uma ambulância e morreu.
A senhora, furiosa, ao encontrar-se com Deus, pergunta-lhe:
- Então eu não tinha mais 40 anos de vida? Porque que é que não me desviastes do caminho da ambulância?
Deus responde:
- Porra! Eras tu? Nem te conheci!!!!
Uma senhora de meia-idade teve um ataque de coração e foi parar ao hospital.
Na mesa de operações, quase às portas da morte, vê Deus e pergunta:
- Já está na minha altura?
Deus responde:
- Ainda não. Tens mais 43 anos, 2 meses e 8 dias de vida.
Depois de recuperar, a senhora decide ficar no Hospital e fazer uma lipoaspiração, algumas cirurgias plásticas, um facelift,...
Como tinha ainda alguns anos de vida, achou que poderia ficar ainda bonita e gozar o resto dos seus dias.
Quando saiu do Hospital, ao atravessar a rua, foi atropelada por uma ambulância e morreu.
A senhora, furiosa, ao encontrar-se com Deus, pergunta-lhe:
- Então eu não tinha mais 40 anos de vida? Porque que é que não me desviastes do caminho da ambulância?
Deus responde:
- Porra! Eras tu? Nem te conheci!!!!
sábado, junho 18, 2011
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