terça-feira, junho 21, 2011

OS ANDRÓIDES
Esta palavra andróide (ou android) entrou definitivamente no léxico dos mais expeditos em matéria de novas tecnologias e estende-se rapidamente ao comum dos mortais.
Na sua origem representava um robot que imitava na perfeição a figura humana, sendo um elemento fundamental na literatura de ficção científica do autor russo Isac Asimov. Hoje refere-se a programas informáticas com aplicações diversas, nomeadamente nos telemóveis mais evoluídos.
Para o que pretendo vou retomar os nossos parceiros robots que nos deixaram ou com um sorriso nos lábios na Guerra das Estrelas com os míticos C-3PO e o amigo R2-D2. Ou então a intensidade dramática de Blade Runner. São esses andróides que me servem de figura retórica para exemplificar o afluxo de partidas e chegadas de andróides ao mítico palácio dos sonhos que é o exercício do poder.
Extinto que é o poder socialista que ainda levará uns meses a desmantelar por completo do aparelho de estado a que se agarrou como uma carraça pestilenta, há que substitui-los pelas novas moscas e moscardos que irão chafurdar na bosta entretanto libertada.
Os que saiem e os que entram não precisam de ser pessoas. Nem precisam de pensar. Não têm aquilo que mais importante num Ser Humano que é a capacidade de se emocionar ou de ser útil à comunidade humana. Basta que influenciem o meio onde se movem. São máquinas de cumprir ordens, de defender os donos, de os promover e exibir os seus dotes e virtudes.
Os andróides existem em todos os partidos políticos. Começam por se manifestar localmente, onde existe maior versatilidade do exercício do poder. Aqui iniciam o exercício da sua acção e demonstram a sua capacidade de serem fiéis e passíveis de serem catapultados para missões mais meritórias.
Se forem aprovados pela sua defesa dos donos passam para uma nova missão mais “federativa”. Aí conquistam o direito a poderem mudar para um dono mais poderoso que os aprecia pela sua fidelidade. Se cumprirem com denodo a sua missão passam para o canil de exposições. Não têm de fazer nada a não ser abanar a cauda, lamber as mãos que os conduziram para perto de S, Bento.
Infelizmente (?) por cada andróide que conquista o seu espaço há um outro que pertence a uma outra galáxia que o tenta derrubar e ganhar o direito ao seu espaço. Os andróides são quem sofre as primeiras refregas e muitos deles perdem o direito a mudar de óleo para sempre. E andróide sem óleo emperra. Chega a altura de ser substituído. Inicia então um longo percurso de isolamento só quebrado quando consegue ganhar albergue em ONGs ou numa qualquer Igreja onde ainda pode prestar vassalagens e se pode mostrar aos novos donos.

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