sexta-feira, julho 20, 2007

PESSOAS
Ontem fui a um funeral. Morreu o Sr. Abel. Professor (escrevi assim de propósito) de condução. Foi ele que com uma paciência infinita conseguiu que eu tirasse a carta de condução há cerca de 40 anos, numa altura em que a loucura era o meu estado de espírito constante. Ao longo do tempo e desde essa altura fui cimentado uma grande e respeitosa amizade pelo Sr. Abel. Na Associação vim a conhecer a sua generosidade e capacidade de entrega a causas sociais. Vim a conhecer o seu filho mais velho que dono de uma enorme capacidade intelectual a par de uma grande inteligência e um humor sempre acutilante, se tornou parceiro de inúmeras tertúlias que terminavam invariavelmente quando o dia já começava a despontar. Com isso mais me aproximei do Sr. Abel.
Mais tarde fui encontrá-lo no PS quando eu me aproximei desse agrupamento político. Também ali, na actividade política e cívica o Sr. Abel era uma referência. Foi Presidente da Junta de Freguesia de S. Pedro durante uma série de mandatos. Há três anos, cansado, decidiu pôr ponto final nas suas actividades públicas. Dedicou-se ao apoio ao seu filho mais novo.
O funeral do Sr. Abel permitiu-me perceber o que querem dizer as ausências: “Muito tens, muito vales. Nada tens, nada vales”. E permitiu-me também sentir a “alegria” de rever o Abel, o Álvaro Silveira, a Ângela Sales e a irmã, a Micas. Há quanto tempo não via esta gente. E a alegria que senti. Quase que me apetece dizer, que até depois de morto o Sr. Abel me permitiu sentir bem com ele e com quem ele juntou à sua volta.
Os que não estavam… não fizeram falta.

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