SAPO FALANTE
Os mais ligados ao mundo do maravilhoso e do fantástico recordam por certo na história do “Pinóquio” aquela figura simpática do “Grilo Falante”. O senhor Grilo era a consciência do Pinóquio e, quando por qualquer razão o menino de madeira se esquecia de alguns dos valores que lhe foram incutidos pelo avô Gepeto, logo o grilito lhos recordava.
Também eu estou ligado a uma figurinha bizarra que me vai dando conversa enquanto vou matraqueando o teclado. Não se trata propriamente de “uma boa consciência”. É mais um irrequieto e muitas vezes truculento murmúrio. Tem os seus momentos bons. Mas na maioria das vezes desperta-me para coisas que eu nem sequer me recordaria não fossem os sussurros que me vai buzinando aos ouvidos.Se virem bem pela sua postura, tudo aponta para a “má conduta” a que na maioria das vezes me incentiva. Pé em cima do monitor, braço erguido a chamar a atenção para uma qualquer “caixa” que me estava a escapar.
O meu Sapo Falante tem uma postura de fidalga descortesia para com os políticos. Aí sou eu que o tenho de travar. E ele refila comigo. Depois como tem o Google e a Wikipédia à disposição, recorda-me coisas que há muito eu tinha armazenado na prateleira dos esquecimentos.
Ainda aqui há dias me chamava a atenção (a propósito de um assunto que aqui abordei) que eu não me espantasse com as reacções que me iam surgindo ao que escrevia. E para me confortar recordou-me uma citação do Churchill: “- Inimigos tenho no meu partido. Nos outros tenho adversários”.
E assim é que vou conversando em Peniche, com os que me lêem e com o meu Sapo Falante, amigo que nunca falha, mesmo quando me mete em alhadas por inconveniências que me vai soprando aos ouvidos.
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