quinta-feira, novembro 29, 2007

CRIME
Pessoa amiga esteve a conversar comigo nos últimos dias. A propósito da morte veio à “baila” a Igreja de Nª Sr.ª da Conceição.
Conheço esta Igreja há 63 anos. Foi aqui que me baptizei ainda ela era a Igreja de S. Sebastião. Adoro lá entrar e olhar para o baptistério. E para aqueles azulejos. É um templo acolhedor do sec XVIII, onde me delicio entre as memórias do passado em que acompanhava a minha mãe e a minha avó à missa, e o presente onde me perturba o estado de degradação do altar e dos painéis do tecto. Bom. A propósito desta Igreja (ou deveria dizer, capela?) disseram-me algo que me deixou PERPLEXO E INDIGNADO.
A igreja teria sido encerrada porque um dos altares ameaçava ruína. Tanto quanto sei o de S. José. Mas isso é o menos importante.
O que é grave é que ao que parece uma das pessoas que gravita em torno da paróquia, terá arranjado alguém habilidoso que faça as reparações. Ah! E que a seguir pinte de dourado as talhas dos altares, porque o tempo e as velas de cera entretanto comeram a cor original.
È que é tão caro reparar em condições aqueles objectos de arte, que arranjando alguém “curioso” que o faça, é bom para todos. Esta é a desculpa para o que parece estar a acontecer.
Custa-me a crer que isto seja verdade. Mas conhecendo, como conheço, certo tipo de voluntarismos que andam por aí, não me admira que seja assim mesmo. O que me espanta é que pululando à volta da Paróquia tanto pretenso intelectual, não haja ninguém que chame a atenção de que estas coisas não se podem fazer, porque podem degradar o património edificado para todo o sempre. É preferível desmontar o altar, guardá-lo em lugar seguro, cobrir o local com um pano com dignidade e quando houver condições, mandar restaurar. Tudo menos cobrir com tintas e materiais contemporâneos, obras de arte do sec XVIII.
Que o Diabo leve para o Inferno quem proceder com tal incúria e maldade e todos os que lhes derem cobertura com o seu silêncio ou apoio tácito.

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