1 de Novembro parece ser o dia em que tudo e todos cabem. Começa por ser o dia em que celebrando todos os santos e mártires, não se comete o deslize de falhar algum. Em alguns lugares até se constroem capelas, igrejas ou catedrais dedicadas aos santinhos todos, ou aos mártires, desculpabilizando assim qualquer falta ou omissão.

Por último é o Dia do Pão-Por-Deus. As crianças descem às ruas e com sacos cada vez maiores vão pedindo de casa em casa, guloseimas, broas e bolos. Já nenhuma aceita pão, figos ou fruta. E se aceitar é para passados uns metros os deitarem fora com um gesto de asco. O Pão-Por-Deus tornou-se um requinte em que só se aceitam as preferências de cada um e não as necessidades que lhe deram origem. E os moradores sentem-se defraudados porque perdem uma das raras hipóteses que ainda lhes restavam de fazer caridade e assim poder entrar no reino dos céus.
Com um calendário litúrgico e de memória tão rico, era inevitável este dia tornar-se Feriado Nacional.

1 de Novembro é dia de celebração de TUDO-O-QUE-NÃO-É. Ou que já foi. Ou que há-de ser. É verdadeiramente o dia em que faz sentido a alma lusa nesta osmose perfeita com o D. Sebastião em que nos tornámos. Tornou-se por mérito próprio o DIA DE PORTUGAL.
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