domingo, dezembro 30, 2007

FELIZ ANO NOVO
Por mais que seja irresístivel tentar fugir ao lugar comum, cá estou eu desejando um Bom Ano Novo aos meus familiares e amigos.
Interrogo-me pensando no que desejaria eu para 2008. Julgo que a facilidade com que nos ocorrem os votos para um ano novo, são directamente proporcionais ao sentimento de insegurança e de pavor que sentimos perante o desconhecido que nos aguarda irremediavelmente.
2008 é mais o covil de Kafka que a Montanha Mágica de Thomas Mann. Percebo a frustação e a impotência. Percebo a actualidade dos “Maias” do Eça. Sou então um idiota entre tantos outros a arranjar desculpas para a minha vacuidade.
Gosto de gostar. Gosto de estar aqui. Onde estou agora e onde estarei se alguém ler o que acabo de escrever. Desejo então para mim e para os de quem gosto, a vontade de se sentirem bem. Em 2008 espero poder continuar a interessar-me por Peniche, ainda que seja só para saber até que ponto resistirá a tanto assalto à mão armada. E não estou a falar daqueles assaltantes que são julgados nos tribunais. Em 2008 espero que não se faça nada de importante em Peniche. Tenho tantas saudades do tempo em que a minha rua era um sítio que ninguém invejava. E em que se demorava tanto tempo para cá chegar. E em que era uma aventura ir aos Remédios. Não destes fenómenos em si mesmos. Mas do que eles representavam. Desejo que 2008 seja 2008.

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