sexta-feira, dezembro 14, 2007

GRANDES OPÇÕES DO PLANOHoje estive a rever a “Canção de Lisboa”. É que perfazem 100 anos do nascimento da Beatriz Costa, e um pouco de revivalismo nunca fez mal a ninguém. Talvez por isso ao começar a ler as Grandes Opções do Plano e Orçamento para 2008, tantas memórias soltas me tivessem vindo à memória.
É mais difícil ler este documento do que os “Versículos Satânicos”. Eu que nunca fui muito dado a números gosto de ler as intenções. E depois tentar perceber o que se prevê que venham a ser as actividades mais relevantes. Mas o que vejo é um desfilar de tanta coisa, para quem diz ter tão pouco dinheiro, que desisti. Adoptei o critério de ficar vivo para ver. Os políticos estão a ficar refinados no que dizem uns aos outros.
Nas alturas eleitorais fazem uns panfletos onde descrevem o que pensam fazer, de maneira que toda a gente os perceba. Anos após ano, vão tornando-se cada vez mais elaborados, até que ninguém os perceba.
Dessa habilidade discursiva do actual Presidente já lhe conhecíamos a capacidade. Mas está a fazer dela uma fórmula mágica de actuação. Desisto. Masd não sem antes vos revelar o que li na Carta de intenções das GOP para 2008:
Orientações Estratégicas/autarquia no bom caminho/parceria/evolução nominal/Peniche-Cidade Criativa/Eixos (mais que muitos-contei 10 de repente)/ruralidade moderna/emergência/promoção integrada/oestino/sustentabilidade… e por aí fora.
Se isto fosse no tempo do Chefe Reis eu diria que demorou umas semanas até encontrar todas estas palavras e expressões. Mas já lá vai o tempo em que íamos à esquadra sem percebermos porque íamos. Mas entrava no léxico comum tudo o que lá ouviamos.
Vai virar moda ler as GOP. Que sejam muito felizes. Eu prefiro ler o Lobo Antunes ou ver a Beatriz Costa.

De qualquer forma o provérbio chinês fica em lista de espera: "O que se diz, ouve-se. O que se escreve, lê-se. O que se faz, vê-se".

Sem comentários: