sexta-feira, novembro 30, 2007

ESCOLA SUPERIOR DE TECNOLOGIAS DO MAR
No passado dia 26 de Novembro foi inaugurado o novo edifício da ESTM de Peniche. Foi um processo que se arrastou por muitos anos. Teve êxito porque encontrou uma pessoa fortemente empenhada neste processo. O Dr. Luciano de Almeida, Presidente do IPL.
Algumas coisas recordo neste processo. As guerras PS/PSD porque os segundos constituíam a Escola no papel sem nunca lhe terem atribuído verbas para o seu funcionamento. As críticas ao primeiro porque nunca fez nada para activar a Escola eram constantes. Recordo uma tarde da década de 80 e num seminário no CENFIM/FORPESCAS, o então putativo director da Escola, declarava mesmo que iria responsabilizar o PS por nada ter feito para criar e por esta a funcionar. Até hoje ainda não vi esse professor reconhecer publicamente que estava enganado nos seus juízos.
Recordo a negociação para entrega à Escola para lá funcionar, das antigas instalações do Colégio Atlântico. Recordo as negociações com a Igreja para a troca de terrenos que permitissem a construção do edifício agora inaugurado. Recordo a entrega sem ambiguidades do Engº Luís de Almeida para que tudo se fizesse com a maior celeridade. Ele terá sido convidado para a inauguração? Fotos tiradas do site da ESTM
Lamento que o 1º Ministro, não viesse dar o seu aval a esta inauguração. Ele que se diz tão empenhado no desenvolvimento tecnológico do nosso país. Lamento que o Presidente da República não tenha participado neste evento. Ele que ainda há pouco tempo esteve no Algarve a apoiar e a incentivar o aproveitamento do nosso Mar. E ele foi aliás que deu o pontapé de saída para a Escola que agora celebra uma nova etapa no seu desenvolvimento.
O Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Prof. Dr. Mariana Gago, foi quem teve a oportunidade de poder beneficiar da lufada de ar fresco que constitui esta Escola, localizada num sítio ímpar.
Muita coisa ficou pelo caminho. Muita gente ficou esquecida. Importante é o tempo que se segue. Espero que docentes e discentes, possam merecer o que agora com tanto esforço lhes é dado para trabalharem.

quinta-feira, novembro 29, 2007

CRIME
Pessoa amiga esteve a conversar comigo nos últimos dias. A propósito da morte veio à “baila” a Igreja de Nª Sr.ª da Conceição.
Conheço esta Igreja há 63 anos. Foi aqui que me baptizei ainda ela era a Igreja de S. Sebastião. Adoro lá entrar e olhar para o baptistério. E para aqueles azulejos. É um templo acolhedor do sec XVIII, onde me delicio entre as memórias do passado em que acompanhava a minha mãe e a minha avó à missa, e o presente onde me perturba o estado de degradação do altar e dos painéis do tecto. Bom. A propósito desta Igreja (ou deveria dizer, capela?) disseram-me algo que me deixou PERPLEXO E INDIGNADO.
A igreja teria sido encerrada porque um dos altares ameaçava ruína. Tanto quanto sei o de S. José. Mas isso é o menos importante.
O que é grave é que ao que parece uma das pessoas que gravita em torno da paróquia, terá arranjado alguém habilidoso que faça as reparações. Ah! E que a seguir pinte de dourado as talhas dos altares, porque o tempo e as velas de cera entretanto comeram a cor original.
È que é tão caro reparar em condições aqueles objectos de arte, que arranjando alguém “curioso” que o faça, é bom para todos. Esta é a desculpa para o que parece estar a acontecer.
Custa-me a crer que isto seja verdade. Mas conhecendo, como conheço, certo tipo de voluntarismos que andam por aí, não me admira que seja assim mesmo. O que me espanta é que pululando à volta da Paróquia tanto pretenso intelectual, não haja ninguém que chame a atenção de que estas coisas não se podem fazer, porque podem degradar o património edificado para todo o sempre. É preferível desmontar o altar, guardá-lo em lugar seguro, cobrir o local com um pano com dignidade e quando houver condições, mandar restaurar. Tudo menos cobrir com tintas e materiais contemporâneos, obras de arte do sec XVIII.
Que o Diabo leve para o Inferno quem proceder com tal incúria e maldade e todos os que lhes derem cobertura com o seu silêncio ou apoio tácito.

quarta-feira, novembro 28, 2007

IR PRÒ MANETA
Vasco Pulido Valente, publicou na ALETHEIA - Editores, o livro com cujo título publico a postagem de hoje. Refere-se às invasões francesas e à revolta lusa. Porque também celebramos agora os 200 anos destes acontecimentos, está na altura de ler alguma coisa sobre o que então se passou e que acabou por ter reflexos nos dias de hoje.A expressão que dá título ao livro tem que ver com um cabo de guerra ao serviço das invasões napoleónicas, que sem um braço, matava de forma sumária os que se lhe opunham na sua passagem no nosso país. De tal maneira que a expressão ficou ligada ao que acontece a tudo o que deixa de ter utilidade... "Ir pró maneta".
São 15,30€ de cultura que assentam bem como oferta nesta época natalícia. Sou insuspeito a recomendar este livro. O VPV é de direita e eu sou de esquerda. Mas é um investigador/historiador dos séculos XIX e XX, sério e atento. Que é importante ler. Para se poder ter uma outra visão mais correcta do que nos foi impingido durante muito tempo. E porque o saber não ocupa lugar. Recomendo a leitura.

terça-feira, novembro 27, 2007

NOVEMBRO FATÍDICO
Dia 1 de 1755
Terramoto de Lisboa

Dia 22 de 1963
Assassinato de John F. Kennedy

Dia 25 de 1967
Cheias da Grande Lisboa

Dia 25 de 1975
O Fim do PREC

Dia 23 de 1991
Morte de Freddie Mercury por SIDA

Dia 22 de 2007
Morte de Maurice Béjart

segunda-feira, novembro 26, 2007

NOTÍCIA DE HOJE DA LUSA
Mais de uma dezena de associações de armadores de todo o país reúne-se terça-feira em Peniche para analisar os problemas provocados pelo aumento dos combustíveis, admitindo agendar um protesto com as embarcações em terra.·
O presidente da Associação de Armadores de Peniche, Humberto Jorge, disse hoje à Lusa que o encontro vai reunir as organizações mais representativas da pesca portuguesa.·
"A situação chegou ao limite com o preço do petróleo a aumentar todas as semanas e a chegar a valores inimagináveis. Vamos analisar a situação e admitimos deixar os barcos em terra", afirmou Humberto Jorge.·
O responsável adiantou que do encontro deverá ainda sair um documento para ser entregue à tutela, alertando para o facto "das empresas estarem asfixiadas" e a pedir que o Governo "ao menos discuta o problema com as associações já que até agora ainda não o fez".·
Referindo que o sector "não pretende pedir dinheiro ao Governo", o dirigente defendeu que a tutela deve contribuir para uma solução com medidas como o aumento do IVA do peixe ou um plano de modernização da frota "à semelhança do que se passa noutros países da União Europeia".·
Segundo o dirigente e armador, os custos de exploração triplicaram nos últimos três anos e as receitas diminuíram.·
Os armadores sustentam que não têm forma de fazer repercutir nos consumidores o aumento dos custos de produção (combustível para as embarcações) que surge em consequência da escalada do preço do petróleo.·
"O peixe é vendido em regime de leilão e os preços da venda têm baixado enquanto os custos da exploração aumentam", sustentou.
LUSA

domingo, novembro 25, 2007

24 DE NOVEMBRO
Ramos Horta (Presidente de Timor-Leste) anuncia ir propôr Durão Barroso (Presidente da Comissão Europeia) para o Prémio Nobel da Paz. Sou eu que estou doido ou não percebi a notícia?

sábado, novembro 24, 2007

A Maria da Boa Viagem

Um destes dias tonei a vê-la. À Maria da Boa Viagem. Como é que eu a posso descrever para que me percebam. Vivia n` minha rua. A dois passos de mim. Morava numa casa com um quintal, onde também morava a mãe do Quinzico e ele próprio. A Maria da Boa Viagem era daquelas raparigas que enche uma rua. De alegria e de esperança. Jogava à “Banca”, mas também dava uma perninha no futebol. Ninguém que se metesse com ela ia sem troco. Fosse verbal ou ao estalo. E quando a mão falhava, havia sempre por perto uma pedra ou um bocado de pau.
A Maria da Boa Viagem é uma memória do nosso passado colectivo, quando a bola de trapos ou feita de bexiga de porco era rainha das ruas. E fugíamos como o “diabo da cruz” do Coelho e do Carocé (policiais dos velhos tempos).
Quando os médões eram cenário de jogos de capa e espada. E as ruas eram poucas para os jogos de polícias e ladrões. Quando os jogos eram no Alto da Vela na adivinhação na linha do horizonte, do barco que se aproximava, pela forma mais ou menos bojuda, pelo tipo do mastro ou até pela maneira como se fazia às ondas e as cortava.
A rua nesse tempo era uma escola de criatividade, onde o jogo do “virinhas” ou do “botão” eram uma preciosidade no desenvolvimento da “psicomotricidade fina”. Nome esquisito que os técnicos inventaram para distinguir os espertos e ladinos dos que perdiam sempre botões e “abafadores”. Como eu. Tempo das corridas com carros de cana e de rodas de cortiça. Tempo dos jogos de “Batos”, aqueles seixos redondos e lisos da praia do Porto de Areia que a Maria da Boa Vigem e as outras raparigas jogavam com maestria e com tal velocidade que nos punham os olhos tortos.
A rua nesse tempo era o império das crianças. Nela todos aprendemos melhor ou pior a defendermo-nos, a sermos inventivos e desenrascados. E protegidos. Havia sempre alguém por perto que nos conhecia e aos nossos Pais e sabíamos que os excessos chegariam sempre ao seu conhecimento. A rua era um tempo em que as palavras vizinho ou vizinha fazia sentido, porque era sinónimo de solidariedade e de sociabilização.
Na rua a Maria da Boa Viagem era rainha. Ou princesa dada a idade. Era uma líder. Era uma referência.
Eao rever a Maria da Boa Viagem que hoje não sei onde mora, todo esse tempo me veio à memória. Gritámos um para o outro a alegria de nos revermos. Dois beijos da velha amizade foram trocados. Ela e eu falámos das nossas idades. Do meu irmão que ela há anos que não vê. Falámos das varizes dela e da minha “barriga de mestre”. Despedimo-nos sem garantias de nos vermos nos próximos tempos. Mas com a certeza de que a nossa RUA mereceu a pena. Até lá, até sempre Maria da Boa Viagem. Nome de santa que não foste e de Festa que foste.
Menina e Mulher do meu tempo. E da minha rua. Que tem tanto para contar. Assim vá tendo eu memória e talento para poder recordar.
Crónica publicada no jornal local de 01/05/97

sexta-feira, novembro 23, 2007

TEXTOS DOS OUTROS...
Ou por isto, ou por aquilo, ou por nada, apeteceu-me ir buscar um texto que não me pertence e publicá-lo hoje aqui. Trata-se de um texto compulsivo desse grande profissional da Rádio e da Fotografia, infelizmente tão mal tratado em Peniche. Refiro-me ao Hélder Blayer. Publico este seu texto em oposição a tanta "macaquice" que se vê por aí.

Somos todos muit’a bons, trá lá lá.
You just don’t get it, do you?
Ou
Some men see things as they are and ask why,
I dream of things that never were and say why not.
(Robert Kennedy)

“It’s all the same fucking day, men!”
(Janis Joplin’s)

Pruridos

Tive em tempos a certeza e a glória de meter na cabeça que não sabia escrever informaticamente falando, quando se tratava de expor ideias e não histórias, peças jornalísticas e reportagens inquietantes. No computador, só trabalho, só transcrições, notícias e afins.

Infelizmente só há pouco tempo decidi que estava estupidamente enganado, somando a todas as outras “estupidezes” cometidas. Holly Shit!

“Try just a little bit harder”
(Joplin’s ,quem mais)

Diz-se que está tudo escrito. É mentira. Diz-se que tudo está pensado. Verdade. Ou consequência, vá-se lá saber.
Ponham no papel. Força, se são capazes.
“Maior justiça social, mais para os que têm menos, etc., etc., etc.”.
Boa.
“Palavras, leva-as o vento”. Leva nada. O vento, a única coisa que consegue levar é o nosso mau cheiro, para mais longe. Até cheirarmos mal em tudo quanto é canto.
“Vamos ser sérios!”, “você não está a ser sério!”, “seja sério!”, “não falo com gente que não consegue ser séria!”.
Palavras, come-as quem quer. “De intenções, está o inferno cheio”.
E a terra, não? E nós, também não? Mas ainda há alguém à face da terra que não esteja farto e cheio e farto e redondamente obeso de intenções? Quantos são? Venham eles, que eu não tenho medo!
Calem-se as bestas, a partir de hoje é proibido ter somente intenções, apenas ideias.
Força, é preciso é força, é preciso, tal como já dizia o célebre outro, “arregaçar as mangas” e fazer alguma coisa pela vida. Mas fazer a sério. Da boca para fora, estamos todos saciados, aliás, só nos apetece é vomitar. Não há pança que aguente mais.
Mas há alguém que trabalhe única e exclusivamente em prol dos outros? Pois, só dá é vontade de rir. E sabem porquê? Porque são tão poucos que só nos parecem é anormais. Anormalóides, broncos, interesseiros (ora bem) e por aí além.
Como somos todos muito espertos e temos a mania que, a nós, ninguém nos leva! (nem cala), desconfiamos de todos quantos não nos querem mesmo levar, pelo menos à descarada.
Porque afinal, não há mal nenhum em ser levado, se ao menos soubermos que o estamos a ser. Sim, porque eu sou levado, mas ninguém pense que não estou farto de saber que sou! Ouviram? Não? Tanto faz.
As praias só devem ser limpas se eu tiver oportunidade de dizer que fui eu que as limpei. Senão não interessa. As coisas só devem estar mal se for eu o primeiro a dizer que está tudo mal. Senão, também não interessa.
Só posso ignorar tudo o que até agora se passou, se for eu a dizer que, a partir de amanhã, vou fazer melhor do que alguma vez existiu.
Mandem o partido à fava (ou à pevide, tanto faz) e façam algum pela vida. Pela vida de todos, se todos quiserem. Se não quiserem, pois sim, façam-no à mesma. E vão ver que em vez de terem tanto que falar, vão ter muito mais com que se orgulhar.
Vivam os computadores.

quarta-feira, novembro 21, 2007

(IN)CONFIDÊNCIAS

Na sequência de outros bons conselhos que tenho dado para ganhar as próximas eleições ao PCP, ando cá com uma ideia maluca.
Para ganhar as eleições é preciso votos (ganhar votos). Ora quem vota são as pessoas. Então tenho de convencer as pessoas a mudarem o seu sentido de voto. Estou a referir-me aquele grupo de umas quantas centenas que ora vota aqui, ora vota ali, ora vota acolá, consoante se vão alterando as suas ideias sobre os grupos concorrentes e acima de tudo sobre os candidatos a Presidente de Câmara.
Feito o estudo sociológico deste grupo, trata-se de uma faixa etária bem definida. São pessoas com um grau de escolaridade entre o 2º Ciclo e o Ensino Secundário. Interessam-se por futebol e frequentam cafés, Associações de Bairro ou locais um pouco mais sofisticados. Até gostam de discutir política. E têm opinião sobre quase tudo.
Perguntam-me como foi possível eu chegar a estes resultados. É simples. Consultei os últimos três cadernos eleitorais onde tinha descarregado os votantes. São mais ou menos sempre os mesmos. É claro que não descarreguei para os meus dados alguns dos que votam sempre NO SEU PARTIDO, haja o que houver. Esses não me interessaram para o estudo.
Depois pensei, o que hei-de fazer para atingir esta gente de forma a fazê-los detestar em primeiro lugar o PCP, e depois levá-los a votar em mim? EUREKA!!!
Arranjo um novo Jornal na terrinha. Um nome insinuante para o cidadão comum. Um jornalista que ninguém conheça cá na terra e que se preste a fazer de proprietário do Jornal e depois é avançar.
É claro que os parvos dos habitantes do Concelho de Peniche não vão perceber nada de nada. Se houver umas discussões no Jornal, melhor ainda. As pessoas gostam é de má-língua. Uns dissidentes vêm sempre a calhar. São geradores de polémica.
Não são precisos jornalistas. Os artigos não precisam de ser assinados. E assim ninguém percebe quem escreveu o quê.
Exploradas as quezílias de quem tem o poder, é a altura de começar a insinuar devagarinho de quem pode ser o SALVADOR DA PÁTRIA. E como o cidadão comum tem memória de galinha, é fácil conseguir que mude o seu voto. E assim perdem as eleições os que lá estão e ganham as eleições os que já lá estiveram.
É claro que tudo isto é um mundo de fantasia construído por mim e qualquer semelhança com alguma coisa que esteja a acontecer em Peniche, é pura coincidência.

terça-feira, novembro 20, 2007

REFLEXÕES

Um homem deve morrer orgulhosamente quando já não lhe é possível viver orgulhosamente. A morte que sobrevém em circunstâncias desprezíveis, a morte que não é livre, a morte que ocorre quando não deve ocorrer, é a morte dum cobarde. Não temos o poder de evitar o nosso nascimento; este erro, porém, pois às vezes é um erro, pode ser rectificado se o desejarmos. O homem que se elimina realiza um dos actos mais notáveis. Quase merece viver por tê-lo praticado.

Nietzsche

segunda-feira, novembro 19, 2007

Amor:


Em todo o homem existe a imensidade e a pequenez... A pequenez é isto, a terra, a casa, a cama fofa, a mulher quente, horários e deveres, o filho com que tu sonhas. E o dinheiro, a posse das coisas. Os homens julgam-se donos delas, mas são prisioneiros: das coisas, do amor, dos hábitos. Só é pobre quem quer ter mais, ser rico... O mundo é todo meu, se o desejo como imensidade, sem termos nem fronteiras. E a mulher é parte disto, um património, um contrato, uma prisão. A estabilidade, a vida regular. Tu queres que eu fique, que eu renuncie à liberdade, para um afundar no teu dia-a-dia...

Mas ser homem é dominar os desejos e ambições, romper as cadeias! Eu não tenho nada, ninguém, pior que tu, mas a mim nada me pode prender: pertenço à imensidade, o céu é meu mesmo através das grades, anda comigo, está-me no sangue. Nem a fome, nem o frio, nem o chão duro, nem a noite, nem a polícia, nem as navalhas mo podem tirar. Livre. O que me sufoca e me destrói é sentir-me retido, possuído...
O amor prende. E que mulher se sujeita ao que eu passo, ao preço que eu pago? Tu irias comigo, e não tardaria que quisesses parar, ter uma janela com cortinas, flores, um berço...
Não eras capaz de resistir. De passar sem isto. Farias tudo para me reter e punir, acabavas por ser pior que um tropeço: uma inimiga! Ou era eu que acabava por te odiar. O homem tem de encontrar sozinho o seu caminho, a liberdade ou a morte... Perdoa-me! Talvez eu volte um dia – serás tu a mesma?

PS:Um dia, já não sei onde, encontrei este texto maravilhoso. Guardei-o, tendo cometido um dos grandes erros que se podem cometer nestas circusnstâncias, sem ter o nome do autor. O Texto é tão lindo que não resisto a publicá-lo, com a reserva já referida. Não fui eu que o escrevi e não sei quem foi... Tenho pena de não saber escrever assim.

domingo, novembro 18, 2007

Liberdade
Nos meus cadernos da escola,
Na minha carteira, nas árvores,
Sobre a areia e sobre a neve,
Escrevo o teu nome.

Em todas as páginas lidas,
Em todas as páginas em branco,
Pedra, sangue, papel ou cinza,
Escrevo o teu nome.

Na selva e no deserto,
Nos ninhos e nas giestas,
Na memória da minha infância,
Escrevo o teu nome.

Em cada raio da aurora,
Sobre o mar e sobre os barcos,
Na montanha enlouquecida,
Escrevo o teu nome.

Na saúde recuperada,
No perigo desaparecido,
Na esperança sem lembranças,
Escrevo o teu nome.

E pelo poder de uma palavra,
A minha vida recomeça,
Eu renasci para reconhecer-te,
Para dizer o teu nome:

Liberdade.

Paul Éluard

sábado, novembro 17, 2007

Espera
Horas, horas sem fim,
Pesadas, fundas,
Esperarei por ti
Até que todas as coisas sejam mudas.

Até que uma pedra irrompa
E floresça.
Até que um pássaro me saia da garganta
E no silêncio desapareça.
Eugénio de Andrade

sexta-feira, novembro 16, 2007

SOMOS MESMO DO PIORIO…
A obra é no cruzamento da R. dos Hermínios com a Marechal Gomes Freire de Andrade. O Prédio em construção é “altinho”. Os quatro operários são todos jovens. Alguns foram alunos da escola da Atouguia quando eu lá estava.
Estão a trabalhar no telhado. Nem um tem capacete. Não existem redes protectoras para eventuais quedas.
Não sei quem é o Engº Responsável pela obra, porque há muito que o cartaz que deveria informar estas coisas desapareceu da vista dos munícipes. A senhora Câmara, estupidamente insiste em ignorar as evidências. PSD/PS/PCP, todos dizem curtir as populações, mas estão-se borrifando para o que lhes pode acontecer. E não querem “chatices” nem serem incomodados. A fiscalização nunca está quando é precisa.
Arre “porra” que é demais.

quinta-feira, novembro 15, 2007

DOIS PESOS DUAS MEDIDAS
Li com atenção a apreciação crítica do PS a dois anos de mandato do PCP. Independentemente de se tratar de um documento de cariz político, em que a base da apreciação nunca é a honestidade intelectual, mas o bota-abaixo habitual, dois aspectos me parecem extremamente curiosos.
Um dos assinantes é um vereador substituto que não participou activamente nas actividades autárquicas durante estes dois últimos anos. Falta de solidariedade para com a análise elaborada pelo ex-presidente-a-quem-não-passa-pela-goela-ter-perdido-as-eleições?
Outra coisa que me deixou perplexo foi quando a certa altura do documento se diz: “Por outro lado, a sua actuação tem-se pautado pela realização de “ Festa “ e “ romaria “, algumas de duvidosa qualidade e de outras com encargos financeiros extremamente elevados” É espantoso como uma pessoa que promoveu uma festa de arromba para celebrar o “Big Brother” consegue afirmar o que atrás se refere. Alguém que celebra o BB, fica sem autoridade moral para criticar quem quer que seja que venha a seguir e pague para se ver e ouvir o Zé Cabra. Ou então, ou eu endoideci. O que vale a estas pessoas é que somos uma população de ideias curtinhas e de memória fraquinha. Se não fosse isso…

quarta-feira, novembro 14, 2007

INCOMPREENSÍVEL
Duas notícias de ontem deixaram-me mais parvo do que já sou habitualmente. A primeira abriu os Telejornais de todas as televisões e foi manchete de alguns jornais: O piloto do helicóptero que teria caiu no combate aos incêndios recentes, não teria experiência no desempenho de tal actividade.
Nem sequer me vou dar ao trabalho de discutir o conteúdo da notícia. O que para mim é de loucura é que isto seja a notícia mais importante do dia. Com tantos problemas graves que o país atravessa, esta é a que importa sublinhar. Se assim é este país vai realmente bem e o Sócrates tem razão em tudo o que diz e faz.
A outra notícia que ouvi foi a da atribuição do Prémio Anual de Professores que ontem teve lugar. O presidente do Júri é o Dr. Daniel Sampaio que afirmou a certa altura: “Só quem não percorre as Escolas não vê o desânimo que se instalou. A falta de motivação, o medo.”
Há dois ou três dias dissemos isto mesmo aqui neste blog. Daniel Sampaio não é propriamente um agente da oposição a denegrir o esforço desenvolvido pelo Governo. É uma pessoa séria e intelectualmente honesta. O 1º Ministro e a Ministra da Educação fizeram orelhas moucas a este alerta. Fizeram mal. Estão a destruir o capital de confiança que muitos portugueses neles depositaram. É pena quando se perde por falta de honra e de capacidade de corrigir o que de errado se está fazendo.
Mas que importa isto? Importante mesmo é a falta de treino dos pilotos.

segunda-feira, novembro 12, 2007

GUILHERMINA “BATERREMOS”
Perfazem hoje 46 anos que morreu a minha avó. Figura dominante da minha família paterna. Sempre me habituei a ver o meu avô como uma pessoa bonacheirona. Recordo-o a ouvir na rádio as histórias do “Zequinha e da Lélé” com o Vasco Santana e a Elvira Velez, rindo a bandeiras despregadas, agarrado à barriga, todo ele estremecendo sempre que soltava uma gargalhada do fundo de si mesmo.
A minha avó não. Era uma figura sisuda. Pequenina. Com as pernas muito arqueadas. Sempre a trabalhar e a ganhar dinheiro. Quando mais tarde na Escola ouvi falar do matriarcado, era a minha avó que eu imaginava. O meu pai venerava-a para além de tudo o que era razoável e os dois estabeleceram desde sempre uma relação cúmplice de que a minha mãe foi a grande vítima.
O meu irmão com 3 anos de idade passou para a tutela da minha avó, tendo sido criado por ela até à sua morte. Eu era escorraçado lá de casa à vassourada, como indesejável, até o meu avô morrer. A partir daí passei a poder ter entrada em casa dela e quando o meu irmão foi estudar para Tomar, eu era quem ia dormir a casa dela para lhe fazer companhia. Até que também eu próprio fui estudar para Lisboa.
Um mês e 15 dias depois de ter saído de Peniche, numa manhã de Domingo, recebeu-se um telefonema na “Porcalhota” (antecessora da Amadora) a dizer que a minha avó tinha morrido. Eu tinha lá ido visitar os meus tios e a partir daí passei a associar a essa deslocação a morte dela.
A minha avó Guilhermina comeu castanhas no dia de S. Martinho e no dia seguinte um ataque cardíaco levou-a definitivamente.
Poucas pessoas se lembram da minha avó. Mas as que se lembram, recordam-na a forrar caixões na R. Latino Coelho ou a fazer renda de bilros à janela de casa na R. Joaquim António de Aguiar. A minha avó foi a “mulher dos caixões” durante muitos anos no século passado. Ela enterrou umas centenas largas de pessoas da terra e com isso supria as dificuldades dos fracos rendimentos familiares quando o meu avô foi preso após o 28 de Maio.Nunca gostei muito da minha avó, mas curiosamente recuperei a grande maioria das coisas que se encontravam em casa dela e decorei a minha casa com elas. Posso não gostar dela, mas ainda hoje a sinto como uma presença dominante e dominadora. E afinal vivo hoje na casa que era dela. Estou hoje a beneficiar de cada vassourada que levei quando era miúdo. As voltas que o mundo dá…

domingo, novembro 11, 2007

EDUCAÇÃO: FACTOR DE DESÂNIMO?
Lembro-me como se fosse hoje: quando li o seu livro, fiquei a respirar melhor.
José Manuel dos Santos

Um destes dias encontrei um amigo meu, que foi meu aluno nos meus primeiros anos de professor em Peniche e que se veio a tornar professor ele próprio. Sempre que estou com ele discutimos. Métodos e atitudes. Ele é ideologicamente próximo das teses da FENPROF, eu sou um crítico das atitudes egocêntricas dos Sindicatos em geral e dos Sindicatos dos Professores em particular. Isto é o suficiente para discutirmos, a nossa amizade repõe no fim todas as feridas abertas.
Mas desta vez fiquei perturbado. O meu amigo era uma pessoa revoltada. Revoltado e sem motivação e ambição para fazer melhor. Ao longo do tempo sempre o vi discordante. Mas no que dizia respeito a entusiasmo pelas actividades escolares, nunca o vi fraquejar a não ser agora.
Mas mais grave senti-o a acreditar no medo que dizem grassar aí por entre o funcionalismo público. Medo de ser acusado de não concordar com as alterações produzidas no Ministério da Educação. Medo de ser menos atento e venerador pelas chefias.
Eu não posso acreditar que isto seja verdade. Isto é, acredito que ele tenha medo porque o vi espelhado no rosto dele. Vi-o pedir-me para falar mais baixo. Mas não posso acreditar que depois de tudo o que já passámos neste país, que haja razão para ter medo.
Acredito que umas quantas alimárias tenham suscitado esse medo. Tenham gerado ondas de choque que atingiram a generalidade dos professores. Se assim é, com a maior urgência alguém deveria desmontar este clima. Que só pode servir os incompetentes e os que são incapazes de uma qualquer ideia para melhorar um sector que ao longo de mais de 50 anos tem sido tão maltratado.
Gostava de poder continuar a dizer: quando vejo uma escola, sinto meu coração rejubilar. Mas assim não dá.
Alguém anda a dar cabo dos poucos que ainda se interessavam pela causa da educação. Não basta dizer que queremos escola para toda a vida e para todos os portugueses. É preciso que possamos acreditar nisso.

sábado, novembro 10, 2007

PARA ADULTOS ALTAMENTE CONTEMPORÂNEOS(1)

Dizem que todos os dias temos que comer
uma maçã para o ferro
e uma banana para o potássio.
Também uma laranja,
para a vitamina C,
meio melão para melhorar a digestão e uma
chávena de chá verde sem açúcar
para prevenir a diabetes. Todos os dias temos que beber dois litros de
água
(sim, e logo a seguir mijá-los, que leva quase
o dobro do tempo que os levei a beber).

Todos os dias temos que tomar um Activia ou um iogurte
para ter 'L. Cassei Defensis', que ninguém sabe
exactamente que merda é que é
mas parece que se não ingeres
um milhão e meio todos os dias começas a ver toda a gente
com uma grande diarreia
ou presos dos intestinos.

Cada dia uma aspirina, para prevenir os enfartes
mais um copo de vinho tinto, para a mesma coisa.
E outro de vinho branco, para o sistema nervoso.
E um de cerveja, que já não me lembro para que era.
Se os tomares todos juntos
mesmo que te dê um derrame cerebral ali mesmo
não te preocupes
pois o mais certo é que nem te dês conta disso.

Todos os dias tens que comer fibras.
Muita, muitíssima fibra
até que sejas capaz de defecar uma camisolona bem grossa.

Tens que fazer quatro a seis refeições diárias
leves
sem te esqueceres de mastigar cem vezes cada garfada.

Ora, fazendo um pequeno cálculo
apenas a comer
vão-se assim de repente umas
cinco horitas. Ah, depois de cada refeição
deves escovar bem os dentes, ou seja:
depois do Activia e da fibra os dentes
depois da maçã os dentes
depois da banana os dentes
e assim, enquanto tiveres dentes
sem te esqueceres nunca de passar o fio dental
massajador das gengivas e bochechar com PLAX...
Melhor, amplifica a casa de banho e põe
a aparelhagem de música lá
porque entre a água, a fibra e os dentes
vais passar horas
quase metade do dia ali dentro. Equipa-o também de jornais e revistas
para te pores a par do que se passa
enquanto sentado na sanita.

Temos que dormir oito horas
e trabalhar outras oito
mais as cinco que usamos a comer, faz vinte e uma.
Restam três horas
sempre que não surja algum imprevisto.
Segundo as estatísticas, vemos três horas de televisão
diárias.
Bem, já não podes
porque todos os dias devemos caminhar pelo menos uma meia hora.

E há que cuidar das amizades
porque são como uma planta:
temos que as regar diariamente. E quando vais de férias, também, suponho
senão as plantas morrem nas férias.
Para além disso há que estar bem informado
e ler pelo menos um dos jornais diários e
outro de uma revista séria para comparar a informação.

Ah! E temos que ter sexo todos os dias
mas sem cair na rotina:
temos que ser inovadores, criativos,
renovar a sedução.
Isso leva o seu tempo.
E já nem estamos a falar do sexo tântrico!! (A respeito disso,
relembro: depois de cada
refeição temos que escovar os dentes!)

Também temos que arranjar tempo para
a maquilhagem, a depilação/fazer a barba,
varrer a casa, lavar a roupa, lavar os pratos e já nem digo, os que
têm gatos, cães
pássaros e uma catrefada de filhos...

No total, a mim dá-me umas 29 horas diárias
se nunca parares.
A única possibilidade que me ocorre
é fazer várias destas coisas ao mesmo tempo:
por exemplo, tomas duche com água fria e
com a boca aberta, e assim bebes logo
os dois litros de água de uma vez.
Enquanto sais do banho com
a escova de dentes na boca, vais fazendo o amor,
o sexo tântrico, parado, junto ao /à teu /tua mais que tudo,
que de passagem vê TV e te vai contando o que se passa,
enquanto varres a casa.
Sobrou-te uma mão livre? Telefona aos teus amigos
e aos teus pais!
Bebe o vinho (depois de telefonares aos teus pais
vai fazer-te falta!).
O iogurte com a maçã
pode dar-te o teu par
enquanto ele come a banana com a Activia. No dia seguinte troquem.
E menos mal que já crescemos,
porque senão tínhamos que engolir mais
umas cerelacs e um Danoninho Extra Cálcio todos os santos dias.
Úuuuf!
Mas se te restam 2 minutos, reenvia isto aos teus amigos (que temos
que regar como as plantas)
enquanto comes uma colherzinha de
Muesli ou Al-Bran, que faz muito bem...
E agora vou deixar-te
porque entre o iogurte, o meio melão
o primeiro litro de água e a terceira refeição do dia
já não faço a mínima ideia o que é que estou a fazer
porque preciso urgentemente de uma casa de banho.
Ah, vou aproveitar e levo comigo a escova de dentes...

(1) - De um amigo meu recebi um email com este título como assunto e quando o abri vi este poema-texto, que não resisti a publicar aqui. Independentemente de se gostar ou não do recorte literário que comporta, a oportunidade e a justeza da crítica à nossa forma de vida actual, é verdadeiramente notável. Não sei quem é o autor. Mas aplaudo-o.

quinta-feira, novembro 08, 2007

A VITÓRIA DO CIMENTO ARMADO
O PSD nacional propõe um pacto de regime ao PS por 10 anos, na área dos investimentos públicos, no qual seria incluído o novo Aeroporto e o TGV (comboio de alta velocidade).
Não é difícil perceber as implicações de tal aliança. O que for construção civil de milhões ou de milhares de milhões, passará com o branqueamento dos dois principais partidos portugueses. E as “luvas” oferecidas a um e outro terão como resposta não uma fiscalização efectiva, mas sim um encolher de ombros ou um fechar de olhos, porque se uma vez será para um, logo a seguir beneficiará o outro.
E quem se opuser a esta Santa e Trágica Aliança? Será cilindrado! O resto que sobrava de algum pudor está a esboroar-se e a cair.
Assim é que não me espantará se em Peniche no dia de amanhã, PSD e PS acertarem agulhas e decidam concorrer em listas conjuntas para a Autarquia. O PCP é um “corpo estranho” que se introduziu na alternância democrática entre a R. Alexandre Herculano e a Av. do Porto de Pesca.
Vejo como única dificuldade o PSD engolir o Jorge Gonçalves. Mas não é nada que meia dúzia de Kompensans não resolvam. E é perfeitamente possível estudar um conjunto de ofertas que tornem aliciante aceitar a aliança.
Eu sugeriria o 2º e o 4º lugar da lista para a Câmara a atribuir ao PSD, sendo que este partido teria a presidência da Assembleia Municipal. O PPD/PSD não pode estar com muitas exigências porque está em queda desde a saída do João Augusto.
E que diabo!!! O prazer de correr com o PCP logo a seguir ao 1º mandato, vale bem o frete. Diferenças ideológicas não existem. A generalidade dos militantes de um e outro partido sabem lá o que isso é. O prazer de voltar ao Poder ainda que seja um poder pequenino, vale bem a pena. E devem ter ficado alguns compromissos por cumprir para quem não estava à espera de ser derrotado.
Temos é que arranjar uma designação para a Lista Candidata. Sugiro: “Democratas por Peniche”. Dá a entender que os candidatos do PS e do PSD são democratas, logo os outros não são. Por Peniche, porque quem não estiver aqui incluído é contra Peniche.
Estou danadinho para que seja este o caminho que vão assumir. É preciso ter consciência de que outro qualquer não levará à queda do PCP.
A mim não têm de me pagar nada pela sugestão. É de graça.
ÚLTIMA HORA
TORNADO VARRE A RUA DE Nª SRª DA CONCEIÇÃO
Junto à Igreja do mesmo nome. Junto ao cruzamento com a 1º de Dezembro. Os sinais de trânsito tombaram como figos maduros. Há pelo menos dois dias que assim vão estando. Ganhando “caminha” no local.Estas coisas acontecerem não é culpa de ninguém, a não ser dos autores de tais actos de vandalismo. O que já não pode acontecer é as coisas acontecerem e dar o aspecto de que ninguém liga importância ao facto.
Sugiro que os empregados de limpeza da Câmara Municipal recebam instruções no sentido de informarem os serviços competentes, sempre que encontrarem situações deste tipo que careçam de intervenção. Sugiro mais. Que se não o fizerem sejam sancionados.
Recordo bem as “cunhas” que se fazem sentir sempre que existe a possibilidade de vir trabalhar para a Câmara. Mesmo que seja para os serviços de limpeza. Então depois de lá estar? Já ninguém quer saber de nada? Ou são incumpridores ou são mal instruídos. Uma coisa e outra tem solução.

terça-feira, novembro 06, 2007

A MINHA IDA AO MÉDICO
Ultimamente as minhas deslocações a Lisboa só têm a ver com as revisões que habitualmente faço às diversas “maleitas” que me têm assaltado. Hoje foi mais uma vez assim.
Por razões que não vêm ao caso apanhei o metro até aos Restauradores e depois subi a R. de S. José até ao Elevador da Lavra (do Lorvão). Eu e a Anita pagámos 1,30€ cada um e lá subimos até ao cimo.
A seguir fomos passear ao Jardim do Torel. Deslumbrámo-nos com as vistas magníficas de Lisboa que vimos no Miradouro do Jardim. Almoçamos ali mesmo num Restaurante Galego com esplanada estendendo-se indolente e prazenteira. E fiquei a pensar em tantos dos destinos que custam uma fortuna, tendo nós a Cidade de Lisboa toda por descobrir. Ouvi música. Senti a poesia de Cesário Verde naquelas árvores que se erguem nas colinas ensolaradas de Lisboa. Senti os trinados de uma guitarra e a voz de Amália. Acreditam que quando cheguei ao médico me sentia tão bem que até ele se admirou?

segunda-feira, novembro 05, 2007

BPI FUSÃO COM O BCP? – NEM EM SONHOSNa noite de Halloween alguém que foi embruxado de forma bem-sucedida, ficou com a carteira limpa de dinheiro. Por entre os vapores do álcool conseguiu descobrir uma caixa multibanco no Largo Bispo de Mariana, encostou-se a ela e entre teclas e álcool etílico, acabou por vomitar de forma derradeira tudo quanto o estômago retinha.
A Caixa de Multibanco do BPI ficou feita num mar de vomitado.6ª Feira de manhã era um nojo aproximar-nos daquele espaço. Sábado e Domingo mantiveram-se os resíduos tóxicos e 2ª Feira às 14:00 ainda não tinha havido tempo para limpar aquela nojeira. Ressequido o vomitado era impossível suportar tanta "trampa".
Eu que sou um dos principais accionistas do BCP/Millennium, recuso terminantemente dar o meu aval à fusão com o BPI. Então se eles não têm tempo para limpar de vomitado uma caixa multibanco, como é que se vão preocupar em limpar as coisas menos agradáveis que se têm dito e feito no Millennium?Não. Com aqueles não quero nada. Venha outro Banco nem que seja espanhol. Esses sim têm valorizado o que têm e conseguem sacar o que de melhor nós temos cá dentro. Nem que para isso contratem alguém que nos queira limpar as caixas multibanco.

domingo, novembro 04, 2007

O PÃO QUE O DIABO AMASSOU
Há cerca de 33 anos que o PCP ataca todos os Presidentes da Câmara eleitos em Peniche. Excepto quando lhe deram um Vereador a tempo inteiro ou a meio tempo no executivo camarário. Aí as suas atitudes foram mais soft e chegaram mesmo a tornar-se colagens descaradas (como foi no caso da aprovação do PDM) ao partido do poder.
Agora que lhe toca o exercício do poder, vai recebendo em dobro o veneno que durante tanto tempo destilou.
O “Correio Popular” traz a lume uma história de favorecimento num contrato de assessoria de tal modo grosseiro que teve de ser anulado. Isto revela uma grande dose ou de estupidez ou de ingenuidade.
Então o PCP local não percebeu ainda que qualquer ardil que utilize para atingir fins ínvios, quer o PS quer o PSD já os utilizou? Se querem fazer maroteira, façam-no de forma criativa. E que diabo, com tantos assessores ou similares a girarem à sua volta, sendo que alguns deles se consideram inteligentíssimos, podiam ter feito bem melhor.

sábado, novembro 03, 2007

QUENTES E BOAS...QUENTINHAS...
A minha homenagem ao homem das castanhas que doente, aguarda por dias melhores. Agora que o frio começa a surgir, o S. Martinho está perto e a Feira da Atouguia é já 3ª feira. A foto é do H. Blayer. Continuarei aqui sempre que puder a prestar-lhe a homenagem que lhe é devida como fotógrafo excepcional que é.

sexta-feira, novembro 02, 2007

A IMPRENSA NACIONAL E PENICHE
1. Da LUSA
Peniche/cocaína: Cabo da GNR condenado a oito anos e seis meses de prisão e soldado a sete anos
2. Do Açoreano Oriental
Peniche: Interdição das áreas de pesca na Berlenga desagrada pescadores Os profissionais da pesca que operam na Reserva Natural das Berlengas alegam que estão a ser mais prejudicados do que os da pesca desportiva, face às limitações ao exercício de actividade que o plano de ordenamento vem trazer.
Um abaixo-assinado reunindo 80 assinaturas foi entregue durante a fase de discussão pública do documento, que terminou a 17 de Outubro, dando conta do descontentamento dos pescadores que "não aceitam ter uma interdição nas áreas de pesca superior à da pesca marítimo-turística", revelou à agência Lusa o presidente da comissão mista responsável pela elaboração do plano e supervisor da Reserva, António Teixeira.
Esta é uma das críticas que sai da fase de discussão do próprio plano e que deverá ser tida em conta antes da sua entrada em vigor em 2008: os profissionais da pesca alegam que há pescadores desportivos que exploram excessivamente os recursos naturais da ilha e que acabam também por ter lucros provenientes da comercialização do pescado fora da lota.
As limitações à entrada de visitantes na ilha, quer face à lotação permitida por lei (350 visitantes por dia), quer pela restrição de acesso a zonas com estatuto de protecção elevado, geram também divisões: de um lado os ambientalistas, que defendem um controlo apertado do número de visitantes para salvaguardar o património natural; do outro os que procuram tirar partido das suas potencialidades naturais e turísticas.
Se por um lado a portaria que fixa a carga humana se mostra desactualizada, por outro lado a falta de consenso irá adiar a questão para daqui a dois anos, numa fase posterior à entrada em vigor do plano, com a revisão da portaria.
Nessa altura estarão concluídos os investimentos de vários parceiros tecnológicos, entre as quais a agência espacial norte-americana NASA, que estão empenhados em dotar a ilha de infra-estruturas de geração de energia, produção de água potável e tratamento das águas residuais, capazes de criar o equilíbrio entre a preservação do património natural e a ocupação humana. Uma vintena de painéis solares e vários sistemas de armazenamento de energia estão já em fase de instalação na ilha.
Entre a vintena de reclamações e sugestões, é exigido um estatuto especial de autonomia financeira para aquele que é o espaço do território marítimo nacional com maior número de visitantes.
A ideia passa por "adequar a utilização da ilha à capacidade de gerar receita", dotando-a de condições que lhe permitam continuar a receber visitantes, salvaguardando o património natural, e obrigando quem tira proveitos da ilha possa contribuir para haver uma gestão mais cuidada do espaço.
É o caso de quem possui actividades de restauração ou alojamento, dos proprietários das duas dezenas de habitações do bairro dos pescadores ou das empresas marítimo-turísticas que asseguram a travessia desde Peniche, que no futuro poderão vir a pagar um imposto adicional tendo em conta a especificidade da ilha enquanto área protegida.
O plano de ordenamento, que prevê um investimento de nove milhões de euros até 2013, vem estabelecer um conjunto de normas, como as limitações impostas ao exercício da pesca ou à deslocação de visitantes dentro da ilha, que em caso de infracção vão dar direito à aplicação de coimas.

quinta-feira, novembro 01, 2007

DIA DE TODOS OS SANTOS/DIA DE FINADOS
1 de Novembro parece ser o dia em que tudo e todos cabem. Começa por ser o dia em que celebrando todos os santos e mártires, não se comete o deslize de falhar algum. Em alguns lugares até se constroem capelas, igrejas ou catedrais dedicadas aos santinhos todos, ou aos mártires, desculpabilizando assim qualquer falta ou omissão.Depois é o dia do grande Terramoto de Lisboa de 1755. A capital do Reino tinha-se transformado num antro de vício e pecado com o Marquês de Pombal à cabeça. Foi enviada aquela hecatombe purificadora que varreu Lisboa, como antes já Sodoma e Gomorra tinham sido devastadas pela ira do que tudo vê e nada esquece.
Por último é o Dia do Pão-Por-Deus. As crianças descem às ruas e com sacos cada vez maiores vão pedindo de casa em casa, guloseimas, broas e bolos. Já nenhuma aceita pão, figos ou fruta. E se aceitar é para passados uns metros os deitarem fora com um gesto de asco. O Pão-Por-Deus tornou-se um requinte em que só se aceitam as preferências de cada um e não as necessidades que lhe deram origem. E os moradores sentem-se defraudados porque perdem uma das raras hipóteses que ainda lhes restavam de fazer caridade e assim poder entrar no reino dos céus.
Com um calendário litúrgico e de memória tão rico, era inevitável este dia tornar-se Feriado Nacional. O que lhe deu uma importância invulgar para os funcionários públicos e demais dependentes. Aproveita-se então o dia para visitar cemitérios que é o dia que se segue sem direito a Feriado. O comércio das Flores e afins agradece. Mais uma razão para manter este Feriado singular.
1 de Novembro é dia de celebração de TUDO-O-QUE-NÃO-É. Ou que já foi. Ou que há-de ser. É verdadeiramente o dia em que faz sentido a alma lusa nesta osmose perfeita com o D. Sebastião em que nos tornámos. Tornou-se por mérito próprio o DIA DE PORTUGAL.