quinta-feira, janeiro 15, 2009

PEDRAS SOLTAS II

MIÚDO

I
Ao vento, à chuva, ao sol pela Ribeira
Descalço e quasi nu; eis meu tormento
Órfão de pai, sem ter eira nem beira…
E ninguém compreende o meu lamento.

REFRAIN
Que vida a minha…
Roubar sardinha
Para a fome mitigar.
Minha avozinha,
Pobre velhinha,
‘Spera o que eu lhe hei-de levar.
De lés a lés,
Aos pontapés
Todos me chamam ladrão.
Ai, não existe
Vida mais triste,
Mais amargurado pão.

II
Mas tenho fé em Deus Nosso Senhor,
Na proteção do seu divino olhar
Todas as noites peço com fervor
Para crescer, ser homem, trabalhar.

REFRAIN
Que vida a minha, etc, etc.

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