segunda-feira, janeiro 19, 2009

PEDRAS SOLTAS IV
Com a Copla “CAFÉS” termino a publicação dos versos da autoria de Mariano Vicente que constituíram o corpo do Musical “PEDRAS SOLTAS”, que foi apresentado em Peniche em 1940. Mais que o interesse artístico ou literário dos versos, é importante reflectir sobre o retrato social que eles representam.
Na terra de cafés e pastelarias que Peniche é hoje, parece estranho que isso aconteça quando há sessenta anos existiam só três. Deles resiste ainda hoje estoicamente um só, o “AVIZ”.

CAFÉS

CENTRAL
Sou dos três o mais antigo,
‘Stou no largo mais central;
Sou pois um colega amigo,
Não temo nenhum egual…
Ah…ah,…ah,…ah!...
Não temo nenhum egual.

BRASILEIRA
Chamam-me Brasileira
E eu nasci mesmo cá.
Nunca ouvi na Ribeira
Cantar o sabiá.
Cantar o sabiá,
Cantar o sabiá.

AVIZ
«Chegar, ver e vencer»!...
Eis toda a galhardia
Que êste meu lema encerra!...
Hei-de saber manter
Na minha «dinastia»
A fina flor da terra.
A fina flor da terra.

CORO
Quando um sómente existia
Tudo dizia
Que outro melhor não havia
E agora que somos três
Não há ninguém que não diga:
Que pobreza de cafés!...
Que espiga!...

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