terça-feira, outubro 13, 2009

ELEIÇÕES AUTÁRQUICAS EM PENICHE-2009
OS AVISOS NÃO OUVIDOS
Quem se der ao trabalho de ler os resultados das eleições autárquicas nos últimos 12 anos, retirará ilações muito claras das razões políticas do voto dos eleitores do Concelho de Peniche. Não é preciso ser uma mente brilhante. Deixo-vos esses resultados e as minhas reflexões.
--------------------1997---- 2001---- 2005---- 2009

PS---------------- 4975----4498----- 3548---- 2665
PCP/CDU ---------2566--- 3349----- 4727---- 5887
PPD/PSD----------3892--- 2865----- 3362----3771
Abstenção--------46,90%-- 49,15%-- 45,82%-- 46,56%

Comecemos pelo óbvio. A abstenção está consolidada no intervalo dos 45,00% e dos 50,00%, sendo superior na cidade relativamente à zona rural em aproximadamente 7 pontos.
Outra análise igualmente óbvia é a de que os eleitores do Concelho estão situados entre a esquerda e o centro esquerda representando mais de 2/3 dos votantes.
O PS faz transitar os seus eleitores para o PCP. Perde eleitores desde que assume a presidência em 1997 que vão sendo conquistados pela CDU. Quase na mesma proporção. Sendo o número dos actuais eleitores do PS praticamente igual aos que votavam no PCP em 1997. Curiosamente os algarismos até são os mesmos (2566/2665).
O PSD entre avanços e recuos já recuperou praticamente o mesmo número de eleitores que tinha em 1997.
Do que se pode verificar em números, sendo por isso indesmentível, podemos extrapolar para a análise política. Poderão dizer que não tenho razão nos argumentos que passo a esgrimir. Mas a certeza que tenho é a de que quer no PS, quer no PSD não há quem esteja preocupado em pensar porque razão as coisas acontecem assim e não de outra forma. Se calhar quem pode ajudar a pensar está mais preocupado em projectos pessoais e menos em projectos que envolvam todos. E quem os rodeia estará mais preocupado em servir-se e menos no interesse comum.
O PCP vai ganhando eleitores à medida que se abre à sociedade civil mas sempre com um carisma de esquerda e de atenção pelos interesses mais imediatos das populações. Os votantes reconhecem-se no sentido lúdico das propostas, na consolidação do nome de Peniche como imagem de “marca” nos média. O executivo abre-se às populações e é formado por gente comum que reconhecemos no dia a dia. Este o truque que esteve sempre à vista, para quem quis ver.
O PS afastou-se das pessoas. Começou a preocupar-se com projectos que nasciam no interior de gabinetes e sem que os seus principais beneficiários fossem ouvidos. Fechou-se em si mesmo. Esqueceu-se de quem os elegeu e foi criando um vazio à sua volta. Só os que aplaudiam importavam. As críticas passaram a ser encaradas como ataques pessoais pelo que se foram afastando todos os que pensassem de maneira diferente. Até que chegou ao ponto máximo da degradação como partido, reduzindo a sua participação no executivo camarário a um único vereador. Os responsáveis por isto já estão longe. Construíram o seu mundo próprio no qual se sentem seguros. E o PS, que é um Partido fundamental para o desenvolvimento de Peniche está cheio de bolor e a desaparecer.
O PSD tem um problema particularmente difícil de resolver. Também tem a ver com pessoas, mas tem ainda mais a ver com o seu posicionamento ideológico na sociedade. Como partido social-democrata que é, deveria orientar a sua posição para uma aproximação ao eleitorado sem novo-riquismo nem pretensiosismos. Deveria pensar seriamente nas razões que levaram a uma votação abrangente no seu candidato Luís de Almeida e na manutenção do seu presidente João Augusto durante 3 mandatos. Não foi assentando arraiais nos destroços dos outros. Foi no cordão de humanismo e de solidariedade institucional que soube tecer junto do eleitorado. Se o eleitorado é do centro-esquerda há que dar-lhe esse “arzinho” para os conquistar. Há que renovar criativamente e não na base de quem se mostra mais xenófobo ou “caceteiro”. Esse é o discurso que não passa em Peniche. Gastem o dinheiro que gastarem. Para além de que é na cidade que as eleições são ganhas, desde que se lhe juntem uns “pozinhos” de uma outra qualquer freguesia rural.
E para o PSD e para o PS fica uma última recomendação. Não se esqueçam de que não é por andarem 4 anos agora a fazer barulho e a espingardar na praça pública que ganharão as próximas eleições. Importante é os eleitores conhecerem os candidatos que propõem e reconhecerem-nos como pessoas com quem podem contar. Seja lá isso o que for.

2 comentários:

Unknown disse...

Um dos males da google é aparecerem certos blogs, medíocres e narcisistas, quando se procura algo de interessante. Mas não há nada a fazer, a não ser conviver com tal.
Mais uma vez, procurava alguma informação sobre Peniche, e não é que aparece este triste blog, que mais não é um meio do autor exprimir as suas ideias, já que verbalmente ninguém está para o aturar.
Como a curiosidade é mais forte, quando dei por mim lá estava eu a ver os seus artigos de opinião. E começo a reparar que tece opiniões sobre tudo, e ao mesmo tempo sobre nada. À vista desarmada sobressai o facto de tecer opiniões pessoais, que revelam o seu lado rancoroso e invejoso, sobre candidatos do PS e do PSD, e omite opiniões sobre os da CDU. E porque será? Se não queria que se soubesse, mais à frente direi.
Ao ler tais considerações, verifico que todos são oportunistas, novos ricos e que nunca fizeram nada que mereçam o reconhecimento da sociedade. Em certa medida compreendo, a revolta que vai dentro de si, pois quem sempre viveu da administração pública e nunca empreendeu nada que o obrigasse a trabalhar para pagar o seu salário e dos empregados, que nunca teve, faz, certamente, confusão que outros singram na vida pela sua capacidade de trabalhar, em vez viverem do ordenado vindo dos impostos de quem trabalha.
Agora pergunte, quais são as qualidades que a sua filha e mulher têm que não vê nos outros? Como sei que me permite que responda à pergunta que lhe fiz, direi que nada têm de diferente nem de igual, porque na sociedade onde vivem ninguém sabe se existem. A não ser que a candidatura para a junta da Ajuda nas listas da CDU, tenha como objectivo cobrar as quotas dos militantes da CDU, pois acredite que só uma pessoa com esse potencial de cobradora de quotas, possa encontrar quem são os PEV ( mais conhecidos pelos “Os verdes”), pois esses ninguém os vê. Pois claro, o PCP é tão puro nos seus ideais que até tem vergonha de escrever o seu nome.
Permita-me que lhe diga que andar de boina na cabeça, não lhe faz passar por pintor nem por escritor, e muito menos por alguém que possa ser tido em conta pelas suas opiniões, uma vez que já ninguém, nesta cidade, tem pachorra para o ouvir, a não ser a net. Pois essa aceita todo o lixo.
Quando ridiculariza a fotos dos candidatos do PS à junta de S. Pedro, o senhor esquece a triste figura que é, e se tiver duvidas pegue numa máquina fotográfica e tire uma foto a si, mas se não quiser sempre pode se ver ao espelho, e se tiver ainda duvidas pegue nas fotos das candidatas em quem votou e faça um poster. É triste passar a vida a pensar que pode criticar os outros e não vê que no dia-a-dia já ninguém está para o aturar e tão pouco para o ouvir.
Espero que com este reparo, tenha mais tino naquilo que escreve, porque como diz o ditado “Quem diz o que quer, ouve o que não gosta”.

Winston disse...

Bom em primeiro lugar, apraz me dar os parabens pela análise efectuada parece me clara, objectiva, isenta qb e demonstra conhecimento sobre a realidade social do municipio. Em 2º lugar acho vergonhoso e triste que alguem que, pelo texto se julge ser um tipo extremamente intelectual cheio de floriados e rodriguinhos, venha tecer algo, que nao vou chamar de criticas, mas sim de insultos de um nivel que
infelizmente ainda consigo encontrar na net. O bom disto é que o caro amigo ao menos faz rir as pessoas que leem o seu comentario, porque da idiotice que aqui espelha das duas uma, ou a malta se ri ou entao o amigo arrisca se a ter encontros de 3º grau numa esquina qualquer. Por fim resta me so deixar um pequeno reparo: Ainda bem que voce e um tipo com tomates e assume o que escreve identificando-se. Um abraço, Ricardo Fernandes