4 DE FEVEREIRO DE 1961 /4 DE FEVEREIRO 2011
Passam hoje 50 anos sobre a data em que se iniciou em Luanda a luta pela independência das Colónias Portuguesas. Tema tabu até Abril de 1974, foi a partir daí assunto muito difícil de abordar pelas marcas que deixou, pelas peras que gerou, pelos lares que entraram de luto, pelos que se sentiram espoliados por tudo o que deixaram para terem de recomeçar de novo a sua vida. Ainda agora não é fácil falar nisto.
Muitos de nós que fizeram a guerra não suportam a ideia de que esse, foi um tempo em vão. E que aquilo em que sempre aprenderam a acreditar, afinal era para deitar fora.
Escrevo estas linhas com uma cuidadosa cautela. Recuso-me a ferir na sua susceptibilidade familiares e amigos.
Os mentores da carnificina que se instalou nas antigas colónias, de Timor à Guiné-Bissau, instalados em gabinetes com ar condicionado, não tiveram sentimentos de culpa pelas campanhas organizadas contra povos que só aspiravam a serem senhores do seu próprio destino. E não me venham dizer que eles não são capazes. 800 anos de história temos nós e somos um país falido e sem futuro.
O Brasil, Angola e até Timor começam já a ser quem nos cede dinheiro para podermos sobreviver. Futuramente Moçambique e Cabo Verde vão conseguir tornar-se países economicamente viáveis enquanto esta pátria da tanga se irá afundar na corrupção e no opróbrio.
50 anos depois somos um exemplo de mediocridade enquanto os países que projectámos vivem o inicio da sua afirmação como nações de pleno direito.
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