sexta-feira, fevereiro 11, 2011

VIVER NO EQUILIBRIO
Há hora a que escrevinho estas linhas num conversando que pretendo sereno embora incisivo, já sabemos que vai ser apresentada na Assembleia da República a 10 de Março uma Moção de Censura ao Governo, que tudo apontaria para que fosse aprovada por unanimidade.
O seu proponente é um “grupelho de rapazolas” bem instalados na vida que assumiram como sua a luta de toda a Classe trabalhadora. A face visível destes fecmls e udepistas de trazer por casa são professores universitários, jovens filhos da classe média e média alta que têm a sua implantação nas grandes cidades e no litoral, onde pululam jovens entediados com uma vida sem aventuras.
Mais uma vez a luta não é contra o Socas embora ele seja o pretexto. O alvo destes bloco de pivots frustrados é o PCP que lhes retira o protagonismo junto das classes operárias, seja isso o que for.
O poder tem manifestações interessantes e esta é uma delas. A Censura não é para ocupar o lugar do censurado mas para evitar que outro seja o censurador. Mal sabia eu que tinham ficado tantos lápis azuis afiados do tempo do Estado Novo.
O Poder é exercido mal ou bem por quem o conquista. Aos vencidos resta combaterem-se entre si para terem direito ao título do vencido menos estropiado.
E o que é ridículo é que tanta gente contra o Governo a Censura não vai passar, o Governo não vai cair e não vamos ter eleições. Aos rapazinhos da “24 de Julho” também não interessaria muito eleições nesta altura. A falta de certezas numa vitória suficientemente ampla não motiva o PSD para embarcar nesta farsa. O PCP sabendo que a Censura no fundo é contra si próprio não vai aprová-la. E o Portas que haja o que houver só pretende vender cobertores na Feira do Relógio dirá que sim mas também.
A política é um exercício de equilíbrios e de cálculos matemáticos.
Se pudessem votar, médicos e juízes, professores e polícias, maquinistas e enfermeiros, desempregados e funcionários públicos, jovens licenciados e pescadores, agricultores e pequenos comerciantes, outro seria o resultado. Mas felizmente o povo não vota estas coisas. O povo limita-se a ser povo, a cheirar mal a ver “reality shows” e a andar em transportes públicos quando não houver greve.

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