sexta-feira, fevereiro 25, 2011

AI AS MINHAS CRUZES…

Dizem-me ser do tempo. Dizem-me ser dos problemas de saúde que tenho vindo a alimentar durante os últimos 10 anos. O que é certo é que estas dores nas cruzes à mais de quinze dias que não me abandonam.

E este calvário que arrasto, obriga-me a repensar que estou (sou) velho, e que a cantilena de que “velhos são os trapos” não é assim tão verdadeira. Eu que este ano já tinha pensado em fazer as provas de acesso à Universidade Sénior, vi-me confrontado com estas dores insuportáveis que nem me deixam a paz de espírito necessário para poder estudar as matérias indispensáveis para poder ingressar no curso superior dos que não têm outro curso que não seja a discussão dos segredos da casa.
Não há Centrum que me valha.
Não é verdade que o espírito é que conte em questões de dimensionar a idade de cada um. Eu queria tanto ser capaz de ser mais ágil. Eu queria tanto não ter dores.

Não é que ser velho não seja interessante. Traz recordações, memórias, saberes, que de outra forma não são alcançáveis. Traz um saber de experiência feito. Traz a aproximação rápida e inexorável do momento em que tudo se torna finito. Ou dito doutra forma, traz o momento em que nos reformamos da vida.
A única coisa que destoa de tudo isto, são estas dores nas cruzes. O melhor é ir comprar um emplastro Leão (é a única coisa para que os Leões servem) e assentá-lo nas cruzes. Ajuda-me a suportar esta insuportável dor.

Pudesse eu comprar os emplastros suficientemente grandes para cobrir a Assembleia da República e o Palácio de Belém. Mas para estas dores não há remédio. Só se importar uns milhares de árabes.

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