quinta-feira, abril 28, 2011

A PONTE VELHA
Quem passa na Rua Alexandre Herculano nem dá por isso. Vista do lado da Prageira é que se nota a sua falta. Por força das obras do fosso da Muralha, desapareceu a Ponte Velha.
Dos tempos de ir lavar roupa aos pocinhos, ou de ir jogar à bola para o Juncal. Dos domingos de futebol em que centenas de adeptos a atravessavam à noite para ir ver o GDP.
Das aventuras iniciáticas na altura da Festa da Boa Viagem. Dps tempos em que não haviam carros e sair para lá das muralhas já era uma aventura.
Sei que é inevitável o que aconteceu. Mas dói-me ver desaparecer a “Ponte Velha” de tantas recordações. À memória e associando-lhe o nome vem a origem dos bares mais sofisticados de Peniche. A “Ponte Velha” do Rui Alexandre, com os bancos de madeira e as noitadas de conversas e guitarras. Os gins que eu lá bebi…
Um tempo de construção de pessoas e de valores. De literaturices e de convicções. Um tempo em que estar na “Ponte Velha” era agarrar a oportunidade de ultrapassar o marasmo e a apatia.~
Tudo passa por aquela porta de armas, que não voltará a ser a mesma. Por ali nasceu, cresceu e se fez Peniche. Que o vento que sussurra por entre arribas e areais sem fim, permita que o teu nome passe para as gerações futuras. Se fores Ponte Nova, perdem-se as memórias de um tempo. ~Já não será a mesma Ponte Velha.

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