terça-feira, maio 31, 2011

VOTO BRANCO/VOTO NULO – EM SUA DEFESA
Nos últimos dias temos assistido a um ataque cerrado de dois partidos ditos de esquerda aos que votam em branco, anulam o seu voto ou se abstêm. Refiro-me ao Partido Comunista e ao Bloco de Esquerda. Isto corresponderá talvez a uma estratégia acordada antes das eleições que evita ataques entre os dois partidos e os une em defesa de princípios idênticos.
Alegam os dirigentes partidários dos 2 partidos, que VOTAR EM BRANCO, ABSTER-SE, ou VOTAR NULO, corresponderá a desistir do País.
Isto é, quem se demitiu de reivindicar junto dos prestamistas formas mais ligeiras de pagamento para os financiamentos que buscamos lá fora, é quem acusa portugueses que assumem por inteiro o acto de votar de serem eles os traidores à Pátria.
Quem se esconde atrás de siglas estereotipadas pode estender os epítetos que quiser aos que se assumem no pleno dos seus direitos constitucionais.
Na minha terra costuma dizer-se, “chama, antes que te chamem a ti”.
Quero afirmar bem claro que a minha leitura não é a de quem assim vota, está a desistir do seu País. Quem assim procede está a desistir dos seus políticos. Todos eles. Quem vota em branco ou anula o voto, está a dizer claramente que não acredita na classe política em exercício.
Quem se abstém está a dizer claramente que nem merecem o consumo das solas dos sapatos.
Desenvolvido por milhares que cada vez mais vão engrossando as suas fileiras, o VOTO EM BRANCO, o VOTO NULO, ou a ABSTENÇÃO, vão-se tornando a pouco e pouco a maior força política deste país. As eleições tal como estão ocorrendo com estes actores, são jogos de poder promocionais que só servem os interesses de uma classe cada vez mais minoritária, que está a perder a sua capacidade de influenciar os outros.
É ver por essa Europa fora, no Norte de África, os milhares que se vão erguendo, e com o seu protesto derrubando Governos e desacreditando os partidos em geral, num crescendo de afirmação contra o comodismo. É a forma de afirmação dos oprimidos em oposição aos que só defendem os seus interesses pessoais ou de grupo.

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