Há dias em que a condenação parece inevitável. Ontem foi um desses dias. Portugal expôs-se ontem ao escárnio do concerto das nações pelas razões menos admissíveis.
Passemos aos 2 factos que assim me fazem odiar ser português:
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Em primeiro lugar a espécie de exames que à socapa e de forma matreira o
Ministro da Educação que temos, obrigou professores com formação académica de
grau superior a fazerem. Escuda-se o sr. crato com a legalidade do que fez, mas isso não significa que seja eticamente correcto. E que não seja de dignidade duvidosa. Recordo ao sr. crato que foi ilegal a queda do regime de 28 de Maio. Mas foi feito. Não que isso importe ao sr. crato. Pelo andar da carruagem é legítimo pensar que fosse qual fosse o regime ele poderia ser ministro da educação. Não que os professores não devam regularmente ser
avaliados. Não que quem abraça a vida académica não deva ter uma formação
inicial que os preparem para enfrentar os seus alunos na relação
ensino-aprendizagem. Mas aquela prova senhor. Não faz sentido algum. Como é que
um professor pode ser avaliado na relação da sala de aula por utilizar melhor
ou pior o caminho de casa para a escola? O Jorge Peixinho que fez tropa comigo
não sabia nunca ou vestir-se à civil ou fardar-se. Não deixou por isso de ser
um dos grandes nomes da música contemporânea. E que provas prestou o académico
Nuno Crato para ser professor? Não vou referir outras perguntas tão grotescas e
tão surreais como aquela que enunciei. Vamos admitir que um qualquer licenciado
responde de forma adequada (não quer dizer que seja a mais correcta) a todas as
perguntas do enunciado. Isso fará dele um bom professor na relação professor-aluno
na sala de aula? Isso atestará que esse licenciado será um bom catalisador e
conductor de conhecimentos perante os seus alunos? O que este Governo e este
Crato fizeram é próprio do ancien regime. E eu sinto vergonha.
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Em segundo lugar ontem a Guiné equatorial passou a ser membro de pleno direito
da CPLP. Portugal ajoelhou perante os interesses geopolíticos e económicos.
Iremos ter contrapartidas (?). Petróleo mais barato. Dinheiro para a nossa
banca se salvar. (O Banif) que o diga. È dinheiro tinto de sangue das centenas
dos guineenses que foram assassinados (e alguns comidos) ao que dizem pelo
Presidente daquele país. E pelo seu filho. É dinheiro que escorre das vitimas
exangues que são torturadas até à morte pelo regime ditatorial que ali vigora.
O presidente da república portuguesa calou-se. O 1º ministro de Portugal dobrou
a coluna vertebral calou-se e aceitou. No entanto o sr. silva tomou posição
contra Nelson Mandela quando era 1º Ministro. Tudo isto é grotesco e surreal.
No mínimo suspendiam a nossa actividade na CPLP até aquela organização
respeitar os princípios da carta das nações unidas. Aceitaram e tornaram-se
cúmplices. Que o sangue das vítimas daquele país lhes escorram pelos sonhos e
lhes molhem as almofadas onde dormem. Eu senti vergonha.
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