quinta-feira, março 06, 2008

SOMOS O QUE SOMOS E O CONTRÁRIO DISSO MESMO
Detestamos a insegurança do Gueterres e a firmeza do Sócrates. Clamamos contra os Governos com prazo avulso, mas não queremos os que tenham maioria absoluta. Bramamos contra o desperdício dos outros, mas o nosso é o direito à propriedade individual.
Alguns clamam pelo “tempo da outra senhora”, mas se um qualquer Governo assume uma atitude mais musculada na aplicação da lei, “aqui-del-rei” que a democracia está a ser posta em causa.
Elogiamos o asseio e a limpeza dos países europeus, mas se a ASAE encerra sanitariamente pocilgas que fazem de restaurantes (ou restaurantes que mais parecem pocilgas), lamentamos os “coitadinhos” dos proprietários e elogiamos a “tipicidade” do lugar.
Passamos a vida a dizer mal dos professores. Que são incompetentes. Que não conseguem ter mãos nos miúdos. Que são maus educadores. Que são péssimos pedagogos. Mas quando o Governo os pretende avaliar para distinguir o “trigo do joio”, lamentamos os coitadinhos e acenamos-lhes com simpatia.
Somos portugueses. Não temos emenda.

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