segunda-feira, março 03, 2008

O DRAMA DE QUERER TER RAZÃO…SOANDO A FALSO
Mal ou bem, participei em sistemas de avaliação de professores que continham alguma verdade. Quer como agente passivo, quer como agente activo.
Refiro-me às avaliações a que fui submetido enquanto estagiário em Coimbra na Escola Rainha Santa Isabel. Aí tínhamos uma grelha de avaliação a que éramos submetidos, e dois orientadores de estágio que nos avaliavam, onde tinha algum peso a auto-avaliação e a avaliação conjunta que os estagiários faziam do trabalho de todos os colegas. Era o chamado estágio clássico que foi extinto sem honra nem glória.
A seguir surgiu o chamado Modelo de Formação Global, em que durante dois anos os estagiários com a colaboração de um professor Delegado e de um Orientador, desenvolviam as suas actividades no domínio do ensino-aprendizagem, da Escola e do Sistema Educativo. A avaliação final era fruto de uma negociação directa entre todos os intervenientes e o Conselho Pedagógico. Também este sistema desapareceu sem rasto.
A seguir vem o vazio até agora. Os professores apareciam nas escolas hipoteticamente já formados, pese embora não terem tido qualquer experiência pedagógica.
Depois ao longo do tempo, frequentavam umas acções de formação sem qualquer utilidade e recebiam por isso uns créditos que lhes conferiam a necessária capacidade para serem promovidos na carreira. Aqueles que fizessem os mestrados, subiam na carreira sem mais nada.
E assim se foram passeando os professores nas escolas, até que agora de novo se pretende questionar tudo o que foi o seu desempenho. Como se quem paga os ordenados não tivesse o direito de o fazer. Como se os pais e encarregados de educação que pagam com os seus impostos os vencimentos dos Docentes não pudessem questionar a sua actuação.
As grelhas de avaliação têm lacunas? Algumas coisas são incorrectas? Aplique-se as grelhas e corrijam-se no que estiver errado. Agora nada que era o que existia, isso não. Nos últimos anos que desempenhei funções em Conselhos Directivos, limitava-me a tomar conhecimento do que os professores diziam ter sido a sua actuação. A lei e aquilo que o status determinava, era que não merecia a pena fazer ondas. Assim agi.
Não posso hoje estar mais de acordo com a senhora ministra. Quem não gosta de ser avaliado é porque alguma coisa tem atravessado na garganta.

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