FILINTO ELÍSIO (1734/1819)
Qualquer semelhança entre o que se passava há 200 anos e agora…é pura e acidental coincidência.
Soneto
Nasci – logo a meus pais custou dinheiro
o baptismo, que Deus nos dá de graça.
Tive uso da razão – perdi a graça –
dei-me ao rol – chegou a Páscoa – dei dinheiro.
Quis casar com uma moça – mais dinheiro.
Brinquei com ela – não brinquei de graça:
que aos nove meses me custou a graça
para o Mergulhador capa e dinheiro.
Morreu minha mulher – não lhe achei graça
e menos graça no arbitral dinheiro
da oferta; que o prior não vai de graça.
Se o ser cristão requer sempre dinheiro,
como cumprem com dar graças de graça
os que as graças nos vendem por dinheiro?
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