segunda-feira, março 02, 2009

A IMPORTÂNCIA DAS COISAS E DAS PESSOAS
Em 1934 o Óscar da melhor interpretação masculina dos prémios da Academia de Hollywood, foi para Paul Lukas. Julgo que para a grande maioria das pessoas que gosta de cinema e acompanham minimamente aquela cerimónia, este nome nada dirá.
Mas já fará sentido esta referência se vos disser que nesse ano era concorrente também ao prémio da interpretação masculina, Humphrey Bogart pela sua actuação em Casablanca.
Casablanca é considerado por todos um dos 10 melhores filmes realizados até hoje, sendo que o mítico actor neste filme constitui um exemplo da arte de representar para todo o sempre, e a cena da despedida no aeroporto uma das principais referências no Cinema.
Humphrey Bogart ficou para sempre na nossa memória e o actor que recebeu o Óscar (pese embora a sua eventual qualidade) varreu-se da nossa memória.
Isto para dizer que o que ou quem, parece importante e determinante por circunstancialismos momentâneos, afinal passados alguns anos parece efémero ou desaparece mesmo da nossa memória.
Independentemente dos méritos de cada um e do valor da sua cultura geral, poucos serão os que hoje sabem quem foi António Maria de Oliveira ou Joaquim António de Aguiar. E que mesmo daqui a 15/20 anos poucos saberão quem foi António da Conceição Bento.
A importância da atribuição de honrarias tem o mesmo valor. A atribuição da medalha de ouro de Peniche a Fernando Lopes da Silva significa hoje para nós pouco mais que zero. Foi um flop.
Agora é moda os presidentes da Câmara cessantes receberem essa honraria das mãos dos que lhes sucedem, mesmo que se tenham odiado de morte até lhes roubarem o lugar. Mas o mérito dessas atribuições vale o que vale. E para o barómetro da história só perdurará o que por todos foi consagrado, e não o que a efemeridade comprovar que foram interesses mesquinhos e sórdidos que conduziram às honrarias.
Neste tempo em que se aproximam competições para alcançar lugares de relevo na vida pública, seria bom que nos recordássemos destas singularidades. Para percebermos melhor a pequenez que cada um de nós representa.

1 comentário:

O´Neves disse...

Sr. Zé Maria, uma pequena correcção: foi em 1944, não em 1934.
Cumps.
Nuno Paiva das Neves.