RAÇAS HUMANAS
Era este o tema geral de uma caderneta de cromos, que saiu à mais de 50 anos. Eu ainda comprei uns quantos cromos e ficava maravilhado (ou surpreendido) ao ver como eram diversas as diferentes “raças humanas”. O cromo dizia muito pouco sobre a figura que aparecia na estampa. Vagamente donde era, e com uma caracterização extremamente xenófoba, reafirmando-se assim a superioridade da raça e cultura luso-cristã.
Na altura, neste pequenino e sufocado país, as cadernetas de cromos eram o nosso Google. E quando digo “nosso” estou a referir-me à pequena parcela da classe média baixa, que ainda podia dar aos filhos uns tostões (moeda primitiva usada pelas lusas gentes) para adquirir uns “bonecos” das “Raças Humanas” ou doutra qualquer colecção da Agência Portuguesa de Revistas.
Dessa colecção guardo ainda umas quantas estampas, tendo desaparecido pela voragem do tempo a sua maior parte e a caderneta onde eram coladas.
Estas são algumas das estampas que ainda guardo. Recebi agora há dias um conjunto de fotos de figuras do nosso tempo. Pertencem a esta raça humana que hoje se caracteriza sobretudo por ser diferente. Não são raças. São “tribos” como hoje se definem, que vivem com as suas idiossincrasias tão bem como quaisquer outras pessoas. Ao ver estas fotos recordei-me das minhas estampas antigas e amarelecidas pelo tempo. Sobre estas figuras não se diz que serão selvagens ou primitivas. Que estão atrasadoas civilizacionalmente ou que são indolentes e pouco trabalhadoras.
1 comentário:
Foram-se modernizando através dos tempos......Hoje são mais "soft".
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