quarta-feira, abril 04, 2012

CLUBE NAVAL DE PENICHE

Vou escrever com o maior cuidado possível para tentar ao máximo não ferir alguns sentimentos mais à flor da pele. Vou começar por dizer por isso em primeiro lugar que reconheço o papel importante que o CNP tem desempenhado sobretudo entre as camadas mais jovens. Para além de que potenciando o que de melhor tem a península de Peniche (o mar), está a complementar o que nunca deveria ter sido abandonado.
No entanto, e pronto chegamos aos “entanto”, o ser bom não justifica tudo. Em minha opinião a edificação da sua nova sede no espaço em que está a acontecer é mais uma vez um crime de “lesa pátria”. É mais uma barreira sobre a visão da baía de Peniche.

 Mas isto é a mera opinião de alguém que não passa de um eremita sem qualquer tipo de influência nas decisões dos que têm tido um papel determinante na destruição do que mais belo havia no nosso património natural.
Depois, é questionável se esta é a melhor altura para construir um edifício daquela dimensão e daquele valor edificável, para servir não se sabe quantas dúzias de cidadãos mais afortunados, continuando sem conclusão a construção da Biblioteca Municipal, a edificação do Museu/Casa de Trabalho das Rendas de Bilros, ou da recuperação do Bairro do Calvário, do Edifício António Bento, ou das antigas instalações do Traquinas, que ao que parece foram “cozinhadas” de forma discutível em favor de uma Associação ligada ao atual presidente da Câmara Municipal de Peniche, em vez de se ter lutado pelo valor tradicional que representa dor dezenas de anos de História.
Não sabemos como aparece o CNP naquele terreno que é pertença do todo nacional, quem o autorizou, quanto vai custar a todos nós e porquê a prioridade na sua construção. Não sabemos, nem merecemos saber. A transparência que na Assembleia da República é pedida aos partidos que nos têm governado, deveria ser a mesma que deveria ser utilizada em Peniche. O problema é que mudam-se os governos mudam-se as prioridades.
Eu que já tenho poucas prioridades limito-me a assistir daqui à (des)construção de Peniche, segundo a vontade dos que vão pondo a mão no pudim.

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