PENICHE E O SEU CONCELHO SERÃO MAIS POBRES
A notícia caiu perante os meus olhos, dura e agreste como este vento que nos invadiu. O Colégio de S. Bernardino e todo o espaço envolvente foi posto à venda por uma empresa do Estado Português, criada para se desfazer de tudo o que possa gerar dinheiro para este sorvedoiro em que se transformou este desgraçado país.
O Edifício do Colégio de S. Bernardino não sei se está ou não classificado patrimonialmente. Mas sei que reúne azulejaria que fazia parte do Convento de S. Francisco em Torres Vedras e que essas peças sim são classificadas. Não sei que cautelas foram estabelecidas para a venda em relação a esse património, mas é bom que fique acautelado aquilo que pertence a todo o Povo Português e não só a Peniche, a Torres Vedras, ao Ministério da Justiça ou às EPP criadas para delapidar tudo quanto é património a troco de uns cobres.
Também não sei o que o PDM determina para aquele espaço, mas é bom que os mais altos dignatários políticos de Peniche estejam atentos ao que se vai passar, para impedir que se destrua um espaço paisagístico e ambiental fabuloso deste concelho, a favor de mais construção urbanística que renda dinheiro aos “cimenteiros” que povoaram o litoral português de Norte a Sul.
O Colégio de S. Bernardino pelas diferentes fases de transformação por que foi passando ao longo dos anos, foi um sorvedoiro de dinheiros públicos e de vontades. O Ministério da Justiça consumiu ali centenas e centenas de milhares de escudos, entre as décadas de 90 e 00, operando-se ali desde escolas de hotelaria de grande qualidade a coudelarias e escolas náuticas visando o crescimento pedagógico-didático dos jovens que ali eram colocados em regime de integração social. E quando digo centenas de milhares de escudos não estou a exagerar para tornar mais acutilante o que escrevo. A criação naquele espaço da Escola de Hotelaria com recuperação de espaços e equipamentos terá ficado em mais de 1 milhão de escudos como poderá ser comprovado em sucessivos PIDDACs daquelas décadas. Isto para já não falar dos custos em meios humanos.
Considero esta venda uma atitude de lesa pátria. Aquele espaço se fossemos um País de verdade, poderia ser (re)convertido num espaço para uma Escola Profissional Agrícola, de Industria e Turismo. Enquanto poderia ao mesmo tempo representar um espaço cultural de envergadura internacional. Só num país miserável e entregue a gente incompetente e imbecil se pode promover o que o anúncio supra permite ver.
Ser português cada vez significa menos. Ter nascido no Concelho de Peniche vai passar a ser uma saudade. Inda bem que o meu pai não está cá para ver isto.
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