quarta-feira, abril 18, 2012

SER BURRO VOLTOU A SER UM DIREITO


Já o disse aqui e repito. Quando se unem as diferentes tendências políticas deste país com um objetivo comum, é bom que se pense se o objetivo está efetivamente claro, ou se estamos a ser utilizados para que uns quantos possam atingir de fato o que perseguem em seu favor.
Quando vi profs de todas as tendências sindicais e políticas unidas contra medidas que há muito eram desejadas entre os que trabalhavam que nem mouros para que as Escolas portuguesas fossem a bom porto, foi fácil perceber que o que perturbava eram os benefícios corporativos que estavam a ser postos em causa.
Se pretenderem que eu seja mais claro sê-lo-ei, mas julgo que todos os que trabalhavam nas escolas sabem ao que me refiro. Pois é. Profs que não gostam de ser avaliados. A quem dá imenso jeito faltar 2 dias por mês sem que alguma vez sejam penalizados por isso, nem sequer nas suas férias. Para quem é interessantíssimo, descontar horas por anos de serviço, por serem Diretores de turma, por serem coordenadores de Disciplina, ou serem responsáveis pela Biblioteca, pelos áudio Visuais ou por outra treta qualquer e com todas essas reduções acabarem por ter 6 ou 8 horas atividades letivas efetivamente dadas, valendo 45 min por cada hora. Mas o pior de tudo ainda era terem estes milionários do sem nada que fazer que ser avaliados. Que desplante.
Agora regressam os exames desde o 4º Ano de escolaridade. Mais alunos por turma. Porquê só 24 se podem ser 30. Turmas dos “BURROS” e turmas dos alunos mais desenvolvidos cognitivamente. Mas os sindicatos dos profs agora não se manifestam com a agressividade de anos anteriores. Não é a avaliação deles que está em causa, mas sim a dos meninos. Por outro lado ficam com o poder discricionário de poderem reprovar o que lhes confere um ascendente sobre as crianças e jovens que há muito andava perdido.
Num tempo em que regressa a fome a certas famílias. Num tempo em que tudo quanto são apoios são retirados aos alunos e suas famílias, é quando cresce o nº de alunos por turma e os exames. E os profs estão-se “borrifando”. Porque o seu bem estar não é posto em causa. São as condições socio económicas e culturais dos alunos e das suas famílias que se degradam.
Os professores voltam a ser uns senhores. Estava a ver que nunca mais voltávamos ao antigamente.

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