OS CONCELHOS DE PENICHE E DE ATOUGUIA DA BALEIA
SOCIEDADE E GOVERNANÇA
(1773 – 1840)
Saiu à luz do dia em Abril de 2012 o livro de Autoria de Ana Batalha com o título acima referido. Não me é difícil caracterizar este livro como o que de mais completo e significativo vi publicado até hoje sobre a história local.
Sem temer errar eu diria que cada um dos seus capítulos faz-nos viajar no tempo e perceber melhor a razão de sermos como somos. E o que mais me maravilha nesta obra é eu ao desfolhá-la encontrar uma caracterização das nossas elites, que não se afasta muito das significâncias que hoje fazem mover (?) Peniche e o seu Concelho. A quem restar dúvidas sobre tal ideia, remeto-os para o capítulo 6. “conflitualidade, abusos e prepotências” e verifique se de facto somos hoje assim tão diferentes do que eram os nossos idos.
Os anexos são um complemento fundamental para melhor compreendermos Peniche e Atouguia da Baleia nos séculos XVIII e XIX, com elementos que de forma singular nos dão uma visão global sobre quem éramos, quais as profissões que aqui se desenvolviam, quais eram e quem os desempenhava os cargos de governança nas vilas de Peniche e Atouguia, censos populacionais e dados mais característicos que (nos) explicam como população.
Acresce em toda a obra o valor significativo e significante das fontes que tornaram possível este trabalho histórico-cultural. Sem temer errar eu diria que pela primeira vez é feita uma recolha exaustiva de elementos que nos classificam e identificam enquanto povos no concerto dos concelhos que nos rodeiam.
Lamento profundamente não ser mais esclarecido e conhecedor para poder dar uma visão ao menos aproximada do valor da obra em referência e que passa a ser indispensável na casa de cada um dos habitantes deste concelho. È fundamental que a Câmara Municipal faça chegar a cada Escola do 2º e 3º ciclos, Secundária e Universidade, um número significativo de exemplares que permita tornar este Livro num instrumento de trabalho para alunos e professores. Os Projectos Educativos das nossas escolas podem apontar caminhos a desbravar nestas páginas, tornando os conhecimentos que agora nos chegam de forma sistemática e sistematizada, uma paleta rigorosa e picaresca de figuras da nossa História Local.
Aos que pretendem que este concelho faça sentido, não será permitido conhece-lo sem que este material seja lido, estudado ou romantizado, como obra ímpar.
Em meu nome, em nome dos “Baterremos”, do meu pai e dos seus amigos agradeço à Drª Ana Batalha esta memória viva que só o seu conhecimento científico e amor a Peniche e Atouguia da Baleia tornaram possível.
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