segunda-feira, setembro 07, 2015

E DE REPENTE…
Eu que já escrevi aqui sobre a geração a que pertenço, que teve a felicidade de ver cair muros em Berlim, regimes totalitários na África do Sul, em Portugal ou no Leste da Europa, que vimos o Homem pousar na Lua e salvar mineiros soterrados, sobre a facilidade com que nos ligamos emocionalmente e/ou intelectualmente a gente do outro lado do mundo, eu que já escrevi sobre tudo isto com amor e espanto, sinto-me perplexo e perdido.
Choro e não tenho lágrimas, grito e não me sai qualquer som, olho e os meus olhos não acreditam no que vejo.
Vejo autoridades militares e paramilitares a gravarem números nos pulsos das pessoas, vejo países que se libertaram a construírem cercas que impeçam outros de serem livres.
Vejo crianças que adoraria que fossem meus filhos ou netos mortos na praia que quiseram descobrir.
Enquanto isto “os anedotas” em quem votámos falam, falam e não dizem nada. E os que nos pedem o seu voto fazem o mesmo. O genocídio continua na Europa 70 anos depois.

Os novos Hitleres desenvolvem os seus esquemas por mais 100 anos. E nós só somos os seus peões nestes jogos de vendas de armas em que mais uma vez serão só os mesmos a ganhar. A esperança morreu com aquela criança. Bateu contra aquele muro na Hungria e em Israel. Esboroou-se perante a indiferença dos Obamas deste mundo.

Enquanto isso os padres fecham os olhos a todas as mulheres a quem já distribuíram “o corpo de cristo” e que já abortaram e dizem-se indignados com a passividade do Papa das pampas.

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