CRIANÇAS... UNS ANJINHOS!
"Conversar em Peniche" não é necessariamente conversar sobre Peniche. Também mas não só. Algumas vezes assumirá um papel de raiva. Ou de guerra. Será provocador qb. Comprometido. Não será isento nem de erros nem de verdades (os meus, e as minhas). O resto se verá...
quinta-feira, maio 31, 2018
terça-feira, maio 29, 2018
DIA INTERNACIONAL
DAS CRIANÇAS DESAPARECIDAS
PONTO ÚNICO: - As crianças são património Universal
da Humanidade
No passado dia 25 de Maio celebrou-se o DIA INTERNACIONAL DAS CRIANÇAS DESAPARECIDAS.
Na próxima
sexta-feira comemora-se o DIA MUNDIAL DA CRIANÇA.
Em duas
datas tão próximas celebra-se numa a raiva e na outra a alegria. O desânimo e o
amor. O pesadelo e o futuro.
Porque
desaparecem as crianças? As guerras de todo o tipo são a razão inicial e depois
são os que a coberto delas se utilizam de seres frágeis para as negociarem em
proveito próprio. Porque querem os filhos que não puderam ter de forma natural.
Porque querem utilizar-se delas em favor dos seus maís selvagens devaneios
sexuais. Porque as crianças morrem de fome em locais ermos e de nenhuma
visibilidade. Porque animais predadores delas se alimentam. Porque os pais as
vendem.
Algumas das
que acabam por aparecer, necessitam que as entidades dos países onde são
descobertas garantam a idoneidade dos seus progenitores de forma a que a
solução do caso não seja o inicio de um novo drama para a criança. E
infelizmente as redes sociais dos Estados são tão pouco seguras como os
criminosos que as fizeram desaparecer.
Um político
africano (Amílcar Cabral) dizia: “as Crianças são as Flores da Nossa Luta”. Que
o sejam.
segunda-feira, maio 28, 2018
EUTANÁSIA:
- SIM OU NÃO?
Não sei.
Entendo os ps argumentos a favor do sim. Mas com a idade que tenho, recordo
experiências de eutanásia praticadas pelos nazis sob a batuta do Dr. Josef
Mengele que sempre me incomodaram e arrepiaram.
Compreendo
o direito a morrer. Aí cabe o suicídio. Camus e muitos outros, “Julgar se a vida merece ou não ser vivida,
é responder a uma questão fundamental da filosofia”.
Eu por mim
e em relação a mim próprio tenho muitas dúvidas sobre o que considero aceitável.
Nem sempre terei vivido com padrões que outros não considerarão de dignidade.
Mas eu na altura não só aceitei assumi-los como o desejei também. Já em relação
aos outros o caso aí muda de figura. Quando a minha mãe entrou em estado
vegetativo foram-me expostas as duas alternativas: ou não intervir e esperar o
fim ou alimentá-la por uma sonda e adiar dentro de determinados limites
temporais a sua morte. Eu e a minha mulher optámos por alimentá-la por sonda o
que não deixou de não ser uma violência. Mas ela não fez qualquer opção e eu
não quis assumir o papel da mãe natureza.
Por outro
lado o que dizem-me ainda me confunde mais. Estamos a falar de morte assistida
ou de eutanásia pura e simples? Falamos de algo que uma pessoa escolhe em
consciência quando ainda consegue fazer opções de forma racional? Mas, (lá vem
outra vez “O Drama de Jean Barois”),
e se a pessoa de forma interior se arrepende da sua escolha e já não tem forma
de a poder manifestar de forma a ser audível?
São muitos
ses…
O que me
ofende são os políticos que dizem falar em nome dos seus partidos mas sem nunca
terem consultado os seus militantes sobre este assunto. Ou os que falam em nome
do povo sem sequer alguma vez terem entrado no camioneta de transportes
públicos. Ou terem optado pelos Centros de Saúde para se tratarem. Que
saibamos, o mestre do humor que foi Júlio Pomar, ou o Pai do SNS que foi Arnaut
não se manifestaram publicamente pelo seu desejo de abreviar a vida.
Muita gente
céptica acredita apesar de tudo na sua capacidade de resistir à morte
anunciada. O direito a morrer é mesmo uma questão pessoal. Que cada um
determina sem necessidade da anuência de nenhum político. Por mais que falem.
Enoja-me ouvir o Cavaco e a Cristas dizerem-me o que é que eu tenho direito ou
não. Eu queria ter o direito de os poder enviar para os confins da Amazónia.
Detesto ver o Jerónimo armado em senhor da esperança. Não suporto ver os PSs
que são incapazes de perdoar aos seus, quererem armar-se em guardiões da
dignidade dos portugueses.
CALEM-SE e
deixem-me com as minhas dúvidas e a min há capacidade pessoal de eu decidir o
que quero para mim.
sábado, maio 26, 2018
SURPRESA...
Filho mais novo recebe um telegrama do irmão que estava
a estudar na universidade.
- Perdi o ano, prepara o pai.
Dias mais tarde, o irmão mais velho recebe um telegrama do irmão
- Pai preparado, agora prepara-te tu.
- Perdi o ano, prepara o pai.
Dias mais tarde, o irmão mais velho recebe um telegrama do irmão
- Pai preparado, agora prepara-te tu.
Um homem resolve fazer plástica no rosto em função do
seu aniversário.
Ele gasta 25000€ e se sente muito bem com o resultado.
No caminho para casa ele para em uma banca e compra um jornal. Antes de ir embora ele diz ao jornaleiro:
- "Desculpe por perguntar mas, quantos anos voçê acha que eu tenho?"
- "Mais ou menos 35" foi a resposta.
- "De facto eu tenho 47", responde o homem, sentindo-se verdadeiramente feliz.
Depois disso, ele vai ao McDonalds almoçar faz a mesma pergunta ao balconista, que responde:
- "Ah, voce aparenta uns 29".
- "De facto eu tenho 47".
Isso o faz se sentir realmente bem.
Enquanto estava à espera do autocarro, ele repete a pergunta a uma velha senhora. Ela responde:
- "Eu tenho 85 anos e minha visão ja não e mais a mesma. Mas quando eu era jovem, havia uma maneira infalivel de dizer a idade de um homem. Se eu puser minha mão dentro de suas calças e brincar com suas bolas por dez minutos, serei capaz de dizer sua idade exata."
Como não havia ninguém por perto, o homem pensou que nao haveria mal nenhum e deixou-a escorregar a mão para dentro de suas calças. Dez minutos depois a velha senhora disse:
- "Ok, esta feito. Você tem 47."
Espantado o homem disse:
- "Isso foi brilhante! Como fez isso?"
A velha senhora respondeu:
- "Eu estava atrás de voçê no McDonalds."
Ele gasta 25000€ e se sente muito bem com o resultado.
No caminho para casa ele para em uma banca e compra um jornal. Antes de ir embora ele diz ao jornaleiro:
- "Desculpe por perguntar mas, quantos anos voçê acha que eu tenho?"
- "Mais ou menos 35" foi a resposta.
- "De facto eu tenho 47", responde o homem, sentindo-se verdadeiramente feliz.
Depois disso, ele vai ao McDonalds almoçar faz a mesma pergunta ao balconista, que responde:
- "Ah, voce aparenta uns 29".
- "De facto eu tenho 47".
Isso o faz se sentir realmente bem.
Enquanto estava à espera do autocarro, ele repete a pergunta a uma velha senhora. Ela responde:
- "Eu tenho 85 anos e minha visão ja não e mais a mesma. Mas quando eu era jovem, havia uma maneira infalivel de dizer a idade de um homem. Se eu puser minha mão dentro de suas calças e brincar com suas bolas por dez minutos, serei capaz de dizer sua idade exata."
Como não havia ninguém por perto, o homem pensou que nao haveria mal nenhum e deixou-a escorregar a mão para dentro de suas calças. Dez minutos depois a velha senhora disse:
- "Ok, esta feito. Você tem 47."
Espantado o homem disse:
- "Isso foi brilhante! Como fez isso?"
A velha senhora respondeu:
- "Eu estava atrás de voçê no McDonalds."
Uma mulher vai de férias para a Cuba e ali conhece um
negro robusto e esbelto. Começam a falar e a dançar e terminam a testar a
qualidade das molas do colchão da cama... Depois da "tourada", a
mulher, legitimamente, pede ao negro que se identifique.
-Prefiro não dizer o meu nome: toda a gente começa a rir-se...
Assim continuam durante mais 15 dias: bailando, brincando e... pimba, sexo a toda a hora.
Na véspera de regressar a casa, a mulher volta à carga, para que o amante lhe diga o nome e consegue a convencê-lo.
-Chamo-me Neve, diz o negro.
De repente, a mulher começa a rir.
-Vês, eu bem te disse, que toda a gente começa a rir quando sabe do meu nome.
-Não, desculpa, justifica-se a mulher. Eu não me estou a rir do teu nome.
Estou a pensar na cara do meu marido, quando lhe disser que tive25 cm de neve todos os dias
em Cuba.
-Prefiro não dizer o meu nome: toda a gente começa a rir-se...
Assim continuam durante mais 15 dias: bailando, brincando e... pimba, sexo a toda a hora.
Na véspera de regressar a casa, a mulher volta à carga, para que o amante lhe diga o nome e consegue a convencê-lo.
-Chamo-me Neve, diz o negro.
De repente, a mulher começa a rir.
-Vês, eu bem te disse, que toda a gente começa a rir quando sabe do meu nome.
-Não, desculpa, justifica-se a mulher. Eu não me estou a rir do teu nome.
Estou a pensar na cara do meu marido, quando lhe disser que tive
sexta-feira, maio 25, 2018
"RESTAURANTES NÃO SÃO SANTUÁRIOS"
João Pereira Coutinho (in: Folha de S.Paulo) - com a devida vénia
Este texto é
dedicado ao
"Chef" Avilez, que estragou dois magníficos restaurantes, o Tavares
e,
principalmente, o Belcanto. E como esta praga não é nacional apenas, dedicado
também ao Alain Ducasse, que assassinou o em tempos magnífico Louis XV, o
restaurante (emblemático) do Hotel de Paris, em Monte Carlo. Felizmente, neste
caso, pelo menos continua a magnífica garrafeira.
Restaurantes não são santuários...
Estou cansado da religião dos chefs: restaurantes não são santuários...
O melhor restaurante do mundo?
Ora, ora: é o Eleven Madison Park, em Nova York.
Parabéns, gente.
A sério.
Espero nunca vos visitar.
Entendam: não é nada de pessoal.
Acredito na vossa excelência.
Acredito, como dizem os críticos, que a vossa mistura de "cozinha francesa moderna" com "um toque nova-iorquino" é perfeitamente comparável às 72 virgens que existem no paraíso corânico.
Mas eu estou cansado da religião dos chefs.
Vocês sabem: a elevação da culinária a um reino metafísico, transcendental, celestial.
Todas as semanas, lá aparece mais um chef, com a sua igreja, apresentando o cardápio como se fossem as sagradas escrituras.
Os ingredientes não são ingredientes.
São "elementos".
Uma refeição não é uma refeição.
É uma "experiência".
E a comida, em rigor, não é comida.
É uma "composição".
Já estive em vários desses santuários.
Quando a comida chegava, eu nunca sabia se deveria provar ou rezar.
Os meus receios sacrílegos eram acentuados pelo próprio garçom, que
depositava o prato na mesa e, em voz baixa, confidenciava o milagre que eu tinha à minha frente:
– Pato defumado com pétalas de tomate e essências de jasmim.
Escutava tudo com reverência, dizia um "obrigado" que soava a "amém" e
depois aproximava o garfo trêmulo, com mil receios, para não perturbar o frágil equilíbrio entre as "pétalas" e as "essências".
Em raros casos, sua santidade, o chef, aparecia no final.
Para abençoar os comensais.
No dia em que beijei a mão de um deles, entendi que deveria apostatar.
E, quando não são santos, são artistas.
Um pedaço de carne não é um pedaço de carne.
É um "desafio".
É o teto da Capela Sistina aguardando pelo seu Michelangelo.
Nem de propósito: espreitei o site do Eleven Madison Park.
Tenho uma novidade para dar ao leitor: a partir de 11 de abril, o Eleven vai fazer uma "retrospectiva" (juro, juro) com os 11 melhores pratos dos últimos 11 anos.
"Retrospectiva."
Eis a evolução da história da arte ocidental: a pintura rupestre de Lascaux; as esculturas gregas de Fídias; os vitrais da catedral gótica de Chartres; os quadros barrocos de Caravaggio; a tortinha de quiche de ovo do chef Daniel Humm.
Gosto de comer.
Gosto de comida.
Essas duas frases são ridículas porque, afinal de contas, sou português.
E é precisamente por ser português que me tornei um ateu dos "elementos", das "composições" e das "essências".
A religião dos chefs, com seu charme diabólico, tem arrasado os restaurantes da minha cidade.
Um deles, que fica aqui no bairro, servia uns "filetes de polvo com arroz do mesmo" que chegou a ser o barômetro das minhas relações amorosas: sempre que estava com uma namorada e começava a pensar no polvo, isso significava que a paixão tinha chegado ao fim.
Duas semanas atrás, voltei ao espaço que reabriu depois das obras.
Estranhei: havia música ambiente e a iluminação reduzida imitava as
casas de massagens da Tailândia (aviso: querida, se estiveres a ler esta crônica, juro que nunca estive na Tailândia).
Sentei-me.
Quando o polvo chegou, olhei para o prato e perguntei ao dono se ele não tinha esquecido alguma coisa.
"O quê?", respondeu o insolente.
"O microscópio", respondi eu.
Ele soltou uma gargalhada e explicou: "São coisas do chef, doutor."
"Qual chef?", insisti.
Ele, encolhendo os ombros, respondeu com vergonha: "O Agostinho".
O cozinheiro virou chef e o meu polvo virou calamares.
Infelizmente, essa corrupção disseminou-se pela pátria amada.
Já escrevi sobre o crime na imprensa lusa.
Ninguém acompanhou o meu pranto.
É a música ambiente que substituiu o natural rumor das conversas.
É a iluminação de bordel que impede a distinção entre uma azeitona e uma barata.
É o hábito chique de nunca deixar as garrafas na mesa, o que significa que o garçom só se apercebe da nossa sede "in extremis" quando existem tremores alcoólicos e outros sinais de abstinência.
Meu Deus, onde vamos parar?
Não sei.
Mas sei que já tomei providências: no próximo outono, tenciono aprender a caçar.
Tudo serve: perdiz, lebre, javali.
Depois, com uma fogueira e um espeto, cozinho o bicho como um homem
pré-histórico.
O pináculo da civilização é tortinha de quiche de ovo do chef Daniel Humm?
Então chegou a hora de regressar às cavernas de Lascaux..."
Restaurantes não são santuários...
Estou cansado da religião dos chefs: restaurantes não são santuários...
O melhor restaurante do mundo?
Ora, ora: é o Eleven Madison Park, em Nova York.
Parabéns, gente.
A sério.
Espero nunca vos visitar.
Entendam: não é nada de pessoal.
Acredito na vossa excelência.
Acredito, como dizem os críticos, que a vossa mistura de "cozinha francesa moderna" com "um toque nova-iorquino" é perfeitamente comparável às 72 virgens que existem no paraíso corânico.
Mas eu estou cansado da religião dos chefs.
Vocês sabem: a elevação da culinária a um reino metafísico, transcendental, celestial.
Todas as semanas, lá aparece mais um chef, com a sua igreja, apresentando o cardápio como se fossem as sagradas escrituras.
Os ingredientes não são ingredientes.
São "elementos".
Uma refeição não é uma refeição.
É uma "experiência".
E a comida, em rigor, não é comida.
É uma "composição".
Já estive em vários desses santuários.
Quando a comida chegava, eu nunca sabia se deveria provar ou rezar.
Os meus receios sacrílegos eram acentuados pelo próprio garçom, que
depositava o prato na mesa e, em voz baixa, confidenciava o milagre que eu tinha à minha frente:
– Pato defumado com pétalas de tomate e essências de jasmim.
Escutava tudo com reverência, dizia um "obrigado" que soava a "amém" e
depois aproximava o garfo trêmulo, com mil receios, para não perturbar o frágil equilíbrio entre as "pétalas" e as "essências".
Em raros casos, sua santidade, o chef, aparecia no final.
Para abençoar os comensais.
No dia em que beijei a mão de um deles, entendi que deveria apostatar.
E, quando não são santos, são artistas.
Um pedaço de carne não é um pedaço de carne.
É um "desafio".
É o teto da Capela Sistina aguardando pelo seu Michelangelo.
Nem de propósito: espreitei o site do Eleven Madison Park.
Tenho uma novidade para dar ao leitor: a partir de 11 de abril, o Eleven vai fazer uma "retrospectiva" (juro, juro) com os 11 melhores pratos dos últimos 11 anos.
"Retrospectiva."
Eis a evolução da história da arte ocidental: a pintura rupestre de Lascaux; as esculturas gregas de Fídias; os vitrais da catedral gótica de Chartres; os quadros barrocos de Caravaggio; a tortinha de quiche de ovo do chef Daniel Humm.
Gosto de comer.
Gosto de comida.
Essas duas frases são ridículas porque, afinal de contas, sou português.
E é precisamente por ser português que me tornei um ateu dos "elementos", das "composições" e das "essências".
A religião dos chefs, com seu charme diabólico, tem arrasado os restaurantes da minha cidade.
Um deles, que fica aqui no bairro, servia uns "filetes de polvo com arroz do mesmo" que chegou a ser o barômetro das minhas relações amorosas: sempre que estava com uma namorada e começava a pensar no polvo, isso significava que a paixão tinha chegado ao fim.
Duas semanas atrás, voltei ao espaço que reabriu depois das obras.
Estranhei: havia música ambiente e a iluminação reduzida imitava as
casas de massagens da Tailândia (aviso: querida, se estiveres a ler esta crônica, juro que nunca estive na Tailândia).
Sentei-me.
Quando o polvo chegou, olhei para o prato e perguntei ao dono se ele não tinha esquecido alguma coisa.
"O quê?", respondeu o insolente.
"O microscópio", respondi eu.
Ele soltou uma gargalhada e explicou: "São coisas do chef, doutor."
"Qual chef?", insisti.
Ele, encolhendo os ombros, respondeu com vergonha: "O Agostinho".
O cozinheiro virou chef e o meu polvo virou calamares.
Infelizmente, essa corrupção disseminou-se pela pátria amada.
Já escrevi sobre o crime na imprensa lusa.
Ninguém acompanhou o meu pranto.
É a música ambiente que substituiu o natural rumor das conversas.
É a iluminação de bordel que impede a distinção entre uma azeitona e uma barata.
É o hábito chique de nunca deixar as garrafas na mesa, o que significa que o garçom só se apercebe da nossa sede "in extremis" quando existem tremores alcoólicos e outros sinais de abstinência.
Meu Deus, onde vamos parar?
Não sei.
Mas sei que já tomei providências: no próximo outono, tenciono aprender a caçar.
Tudo serve: perdiz, lebre, javali.
Depois, com uma fogueira e um espeto, cozinho o bicho como um homem
pré-histórico.
O pináculo da civilização é tortinha de quiche de ovo do chef Daniel Humm?
Então chegou a hora de regressar às cavernas de Lascaux..."
João Pereira Coutinho
quinta-feira, maio 24, 2018
EU SOU DE
ESQUERDA?
Não sei se
sou. Sei que não sou de direita. Sei que sou um pequeno-burguês de formação
judaico-cristã. Sei que sou o resultado dos valores que o meu pai me incutiu.
Caldeados com as leituras que fiz. Sei o que a leitura da “Mãe” e dos “subterrâneos
da Liberdade” operaram em mim. Sei o que me valorizei com a leitura do “Drama
de Jean Barois” e o “Porque Não Sou Cristão”. “O Ser e o Nada” e o “Existencialismo
é um Humanismo” lançaram as suas teias sobre mim.
Sou
resultado dos poemas de Antero e de Pessoa. Dos fados da Amália. De alguns
cronistas. Do Professor Carvalho de Lima e das conversas na esplanada do
Pidjiguitti com o Zé Manel.
Sou tantas
pessoas e tantos livros. Sou Barthes e Pina. Torga e Eduardo Lourenço. Sou
Herberto Hélder e Fernanda Botelho.
Sou presa
de tanta gente que me confundo sempre naqueles que sou. Prisioneiro de tanta
gente e de tantas ideias sou livre por isso mesmo. A minha cadeia sou eu mesmo
dentro de mim. Por isso sou Livre.
terça-feira, maio 22, 2018
PERPLEXIDADES
A 7 de
Janeiro de 2015 um grupo de fundamentalistas entrou na redacção do Jornal
satírico francês Charlie Hebdo
e agrediu
matando mesmo alguns dos jornalistas que ali trabalhavam. Este o facto. Na
altura circulou mundialmente uma frase que ficou a marcar este atentado: “Je
suis Charlie”.
A 15 de
Maio de 2018, um grupo de fundamentalistas entrou no local de trabalho de
futebolistas profissionais de futebol e agrediu os trabalhadores futebolistas e
técnicos que ali se encontravam preparando a sua próxima apresentação
profissional no domingo seguinte.
DIFERENÇAS
A 15 de
Maio não morreu ninguém
Uns eram
jornalistas outros futebolistas
Ninguém
colou a si a frase mística: “Eu sou do Sporting”.
Num caso
(em França) foram fundamentalistas islâmicos, noutro caso (em Portugal) foram
fundamentalistas sportingverdianóides.
Num caso
foi terrorismo, noutro caso foi só um “fait
diver” policial.
Num caso
reaviva-se a memória para que nunca mais se repita, noutro caso afasta-se o
pesadelo para que não manche os percursos triunfais de uns quantos, isto é num
caso recorda-se, noutro tenta apagar-se.
MORAL DESTA
COISA
Viver num
tempo de absurdo não é nada fácil. E vai piorar.
segunda-feira, maio 21, 2018
COISAS QUE ME DÃO QUE
PENSAR
A
2ª das anedotas publicadas ontem mais parece de facto um retrato dos dias de
hoje. Escreve-se sem se perceber o alinhamento das palavras, fala-se sem se
perceber o que se diz, ouve-se e não se entende. E isto é um factor primordial
para poder ser um representante de um partido político. A retórica dos
representantes do PSD na AMP sobre a Fortaleza de Peniche é um bom exemplo quando
dizem que esta foi mais do que uma prisão sem dizerem o que de mais foi
relevante que a defina tanto como prisão política. Isto é muito interessante e
mais notório se tornou quando li um texto de análise política que Daniel Oliveira publica mais ou menos
diariamente no Expresso online.
A NEGACIONISTA
Daniel Oliveira
Mas criminalizar a negação da História
não é apenas idiota. É uma desistência que alimenta a preguiça de quem tem o
dever de fixar a memória. A propaganda da intolerância combate-se com factos e
argumentos. E com museus, estudos, documentários, filmes, memoriais, escola.
Mas, acima de tudo, a criminalização do negacionismo é perigosa. Porque a
fronteira entre a defesa da verdade histórica e a imposição de dogmas é muito
ténue. E se hoje é claro o significado político do negacionismo do Holocausto,
a lógica que leva à criminalização desta posição pode ser transportada para
outros debates históricos bem menos claros. Quem terá autoridade para o
impedir? A verdade histórica não se impõe através da repressão. A prisão de uma
negacionista de 89 anos não faz nada pela memória das vítimas do Holocausto e
faz tudo pela vitimização dos seus promotores.
sábado, maio 19, 2018
CURTAS E INTELIGENTES
Um bêbado chegou em frente ao Palácio de S. Bento e
estava estacionando a sua bicicleta.
O polícia de plantão no Palácio chamou o homem e disse: o senhor não pode deixar sua bicicleta aí! Aqui é o Palácio de S. Bento, onde passa o Presidente, Ministros, Governadores, Deputados entre outras autoridades.
O bêbado olhou pra ele e disse:
"Não se preocupe, eu vou pôr cadeado."
O polícia de plantão no Palácio chamou o homem e disse: o senhor não pode deixar sua bicicleta aí! Aqui é o Palácio de S. Bento, onde passa o Presidente, Ministros, Governadores, Deputados entre outras autoridades.
O bêbado olhou pra ele e disse:
"Não se preocupe, eu vou pôr cadeado."
- Um homem
caminhava por uma estrada, quando se apercebe de um balão a voar baixo. O
balonista acena-lhe desesperadamente. Consegue fazer o balão baixar ao máximo
possível e grita:
- Pode ajudar-me? Prometi a um amigo
que me encontraria com ele às 2 horas da tarde, mas, já são quatro horas e nem
sei onde estou. Pode dizer-me onde me encontro?
O homem da estrada responde:
- Sim! Você está a flutuar a uns cinco metros acima da estrada, e está a 38º 46' de latitude Norte e a 09º 08' de longitude oeste.
O balonista escuta e pergunta com sorriso irónico:
- Você é engenheiro?
- Sim, senhor! Como descobriu?
- Simples! O que você me disse está tecnicamente correto, porém, a sua informação não me é útil e continuo perdido. Será que consegue dar uma resposta mais satisfatória?
O engenheiro, depois de uma breve pausa, pergunta ao balonista:
- E você é politico?
- Sim, sou um politico filiado! Como é que descobriu?
- Fácil! Se for capaz, siga o meu raciocínio:
O homem da estrada responde:
- Sim! Você está a flutuar a uns cinco metros acima da estrada, e está a 38º 46' de latitude Norte e a 09º 08' de longitude oeste.
O balonista escuta e pergunta com sorriso irónico:
- Você é engenheiro?
- Sim, senhor! Como descobriu?
- Simples! O que você me disse está tecnicamente correto, porém, a sua informação não me é útil e continuo perdido. Será que consegue dar uma resposta mais satisfatória?
O engenheiro, depois de uma breve pausa, pergunta ao balonista:
- E você é politico?
- Sim, sou um politico filiado! Como é que descobriu?
- Fácil! Se for capaz, siga o meu raciocínio:
- Você subiu sem se preparar e sem
ter a mínima noção de orientação!
- Não sabe o que fazer, onde está, e
tampouco para onde ir!
- Fez uma promessa e não tem a menor
ideia de como conseguirá cumpri-la!
- Espera que outra pessoa resolva o seu problema, continua perdido e acha que a culpa do seu problema passou a ser minha!
- Espera que outra pessoa resolva o seu problema, continua perdido e acha que a culpa do seu problema passou a ser minha!
Cheguei
a casa cansado demais, um dia de estudo, fazer trabalho de casa, fazer exercícios...voltar
para casa e encontrar você na cama, ao ver a sua insistência tomei a decisão de
que deste dia não passaria."
Pulei na cama e então rolamos desesperadamente.
Eu te pegava, você me chupava e cada vez eu estava mais perto de realizar meu desejo.
No dia seguinte ao acordar vi uma mancha de sangue na cama... dei um riso irónico de satisfação.
Finalmente consegui acabar com você seu mosquito desgraçado.
Pulei na cama e então rolamos desesperadamente.
Eu te pegava, você me chupava e cada vez eu estava mais perto de realizar meu desejo.
No dia seguinte ao acordar vi uma mancha de sangue na cama... dei um riso irónico de satisfação.
Finalmente consegui acabar com você seu mosquito desgraçado.
sexta-feira, maio 18, 2018
SOMOS GENTE
ADIADA?
Terminado o
ouro do Brasil, entramos em curva descendente e nunca mais deixamos de ser um
país de indigentes. Ou materiais ou mentais. Temos todos tido uma enorme
dificuldade em sermos capazes de viver como senhores de nós próprios. Culpamos
sempre por isso os governos, os outros sejam eles de cá ou exteriores. E mesmo
quando surgiram alguns de entre nós que foram bafejados por uma genialidade
incomum, são ao mesmo tempo alvo de invejas, de ódios, de raivas que tendem a
refugiarem-se em si próprios.
Somos
filhos da mediocridade e da maledicência. Vivemos para o nosso umbigo e para os
nossos interesses pessoais. Os outros são só um embaraço de que nos temos de
ver livres para podermos atingir os nossos objectivos individuais.
Um amigo
meu, desiludido com os partidos políticos, entusiasmou-se com a candidatura de
independentes e a ela aderiu de alma e coração. Agora vê pessoas que tal como
ele aderiram a esse projecto serem cáusticos e violentos nos ataques que fazem
a essa candidatura, porque os eleitos não lhes concederam os benefícios de que
se julgam credores. É isto mesmo. Não se dedicam a uma causa por acreditarem
nela, mas sim pensando no que dela podem extrair em seu benefício próprio.
Há que
acreditar no Utopia. Há que acreditar que futuras gerações saberão corrigir os
nossos desvios. Há que ter esperança num novo amanhã.
quarta-feira, maio 16, 2018
TRAMPOLINICES
A primeira
designação que me veio à cabeça foi a de PALHAÇOS. Uma outra foi a de
FANTOCHES. Outra foi a de VIGARISTAS. Não consegui utilizar nenhuma delas por
achar que seria achincalhante para palhaços, fantoches e vigaristas,
compará-los com Bruno de Carvalho e Jaime Marta Soares.
O que se
passou ontem em Alcochete é um acto que nos envergonha a todos, amantes do
desporto, de actividades desportivas profissionais e mesmo os portugueses em
geral. Num mesmo dia em que outro acto terrorista mata dezenas de pessoas que
defendem o seu direito a existirem como nação.
Isto é: -
Somos confrontados com 2 actos que estão nas antípodas um do outro mas que
igualmente conduzem ao que de mais sagrado existe para todos os seres humanos,
a defesa da sua dignidade.
Os
jornalistas dizem que fazem o seu trabalho, mas mais não são que mandatários
dos grupos económicos que lhes pagam os ordenados. De resto mais parecem abutre
a cair sobre as suas presas, tendo mantido o silêncio quando a hecatombe
ameaçava surgir. E mais curioso ainda estando um grupo de jornalistas quando os
atacantes surgiram a entrar no espaço das ocorrências, desligaram as câmaras e
apontaram-nas para baixo para evitarem ser agredidos. Que jornalistas são
estes? Ou mesmo que estagiários são estes.
Portugal,
campeão europeu de futebol, país de origem de Luís Figo, de Cristiano Ronaldo,
de José Mourinho, ficará retratado no rosto de este holandês que cometeu um
único erro, acreditar que poderia evoluir na sua profissão neste país, ganhar
dinheiro e ser feliz.
Não fosse
esta terra também um berço de energúmenos com líderes que, num país civilizado
estariam remetidos ao silêncio do seu isolamento permanente.
terça-feira, maio 15, 2018
MASSACRE
Assassínio.
Limpeza étnica. Genocídio. Fornos crematórios. Mortos à bala na Faixa de Gaza.
Existe um factor comum entre todas estas expressões tenham elas as origens que
tiverem: - QUE VIVA A MORTE!
Em nome de
um deus. Ou de um pedaço de terra. De uma história recente ou milenar. Depois
existem os que colocam gasolina no fogo. O caso do actual Presidente dos
Estados Unidos é exemplar. Depois existem os que sem saber o porquê das coisas
tentam apagar os vestígios do que de pior existe nos seres humanos. Como se não
fosse necessário confrontarmo-nos com os nossos demónios.
Reescrevemos
a morte de Cristo que diariamente é comemorada em milhões de Igrejas por esse
mundo fora, sempre que um homem, mulher ou criança cai vitima de balas, de
fome, de tortura ou de expatriamento.
Estamos
todos a viver novas Páscoas todos os dias e nem damos por elas. E autodenominamo-nos
filhos de deus.
segunda-feira, maio 14, 2018
COISAS DE
QUE GOSTO
Vi e li
notícias sobre uma associação entre a pastelaria Calé e a ESTM no lançamento de
um doce que pretende ser uma homenagem às Rendas de Bilros de Peniche. No meu
caso particular não fui imune às notícias. Assim que tive oportunidade pedi
para me comprarem as bolachitas das rendas.
Acabei
também por conhecer as sardinhas de ovos moles. Em boa hora.
Fiquei
encantado com o que vi e com o que provei. Infelizmente os meus diabetes não me
permitiram mais que provar uma e outra coisa.
Reconheço o
cuidado que foi colocado nas embalagens destas deliciosas preciosidades. São
muito aliciantes. Nota-se a intervenção de um sentido estético apurado.
Bem hajam
os promotores de tão feliz iniciativa.
sábado, maio 12, 2018
dance comigo...
https://www.youtube.com/watch?v=o9hygfhYgJY
humor ao fim-de-semana
Conversa entre dois homens:
"Amigo, você tem carro?"
"Sim, não... mais ou menos..."
"Mas homem, o que é isso?"
"Olhe, é da minha mulher quando vai às compras, é do meu filho quando vai ter com a namorada, é da minha filha quando vai à discoteca e é meu quando não tem gasolina!"
Dois sujeitos encontram-se no bar.
- "Porquê essa cara de enterro rapaz?" - pergunta o primeiro.
- "Briguei com a minha mulher e ela jurou ficar sem conversar comigo durante um mês inteiro."
- "Agora eu entendo porque você está tão triste!"
- "É que o prazo acaba hoje!"
Aprendendo outras línguas...
Russo
Conjunto de àrvores: boshke.
Insecto: moshka.
Cão comendo Donuts: Troski maska roska.
Piloto: simecaio patatof.
Prostituta: Lewinsky.
Sogra: storvo.
Viúva jovem: vagina seminova.
Alemão
Abrir a porta: destranken.
Bombardeio: bombascaen.
Chuva: gotascaen.
Sogra: ajjj.
Vaso: frasko.
Árabe
Metralhadora: Allavai abalabalabalabalabala.
Elevador: alicima vai
Beijo: saliva-vai-saliva-vem.
Necessito um banho: molhamed.
Chinês
Cabelo sujo: chin-champu.
Desçalco: chin chinela.
Top-less: chin-chu-tia.
Hemorróidas: cu-chai-chang
Escândalo sexual: Clin ton.
Excitado: yaminabo taduro.
Cornudo: chi-frudo
Naufrago: chin-chu-lancha.
Nudista: chin-calcao.
Pobre: chen luz, chen agua e chen gaz.
Veneno: bai gon.
https://www.youtube.com/watch?v=o9hygfhYgJY
humor ao fim-de-semana
Conversa entre dois homens:
"Amigo, você tem carro?"
"Sim, não... mais ou menos..."
"Mas homem, o que é isso?"
"Olhe, é da minha mulher quando vai às compras, é do meu filho quando vai ter com a namorada, é da minha filha quando vai à discoteca e é meu quando não tem gasolina!"
Dois sujeitos encontram-se no bar.
- "Porquê essa cara de enterro rapaz?" - pergunta o primeiro.
- "Briguei com a minha mulher e ela jurou ficar sem conversar comigo durante um mês inteiro."
- "Agora eu entendo porque você está tão triste!"
- "É que o prazo acaba hoje!"
Russo
Conjunto de àrvores: boshke.
Insecto: moshka.
Cão comendo Donuts: Troski maska roska.
Piloto: simecaio patatof.
Prostituta: Lewinsky.
Sogra: storvo.
Viúva jovem: vagina seminova.
Alemão
Abrir a porta: destranken.
Bombardeio: bombascaen.
Chuva: gotascaen.
Sogra: ajjj.
Vaso: frasko.
Árabe
Metralhadora: Allavai abalabalabalabalabala.
Elevador: alicima vai
Beijo: saliva-vai-saliva-vem.
Necessito um banho: molhamed.
Chinês
Cabelo sujo: chin-champu.
Desçalco: chin chinela.
Top-less: chin-chu-tia.
Hemorróidas: cu-chai-chang
Escândalo sexual: Clin ton.
Excitado: yaminabo taduro.
Cornudo: chi-frudo
Naufrago: chin-chu-lancha.
Nudista: chin-calcao.
Pobre: chen luz, chen agua e chen gaz.
Veneno: bai gon.
sexta-feira, maio 11, 2018
O ZÉ SÓCRAS
Começar com
este título é dar um ar brejeiro, a uma situação que é no mínimo confrangedora.
Desde a prisão do ex 1º Ministro socialista até hoje, tenho recusado a mim
mesmo o facilitismo que seria falar dele. Não o tenho feito por algumas ordens
de razão.
A 1ª de
todas é o direito que lhe reconheço de apresentar as suas razões em sede
própria e em confronto com as provas dos seus acusadores. E aqui deixem-me
dizer-vos que em minha opinião este processo já cheira mal pelos anos a que
decorre. Ninguém deve ser submetido a tal tortura de ver passar anos e mais
anos sem ser julgado. Esta a 2ª razão porque tenho achado que que não me devo
juntar ao coro de acusadores.
Em 3º lugar
tenho evitado pegar neste assunto porque num tempo em que as redes sociais e o
jornalismo incriminatório tem feito valer o primado da justiça de facto, sem
que a justiça de direito se faça ouvir, eu seria mais um de entre muitos a
calcar um corpo caído no chão.
Há cerca de
10 anos foi o comportamento do senhor José Sócrates enquanto Secretário-Geral
do PS que me fez pedir a filiação deste partido. Foi quando ele decidiu
unilateralmente e com o beneplácito dos seus servidores do Partido decidiu não
levar a referendo o Tratado da Europa, facto a que se tinha obrigado
anteriormente. Foi para mim a mentira que me fez saltar a tampa.
Esta a “minha
razão” de há muitos anos, para me sentir enganado pelo senhor.
Vem agora
todo um rosário de culpas. Em tudo o que é lama no dizer dos seus detractores
(amigos de ontem, inimigos de hoje), chafurdou o ex-1º Ministro. Ele é em
resumo culpado de existir. Ele é culpado do Oliveira Costa e do Duarte Lima. É
culpado de derrocada de Bancos e do Ricardo Salgado. É culpado da existência de
títulos comprados por amigos fora da Bolsa e vendidos também por fora com
lucros avultados. É culpado de mais de 50% dos portugueses que vão às urnas terem
votado nele. Em suma ele é culpado de existir. Enganou gente na cama e fora
dela. À mesa e entre croquetes. A bruxa má da história da Bela Adormecida ao pé
de Sócrates era uma donzela virgem.
Em minha
opinião os portugueses merecem melhor. O país merece mais do que Sócrates e há
vida para além dele. Julguem-no. Prendam-no. Quanto mais depressa melhor. E
tirem os portugueses deste pesadelo.
E por
favor. Abram os olhos, os ouvidos e sejam mais atentos. Afinal somos nós os
culpados de darmos a estes corruptos o que temos de melhor. A nossa própria
existência e o nosso país.
E por aqui
me fico com esta “trampa”. Não voltarei a ela a não ser que cristo volte à
terra.
quarta-feira, maio 09, 2018
“TEU NOME”
Ou a felicidade de se ser
surpreendido aos 73 anos de idade
Retomei o
contacto com um velho amigo que saiu de Peniche e foi viver para um concelho
vizinho. Refiro-me ao Lino Sebastião. Há poucos dias trouxe-me em suporte
digital um livro que tem andado a escrever e que agora decidiu dar a conhecer a
algumas pessoas que considera ser um gosto para ele que o conhecessem nesta
faceta. O “Teu Nome” é um livro de poesia que ele designa como lírica.
Aqui estão reunidos alguns dos abanões que senti. O 1º é ver o Lino a escrever
poesia. O 2º é no tempo das redes sociais, escrever poesia lírica. Embora eu
quando cheguei ao fim tenha tido dificuldade em vê-lo exclusivamente como tal. Trata-se
de um livre de humanidades, e é isso que ele aborda. O Eu, o Nós, o Amor e o
trilhar de um caminho cheio de escolhos. A abordagem é feita num sentido de
atingir a plenitude a que o ser humano pode aspirar quando faz uma entrega de si próprio ao Outro. Isso
extravasa a relação de Amor entre o Homem e a Mulher para passar a ser a
capacidade de se entregar. Assim vi eu este livro e o que li.
Embora não
me seja possível transcrever o livro, escolhi alguns dos seus versos que me
revelaram no Autor, o Homem que eu conheci.
Algum dia, qualquer dia
iremos estar inteiros frente a frente…
…E não vou apenas te dizer: - cheguei.
E
reconhecendo a dificuldade da sua afirmação pelo objecto amado diz o que poucos
ousariam:
Ah se eu pudesse! Eu te dizia
a palavra mais bonita
que temos para dizer.
Não posso, mas mesmo não sendo dita
saber bem qual seria
sem o ter de fazer
E num tempo
em que muitos buscam o reconhecimento do ser humano nas suas diferenças, lá vem
mais uma vez a voz de quem há muito o assumiu:
Só concebo a mulher companheira
que traz livre o olhar
e quando a nós se chegar
chegue vertical e inteira
E assume o
autor que já não se sente senhor de si ao afirmar:
Também é límpida a verdade,
Que em nós trazemos a metade
Daquela que em si, de nós, tem a outra
metade.
E sendo que
todos chegamos a uma etapa da vida em que ao olhar para trás se percebe o que
falhou diz o LS:
Amor, trazes-me todo o tempo
um gesto ternura
iluminando o espaço
onde antes apenas existia
a rua mais escura
habitada de silêncio
é então que
o autor reconhece que é tempo de se afirmar na poesia, quando diz:
É necessário que o poema se construa
palavra a palavra, rua a rua, no
silêncio percorrendo
toda a esperança a que me prende
E mesmo que
sinta no ser amado a sua falta
Em vão te espero
apenas sonhando em desespero
me chegas como sempre docemente
a sua
recordação é suficiente para atingir a sublimação da palavra, como em:
Na praia do teu corpo
ardente e leve
fico perdido
sonhando absorto
um sonho embevecido
mas tão breve
Lamento
profundamente só vos poder dar estes breves extractos de um conjunto de poemas
que tal como Natália Correia o diz, são poemas que se fizeram para comer. O Lino
ao fazer-me parte desta sua vertente, trouxe-me a alegria de pensar que conheci
em muitas situações pessoas que de facto fizeram a diferença. Poder dizer que
sou amigo da pessoa que constrói assim o seu legado, é para mim uma alegria e
uma responsabilidade. Que quero transmitir aos que comigo partilham aquilo que
de melhor tem o ser humano.
Obrigado
terça-feira, maio 08, 2018
AS
TENTAÇÕES DE SANTO ANTÃO
(fonte Wikipédia)
Comecemos
pelo princípio.
A pintura
As Tentações de Santo Antão é uma pintura a óleo sobre
madeira executada pelo pintor renascentista holandês Hieronymus Bosch, pintada possivelmente entre 1495 a 1500. Esta é uma primeira
versão do painel central do famoso
tríptico homónimo existente no Museu
Nacional de Arte Antiga de Lisboa que foi objeto de
estudo em História da Loucura na Idade Clássica, livro
do filósofo francês, Michel Foucault.
Quem era
Santo Antão?
Cristão fervoroso, com cerca de vinte anos tomou o evangelho à letra e distribuiu todos os seus
bens aos pobres, partindo de seguida para viver no deserto. Então, segundo o relato de Atanásio,
Santo Antão foi tentado pelo diabo,
tal como sucedera com Jesus, mas por muito mais que os quarenta
dias que durou a tentação de Jesus, não hesitando os demónios em atacá-lo. Porém,
Antão resistiu às tentações e não se deixou seduzir pelas tentadoras visões que
se multiplicavam à sua volta.
O seu nome começou a ganhar fama por ser exímio na arte
de pastorar. Isso o levou a ser venerado por numerosos visitantes, sendo
visitado no deserto por inúmeros peregrinos.
Em 311 d.c. viajou até Alexandria para ajudar os cristãos perseguidos
por Maximo Daio, regressando em 355
d.c. para impugnar a doutrina
ariana. Foi
considerado santo em vida, por ser capaz de realizar milagres e levou muitos à
conversão.
A vida de santo antão e as suas tentações inspiraram
numerosos artistas, como Hieronymus Bosch, Pieter
Brueghel, Dali, Max Ernst, Matthias
Grünewald, Diego
Velázquez e Gustave Flaubert, por exemplo.
Os religiosos que, tornando-se monges, se adaptaram o
modo de vida solitário de santo antão, chamaram-se eremitas ou anacoretas,
opondo-se aos cenobitas que escolheram viver em comunidades
monásticas.
segunda-feira, maio 07, 2018
MAIO:
-
MÊS DO CORAÇÃO
-
E DE 1968
Neste mês
de Maio cabe tudo. O dia da Mãe e o 13. Com o Sol vem a reabilitação do
coração. Dia do Trabalho e da Liberdade da Imprensa. Dia da Marinha e do
Pescador. Dia dos Açores, dos vizinhos e dos Irmãos.
Mas um
pouco por todo o Mundo, se têm celebrado os 50 anos do Maio de 68 em França.
Que se iniciou antes disso. Com as expressões literárias de Althusser, de
Marcuse, de Sartre. Muitos dos mestres do pensamento prenunciavam um novo advir
e foram os estudantes de Paris que pegaram no novo ar que se respirava por esse
mundo fora e se insurgiram com o conservadorismo que os obrigava a serem meros
transmissores de escolas obsoletas e pouco críticas.
Mas o que é
mais espantoso é que a voz dos estudantes acabou por ser ouvida pelos operários
e franceses, conduzindo a uma mobilização que acabou por paralisar a França. As
palavras de ordem que se ouviam erram não só inovadoras mas também
impulsionadoras de um tempo novo que se avizinhava:
- É
PROIBIDO PROIBIR
- IMAGINAÇÃO
AO PODER
- SEDE
REALISTAS. PEÇAM O IMPOSSIVEL
- O PODER
AOS TRABALHADORES
- SOBRE O
EMPEDRADO, A PRAIA
O Maio de
68 começou por ser um sentimento contra o marasmo. Contra a monotonia. E
tornou-se um movimento de massas que acabou pondo tudo em causa. Já não era só
o Vietnam. E a Argélia. E os movimentos de libertação Africanos e
sul-americanos. Era o poder político que caía feito em frangalhos pelas ruas de
Paris. Do Maio de 68 ao Abril de 74 foi um passo.
Eu que vou
ficando cada vez mais velho, penso que se fosse um jovem de hoje, teria perdido
o colapso dos Americanos no Vietnam. A queda do Muro de Berlim. A hecatombe do
comunismo como sistema politico/social. Não teria assistido à viragem do Mundo
Ocidental e à criação de tantos novos Estados.
Tudo me
aparecia agora de mão beijada e eu não sei se teria capacidade para perceber
porque é assim.
Vi o
despontar do Elvis e dos Beatles. Vi o Woodstock. E vi o Mário Viegas e a
Amália. Vi a Fortaleza de Peniche deixar de ser Prisão do pensamento e passar a
ser uma memória do que não pode ser repetível. Fiz parte de um geração generosa
e felizarda. Vi uma alteração da civilização perante os meus olhos e tenho pena
de nem sempre me ter apercebido disso.
Por tudo
isto adoro viver e não me conformo em perder o que se irá seguir.
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