SOMOS GENTE
ADIADA?
Terminado o
ouro do Brasil, entramos em curva descendente e nunca mais deixamos de ser um
país de indigentes. Ou materiais ou mentais. Temos todos tido uma enorme
dificuldade em sermos capazes de viver como senhores de nós próprios. Culpamos
sempre por isso os governos, os outros sejam eles de cá ou exteriores. E mesmo
quando surgiram alguns de entre nós que foram bafejados por uma genialidade
incomum, são ao mesmo tempo alvo de invejas, de ódios, de raivas que tendem a
refugiarem-se em si próprios.
Somos
filhos da mediocridade e da maledicência. Vivemos para o nosso umbigo e para os
nossos interesses pessoais. Os outros são só um embaraço de que nos temos de
ver livres para podermos atingir os nossos objectivos individuais.
Um amigo
meu, desiludido com os partidos políticos, entusiasmou-se com a candidatura de
independentes e a ela aderiu de alma e coração. Agora vê pessoas que tal como
ele aderiram a esse projecto serem cáusticos e violentos nos ataques que fazem
a essa candidatura, porque os eleitos não lhes concederam os benefícios de que
se julgam credores. É isto mesmo. Não se dedicam a uma causa por acreditarem
nela, mas sim pensando no que dela podem extrair em seu benefício próprio.
Há que
acreditar no Utopia. Há que acreditar que futuras gerações saberão corrigir os
nossos desvios. Há que ter esperança num novo amanhã.
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