segunda-feira, maio 28, 2018


EUTANÁSIA: - SIM OU NÃO?

Não sei. Entendo os ps argumentos a favor do sim. Mas com a idade que tenho, recordo experiências de eutanásia praticadas pelos nazis sob a batuta do Dr. Josef Mengele que sempre me incomodaram e arrepiaram.

Compreendo o direito a morrer. Aí cabe o suicídio. Camus e muitos outros, “Julgar se a vida merece ou não ser vivida, é responder a uma questão fundamental da filosofia”.

Eu por mim e em relação a mim próprio tenho muitas dúvidas sobre o que considero aceitável. Nem sempre terei vivido com padrões que outros não considerarão de dignidade. Mas eu na altura não só aceitei assumi-los como o desejei também. Já em relação aos outros o caso aí muda de figura. Quando a minha mãe entrou em estado vegetativo foram-me expostas as duas alternativas: ou não intervir e esperar o fim ou alimentá-la por uma sonda e adiar dentro de determinados limites temporais a sua morte. Eu e a minha mulher optámos por alimentá-la por sonda o que não deixou de não ser uma violência. Mas ela não fez qualquer opção e eu não quis assumir o papel da mãe natureza.

Por outro lado o que dizem-me ainda me confunde mais. Estamos a falar de morte assistida ou de eutanásia pura e simples? Falamos de algo que uma pessoa escolhe em consciência quando ainda consegue fazer opções de forma racional? Mas, (lá vem outra vez “O Drama de Jean Barois”), e se a pessoa de forma interior se arrepende da sua escolha e já não tem forma de a poder manifestar de forma a ser audível?

São muitos ses…

O que me ofende são os políticos que dizem falar em nome dos seus partidos mas sem nunca terem consultado os seus militantes sobre este assunto. Ou os que falam em nome do povo sem sequer alguma vez terem entrado no camioneta de transportes públicos. Ou terem optado pelos Centros de Saúde para se tratarem. Que saibamos, o mestre do humor que foi Júlio Pomar, ou o Pai do SNS que foi Arnaut não se manifestaram publicamente pelo seu desejo de abreviar a vida.

Muita gente céptica acredita apesar de tudo na sua capacidade de resistir à morte anunciada. O direito a morrer é mesmo uma questão pessoal. Que cada um determina sem necessidade da anuência de nenhum político. Por mais que falem. Enoja-me ouvir o Cavaco e a Cristas dizerem-me o que é que eu tenho direito ou não. Eu queria ter o direito de os poder enviar para os confins da Amazónia. Detesto ver o Jerónimo armado em senhor da esperança. Não suporto ver os PSs que são incapazes de perdoar aos seus, quererem armar-se em guardiões da dignidade dos portugueses.

CALEM-SE e deixem-me com as minhas dúvidas e a min há capacidade pessoal de eu decidir o que quero para mim.      

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