COISAS QUE ME DÃO QUE
PENSAR
A
2ª das anedotas publicadas ontem mais parece de facto um retrato dos dias de
hoje. Escreve-se sem se perceber o alinhamento das palavras, fala-se sem se
perceber o que se diz, ouve-se e não se entende. E isto é um factor primordial
para poder ser um representante de um partido político. A retórica dos
representantes do PSD na AMP sobre a Fortaleza de Peniche é um bom exemplo quando
dizem que esta foi mais do que uma prisão sem dizerem o que de mais foi
relevante que a defina tanto como prisão política. Isto é muito interessante e
mais notório se tornou quando li um texto de análise política que Daniel Oliveira publica mais ou menos
diariamente no Expresso online.
A NEGACIONISTA
Daniel Oliveira
Mas criminalizar a negação da História
não é apenas idiota. É uma desistência que alimenta a preguiça de quem tem o
dever de fixar a memória. A propaganda da intolerância combate-se com factos e
argumentos. E com museus, estudos, documentários, filmes, memoriais, escola.
Mas, acima de tudo, a criminalização do negacionismo é perigosa. Porque a
fronteira entre a defesa da verdade histórica e a imposição de dogmas é muito
ténue. E se hoje é claro o significado político do negacionismo do Holocausto,
a lógica que leva à criminalização desta posição pode ser transportada para
outros debates históricos bem menos claros. Quem terá autoridade para o
impedir? A verdade histórica não se impõe através da repressão. A prisão de uma
negacionista de 89 anos não faz nada pela memória das vítimas do Holocausto e
faz tudo pela vitimização dos seus promotores.
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