segunda-feira, maio 21, 2018


COISAS QUE ME DÃO QUE PENSAR

A 2ª das anedotas publicadas ontem mais parece de facto um retrato dos dias de hoje. Escreve-se sem se perceber o alinhamento das palavras, fala-se sem se perceber o que se diz, ouve-se e não se entende. E isto é um factor primordial para poder ser um representante de um partido político. A retórica dos representantes do PSD na AMP sobre a Fortaleza de Peniche é um bom exemplo quando dizem que esta foi mais do que uma prisão sem dizerem o que de mais foi relevante que a defina tanto como prisão política. Isto é muito interessante e mais notório se tornou quando li um texto de análise política que  Daniel Oliveira publica mais ou menos diariamente no Expresso online.

 A NEGACIONISTA

Daniel Oliveira

Mas criminalizar a negação da História não é apenas idiota. É uma desistência que alimenta a preguiça de quem tem o dever de fixar a memória. A propaganda da intolerância combate-se com factos e argumentos. E com museus, estudos, documentários, filmes, memoriais, escola. Mas, acima de tudo, a criminalização do negacionismo é perigosa. Porque a fronteira entre a defesa da verdade histórica e a imposição de dogmas é muito ténue. E se hoje é claro o significado político do negacionismo do Holocausto, a lógica que leva à criminalização desta posição pode ser transportada para outros debates históricos bem menos claros. Quem terá autoridade para o impedir? A verdade histórica não se impõe através da repressão. A prisão de uma negacionista de 89 anos não faz nada pela memória das vítimas do Holocausto e faz tudo pela vitimização dos seus promotores.

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