terça-feira, agosto 28, 2018


PROIBIÇÃO DO USO DE TELEMÓVEIS EM ESCOLAS FRANCESAS

No “SAPO24” de ontem dia 27/8, Francisco Sena Santos, um dos grandes jornalistas portugueses, opina sobre aquilo que o parlamento francês aprovou e que colocámos em epígrafe. Eu podia falar sobre o assunto mas Sena Santos acho que diz tudo e eu só me repetiria. Por isso transcrevo o que já está dito.

“PROIBIR O TELEMÓVEL NA ESCOLA OU EDUCAR PARA A SOBERANIA DE CADA PESSOA?”

A interdição sobrepõe-se a regulamentos internos dos estabelecimentos de ensino, tem força de lei, aprovada no parlamento francês no passado 7 de junho, com os votos favoráveis da maioria absoluta do partido En Marche!, do presidente Macron, e o voto contra das oposições. A lei, com texto muito curto que se limita a impor a interdição, no entanto, não define como será garantida a aplicação desta interdição de uso de telemóveis “e outros recursos conectados” nas 51.000 escolas e 7.100 colégios de França, que têm 10 milhões de alunos. Um estudo mostra que quase todos esses estudantes têm telemóvel.

O telemóvel tornou-se uma extensão do corpo de cada pessoa. A função do aparelho como telefone é hoje quase secundária. O que conta é estar em permanência ligado aos outros, através de uma qualquer das redes sociais. Poder trocar mensagens, ver imagens e ouvir sons, músicas. Através do telemóvel, os tantos utilizadores dependentes estão numa espécie de praça pública permanente, com um teatro de exibições onde tudo pode acontecer; também estão numa sala de todo o tipo de jogos, para além de acederem a novas do mundo, as notícias verdadeiras e as mentiras disfarçadas de notícia. O ecrã do telemóvel também possibilita o acesso a um poço sem fim de saberes humanos armazenados na rede da internet.

É paradoxal que um lugar de promoção do culto do saber fique interdito ao recurso a uma ferramenta que dá acesso a tanto saber. É, porém, indiscutível que por toda a parte o uso do telemóvel é um fator de perturbação e um convite à desatenção sobre a matéria que está a ser ensinada. Cada alerta recebido no ecrã leva a um desvio na participação na aula.

Do ponto de vista pragmático, a interdição do telemóvel na escola talvez seja a medida mais fácil. Não será a opção mais eficaz nem a mais pedagógica. 

Talvez seja preciso que entre as matérias trabalhadas na escola esteja o uso do telemóvel e o recurso aos ecrãs e ao teclado associado. A dependência do smartphone tende a tornar-se um problema de saúde pública. Quantas vezes em cada dia, do despertar ao voltar a adormecer, consulta o que aparece no seu ecrã? Estão estudados efeitos nefastos decorrentes da híper-conetividade, ou seja, da dependência de estar ligado ao que se passa no mundo que acontece no telemóvel. A quebra da capacidade de concentração é o efeito mais imediato. A perturbação pode ser mais complexa, com efeitos psicossociais e fragilidades depressivas.

Obviamente, na escola, o essencial é a transmissão de saberes e de modo de estar na vida em sociedade. O canal de distribuição desse saber não é o problema, o que importa é que funcione. Essencial é que a palavra, a troca de ideias, o espírito crítico, os saberes, sejam privilegiados.

A proibição do uso do telemóvel esconde a falta a um dever: o de educar os jovens para a utilização do telemóvel, o de promover o discernimento e a emancipação de cada pessoa, ensinando-a a libertar-se da poluição mental provocada pelo estado compulsivo de dependência do telemóvel.

Há que ter em conta que a economia deste tempo da web explora essas dependências. Trata de tentar “fazer-nos a cabeça”, propagando e inculcando os interesses de quem funciona como vendedor. Há que ponderar as escolhas a fazer e os caminhos a percorrer.

O que parece ser um ponto de partida a procurar é o que entende que mais relevante que proibir é que a escola cumpra com eficácia a promoção da soberania da pessoa que é cada aluno. Incluindo cultivar o gosto do silêncio como um tempo próprio.

Uma pergunta a fechar: quantos alertas para nova mensagem terá recebido enquanto tentou pensar nas questões em volta deste assunto?” 

 

segunda-feira, agosto 27, 2018


DE NOVO AQUI

E se tudo correr dentro da normalidade usual para quem é velho e tem maleitas. O tempo sei que não está a correr muito a meu favor. Mas muito mais novos que eu também lutam contra o tempo.

A partir de agora entramos em campanhas eleitorais sucessivas. É o Parlamento Europeu. São as legislativas de 2019 aqui no jardinzinho luso. Na Madeira também vão a votos.

Isto significa que as nossas televisões irão de mal a pior. Se já são insuportáveis, irão tornar-se execráveis com os políticos de trazer por casa.

No meio disto tudo interessante será seguir o percurso da Cristina Ferreira e quejandos. E se a D. Dolores se irá dar bem com a Georgina. E se a veia goleadora do Ronaldo secou ou se irá jorrar de novo. E se o os azulinhos conseguem renovar o ímpeto. E se os encarnadinhos serão capazes de reerguer-se. E se os verdinhos se verão libertos do tresloucado que lhes calhou em sorte e imporem-se como pessoas de bem que nunca deveriam ter deixado de ser.

E por cá? Continuamos uma ilha e incapazes de nos assumirmos como pessoas com capacidade para assumirmos o que para cada um de nós é verdadeiramente importante. Somos os reis da maledicência mas só nas redes sociais e em locais onde não tenhamos que assinar por baixo.

No meio de tudo isto Recomendo-vos uma visita à antiga Igreja de S. José onde ireis encontrar uma exposição de um artista de Peniche que aposta na figura humana para sublinhar o seu pensamento. Ireis encontrar algo verdadeiramente deslumbrante e que é mesmo imperdível. Está aberta de 3ª a Sábado.

Eu vou recomeçar as minhas leituras. Deixei atrasar tudo. Mas como estou de cabeça fresquinha, irei recuperar rapidamente.   

quinta-feira, agosto 23, 2018


ZECA AFONSO TEM UMA FAMÍLIA QUE O MERECE

Para quem teve a felicidade de o ouvir cantar ao vivo, com ele conversar, ou partilhar momentos de lazer, o que mais impressionava no Zeca Afonso era a sua coerência e a sua humildade. Ele sendo um gigante junto de todos, era do mesmo tamanho do mais “pequenino” de nós.

Por isso o Zeca nunca provocou distâncias nem honrarias. Ao cantar era para nós que cantava, era por nós todos que cantava, cantavava com todos os que o ouviam.

Escolheu provavelmente o caminho mais difícil. Que para ele era uma atitude natural, fazendo tudo parecer simples. O Zeca era assim, porque sim.

Quando os que não o amaram em vida quiseram agora penitenciar-se a sua família que o conhecia melhor que ninguém foi consequente com a coerência dele disse NÃO.

Honrem o Zeca cantando os seus versos. Cantando as suas canções. Não se ouve o Zeca nas rádios que se dizem pioneiras e líderes de audiência.

Honrem o Zeca promovendo espectáculos em que grupos de amigos seus recordem as suas canções. Honrem o Zeca fazendo-nos reviver em canções que cantou e estão gravadas na RTP.

Todos os dias o Zeca é morto porque não é ouvido nem visto. A melhor forma de o enterrarem definitivamente era encerrá-lo entre 4 paredes.

Os Vampiros andam aí. Ouçam o Zeca.

segunda-feira, agosto 20, 2018


FELISBELA LOPES

Felisbela Lopes é Professora Auxiliar no Departamento de Ciências da Comunicação do Instituto de Ciências Sociais da Universidade do Minho. Licenciou-se em Português-Francês e exerceu funções como jornalista, leccionando actualmente na Universidade do Minho disciplinas nas áreas do Jornalismo e da Informação Televisiva. É investigadora do Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade (CECS). Integra vários projectos de investigação, nomeadamente o “Mediascópio”, que analisa as tendências dos media em Portugal, e “Os 50 anos do Telejornal”, que coordena em parceria com a RTP. É ainda Investigadora Responsável por dois projectos que estão em curso: “Jornalismo televisivo e cidadania: os desafios da esfera pública digital” e “A doença em notícia”. Entre os seus trabalhos podem encontrar-se os livros “A TV do Real” (2008), “A TV das Elites” (2007), “A TV do Futebol” (coordenação; 2006) e “O Telejornal e o Serviço Público” (1999).

Aos domingos, no Jornal da manhã da RTP, FL lê a imprensa escrita em Portugal e analisa-a. Faz isso de forma exemplar em minha opinião. Alerta-nos para o tipo de notícias que são dadas, como são dadas e o tipo de informação que veiculam. Isto é se surgem de forma directa ou indirecta. Dito de outra maneira se são por informação directa colhida junto do objecto da notícia ou se surgem por interpostas pessoas, com todas as nuances que isso comporta.

FL ensina-nos a ler notícias. E sabendo nós como a imprensa tantas vezes contribui para corromper ou adulterar notícias, é um processo salutar dizer-nos que a leitura das notícias exige cuidado e atenção. Trata-se de uma rubrica que comporta o tipo de serviço público que cumpre a uma televisão paga com o dinheiro de todos nós.

Infelizmente a pivot nem sempre entende assim. E muitas vezes acelera esta leitura de FL como se a seguir o que vamos ouvir fosse mais importante. E quantas vezes o que vem a seguir é uma xaropada sem qualquer interesse pedagógico… 

sábado, agosto 18, 2018


BONS CONSELHOS...
A Genoveva, rapariga bem (da linha, por sinal), estava nervosíssima com os preparativos do casório.
Entra a Tia Filipa Gentefina de Vasconcelos que, ao vê-la naquele estado lhe perguntou, de imediato, o motivo de tanta preocupaçao.
- Ai, Genoveva! Você 'tá tao down. Mas afinal o que é se passa ?
- Oh Tia, 'tou uma pilha!.. Eu 'tou enervadérrima, sei lá...
- Mas, oh Genoveva isso é naturalíssimo com o casamento...
- Oh Tia, você nem imagina !... ...o mundo vai-me desabar em cima... Veja lá que caso amanhã e, justamente quando preciso mais do meu corpinho, 'tou com o período... Nem sei que faço! 'Tou mesmo uma pilha...
- Mas, oh Genoveva, tenha calma, nao se enerve que eu falo com o Bernardo.
Ele é um rapaz 'tao bem... Ele é um querido - de certeza que vai entender.
- Oh Tia Filipa, você faz isso?
- Olhe, vou já ter com ele.
A Tia Filipa visita o Bernardo e expoe a situação:
- Bernardo, como 'tá, meu querido ?
- Oh Tia, 'tou bem. A que se deve esta visita ?
- Olhe: eu nem sei como é qu'eu hei-de começar... ...é q'a
Genoveva 'tá enervadérrima porque, justamente agora com a noite de núpcias e isso, 'tá a atravessar aqueles dias do mês que todas as mulheres têm, 'tá a ver?
- O quê 'tá com o período ? Mas, oh Tia, isso é uma coisa normal da vida das mulheres e nao constitui um problema, até porque o amor q'eu nutro pela Genoveva é um amor essencialmente platónico.
- Oh Bernardo, você é um querido, você é benzérrimo.
Obrigadinho, vou já a correr a contar à Genoveva qu'ela 'tá uma neura.
Meia-hora depois:
- Olá Genoveva! Acalme-se rapariga !
- Entao, Tia Filipa? Conte-me q'eu nao aguento mais!
- Oh Genoveva, eu nao lhe disse que o Bernardo era um querido, q'ele era benzérrimo e q'ia compreender ? Olhe, falei com ele e ele disse que não havia problema nenhum e que o amor que sente por si até é essencialmente platónico...
- Ai mas que bem! Mas, oh Tia Filipa, o que é que é um amor platónico?
- Oh Genoveva, eu também não sei mas, pelo sim pelo não, vá preparando o rabinho

EMPREENDORISMO 
O pai, grande empresário, explica ao filho a história da sua empresa de salsichões:
- Esta, meu filho, foi a primeira máquina feita pelo teu bisavô. O burro depois de triturado entrava por aqui, e deste lado saiam salsichões.
- Hum...
- Esta máquina aqui foi feita pelo teu avô.
Bastava cortar o burro ao meio, meter as 2 metades aqui e... voilá - 300 quilos de salsichão de burro por hora.
- Ena !
- Esta, foi inventada por mim e tornou-nos líderes europeus. Por esta porta entra um burro inteiro ainda vivo eliminando assim as etapas anteriores e deste lado saem 300 quilos de salsichão de burro por minuto.
- Uau! Bestial !
- E agora, meu filho, diz-me lá o que pensas fazer para manter a nossa tradição de líderes do mercado ?
- Bom... hummm... Talvez podéssemos fazer uma máquina ao contrário ?
- ?!
- A gente metia um salsichão lá dentro e saía um burro inteiro...
- Meu filho. Essa máquina já existe! É a tua mãe !

BEM-AVENTURADOS OS QUE ACREDITAM

Um guru disse a um discípulo:
- Vai para a chuva e eleva os braços. Terás uma revelação.
No dia seguinte, o aluno volta e diz.
- Segui o seu concelho e fiquei completamente encharcado. Senti-me um idiota.
- Logo no primeiro dia!!!! Isso é que foi uma revelação.

terça-feira, agosto 14, 2018


E HOJE HÁ FADOS…

Nos últimos anos convencionou-se na cidade de Peniche, apresentar nas escadarias de S. Pedro um grupo restrito de cantores de fado amadores.

Dedilham-se guitarras e canta-se. Sendo um local de passagem obrigatória para os passeios noturnos e com o trânsito cortado na zona, com facilidade se juntam ali algumas centenas de pessoas que ouvem, aplaudem e interiorizam ou não o que veem e ouvem.

De canção fascista e machista até se travestir em Património Imaterial da Humanidade foi longo o caminho que o fado percorreu. Recordo que na Húmus vão lá 50 e tal anos na secção de discos o único fado possível de encontrar seria o Fado de Coimbra. O Fado de Lisboa existia para se ouvir ou em algumas rádios ou em vitrolas que existiam em cafés e onde imperava o Fernando Farinha.

Mas o Fado pertencia e era assumido pela alma popular. E tanto servia para o ceguinho cantar à porta da praça onde vendia os folhetos com letras de fazer chorar as paredes, como era cantado em salões de nobres e em salas de concerto em que a nossa diva brilhava como poucos.

Lavava-se a roupa nos pocinhos e cantava-se o fado. Fazia-se renda de bilros e cantava-se o fado. Caiavam-se as paredes das casas no Fialho e cantava-se o fado. Regressava-se a casa vindo das fábricas de conserva ou das lojas de peixe na ribeira e cantava-se o fado. Levava-se pancada dos maridos já bêbados e cantava-se o “maldito” fado. Passava-se fome e cantava-se o fado.

O fado foi amor. Estado de espírito e sentir das gentes. Hoje já não será nada disto. Será outra coisa que me é difícil perceber muitas vezes.

Enquanto coloco este texto na net, vou ouvir a Amália em “fados 67”.   

segunda-feira, agosto 13, 2018


O PENDURICALHO

Aos domingos à noite a SIC durante o seu Telejornal apresenta um imogi falante que se dedica a dizer coisas que só ele sabe e ouve. É uma espécie de “sempre em pé”, bonequinho que fazia as minhas delícias do meu tempo de criança.

O penduricalho tem opiniões sobre tudo e no entanto não conheço ninguém que se reveja no que ele diz. Até pode haver uma ou outra coisa com que alguém possa concordar. Mas logo a seguir ele consegue meter as pés pelas mãos e tornar-se impossível de aturar.

Os seus correram com ele. De vez em quando convidam-no, mas dá trabalho levá-lo onde quer que seja. Obriga aq ter uma plataforma elevatória para o penduricalho se poder tornar visível. E digamos em abono da verdade, ele só tem gracinha quando diz mal. Ninguém confia nos elogios daquela coisinha.

É lastimável ver pessoas inteligentes como o Rodrigo Guedes de Carvalho fazerem-lhe perguntas inteligentes. O bonequinho tem o discurso preparado por uma certa ordem e quando fogem disso esparramalha-se todo. O meu neto pergunta-me quando o vê: “Avô? São horas de ir para a cama?” Porque julga que é um desenho animado a dar as boas noites aos meninos e meninas. Só por isso talvez mereça a pena manter o penduricalho. È serviço público para os mais pequenos.

 

 

sábado, agosto 11, 2018



DESABAFO DE UM CONDUTOR ASSUSTADO
Esta manhã quando vinha pela auto-estrada, olho para o meu lado esquerdo e o que e que eu vejo???
Uma fulana num Mercedes novinho, a 150 km/hora, de queixo levantado para o espelho retrovisor a pôr rímel nas pestanas!
Continuei a olhar por mais uns segundos quando reparei que o carro dela já estava mais de metade na minha faixa de rodagem e ela continuava tranquilamente a pintar os olhos...
Apanhei um susto de tal forma (sou homem, não é?!?!
Como se não bastasse... no meio daquela confusão toda, a tentar não tirar os joelhos do volante para não me despistar, dei uma pantufada no telemóvel que caiu dentro do café que levava no meio das pernas, salpiquei tudo, queimei "o meu amigo e os amigos dele", estraguei a porcaria do telefone e ainda por cima desliguei uma chamada importante!!!
Raios partam as mulheres ao volante!!!  
BEM-AVENTURADOS OS PUROS DE CORAÇÃO

Um americano, um português, um francês, um italiano e um inglês chegaram ao Céu. São Pedro disse:
Aqui só pode entrar quem é puro, sem maldade. Vocês têm que passar num teste. Vou fazer uma pergunta a cada um.
Perguntou ao americano:

* O que é mole, mas na mão das mulheres fica duro?

O americano pensou e disse:

* Verniz.

* Muito bem, pode entrar, disse São Pedro.


Perguntou ao italiano:

* Onde as mulheres têm o cabelo mais enrolado?

O italiano respondeu:

* Em África.

* Certo. Pode entrar.


* Para o francês:

* O que as mulheres têm no meio das pernas?

* O joelho.

* Muito bem. Pode entrar também.


* E perguntou ao inglês:

* O que é que a mulher casada tem mais larga que a solteira?

* A cama.

* Óptimo. Pode entrar.


* O português virou-se e foi saindo de fininho...

* São Pedro chamou-o:

* Não vai responder à sua pergunta?

Nem vale a pena. Já falhei as anteriores...

quinta-feira, agosto 09, 2018


ZÉ ROSA: O MELHOR DE TODOS NÓS
Conheci o Zé Rosa nos idos 50/60 do século passado. Eu um menino estudante e muito empertigado e cheio das ideias que iriam colocar Peniche no mapa e fazer de Portugal um país de Liberdade. O Zé Rosa era a calma personificada mas isso não significava falta de determinação e de convicções. O Zé Rosa foi o amigo certo em horas difíceis. E foi o Homem que temperou a nossa intransigência juvenil. Ele foi a alma do CICARP e ver hoje os agentes funerários que trataram do funeral do cineclube que ele tanto amava a assistirem ao teu sepultamento, continua a ser difícil para mim de digerir.
O Zé Rosa era um Homem de ideais que manteve até ao fim da sua vida. Desaparecido o CICARP embarcou na aventura da HÚMUS com a mesma paixão e empenhamento que sempre nortearam o seu caminho. O Zé Rosa era um Homem de ideais e manteve-se sempre fiel a eles. Nem quando a PIDE lhe entrava casa dentro. Nem quando ostensivamente se colocavam ao seu lado para ouvirem o que dizia e reproduzirem em relatórios obscenos o que nunca perceberam, porque princípios e sonhos eram assunto que nunca perceberam.
Enquanto isto, o Zé ía escrevinhando os seus apontamentos para os livros que queria escrever, deixando dessa forma o seu legado para as gerações futuras.
É assim que surge ainda em 1964 “Mar e Homens” que comprei numa livraria hoje inexistente em Peniche, a “Livraria Cerdeira”. Surge depois ainda antes do 25 de Abril “À Face do Mar”. Em 1975 publica “Moisés o Negro” a que se seguem em 1977 “O Advogado” e a “Mulher Deitada”. Publica ainda entretanto “Inquérito ao Mar” e “Enquanto se Espera” em 1979. Em 1980 vê a luz “O Casal Desavindo” e em 2006 “O País do Mar”. Nestes livros desenvolve o conto, o romance e o Teatro. E uma constante em todos eles, o Mar, os pescadores, as suas mulheres e os seus filhos e filhas.
Sem mendigar apoios, nunca se aproveitando dos amigos que as suas relações ímpares geraram o Zé foi-nos entregando uma parte importante da História de Peniche, sem bajulices, nem salamaleques.
Os seus livros foram surgindo como ele próprio. Sem se dar por eles. Éramos um grupo fabuloso: o Desejável, o Adelino Leitão, o Zé Rosa, o Carlos Mota, eu próprio, o Delgado, e mais os que se foram juntando a nós (estou a pensar nos mais velhos) e todos os que sempre nos apoiaram. Restamos poucos. Que este já longo epitáfio permita que nos percebam. Pelo que fomos. Pelo que lutámos. Por aquilo em que acreditámos e que se hoje não permitiu viver a Utupia pelo menos permitiu que víssemos a luz ao fundo do túnel.                

quarta-feira, agosto 08, 2018


O DESAPARECIMENTO (?) DESTE BLOG NAS REDES SOCIAIS

Desde sábado passado que desaparecemos completamente do mapa. Uma anomalia técnica com o router fez-me ficar sem telefone fixo e sem internet que só ficaram totalmente recuperados hoje mesmo.

Espero que a partir de amanhã com a regularidade que impuz a mim mesmo possa voltar ao vosso convívio.

Até ao próximo blog. Bem hajam pela vossa paciência.

quarta-feira, agosto 01, 2018


“DICIONÁRIO DO DIABO”

É um livro de Ambrose Bierce e editado recentemente pela “tinta da China”.

O autor era um jornalista e escritor americano nascido em 1842 e que desapareceu no decorrer de uma viagem ao México em 1914. Trata-se de um escritor corrosivo e sarcástico que na sua época lhe valeu muitos incómodos pela forma como incomodava uns e outros. Em algumas colunas de jornais americanos publicou as suas análises extremamente sintéticas a que chamou inicialmente o “livro de palavras cínicas” que reformulado veio a receber a designação com que hoje se apresenta “O Dicionário do Diabo”.

Para vos despertar o apetite sobre este autor e a sua interpretação do demo, ou do que ele promove, pensa ou diz ou nos impulsiona a dizer dou aqui um conjunto de definições que o tornam absolutamente necessário nos dias de hoje. Digamos que quando comparado com o autor ou à sua representação diabólica, o Facebook é uma brincadeira de crianças:

Adivinha, n. Quem elege os nossos governantes?

Alegria, n. Uma sensação agradável provocada pela contemplação da miséria dos outros

Casamento, n. Cerimónia na qual duas pessoas passam a ser uma, uma passa a ser nada e nada passa a ser sustentável

Escrúpulos, n. Uma palavra caída em desuso por expressar uma ideia que já não existe

Gota, n. Nome que os médicos dão ao reumatismo de uma pessoa rica

Justiça, n. Uma mercadoria que o Estado vende aos cidadãos, em condições mais ou menos adulteradas, como retribuição pela sua obediência, pelos seus impostos e serviços pessoais.

Malfeitor, n. O principal factor de progresso da raça humana

Optimista, adj. Proponente da doutrina segundo a qual o preto é branco.

Reverência, n. A atitude espiritual do homem perante Deua e do cão perante o homem.

Velhice, n. Aquele período da vida no qual ajustamos os vícios que ainda temos, denegrindo aqueles que já não conseguimos satisfazer.

segunda-feira, julho 30, 2018


TER BENS E SER DE ESQUERDA

Por outras palavras, é legítimo a alguém de esquerda pugnar por um país mais justo, socialmente atento aos mais desfavorecidos e ao mesmo tempo ser detentor de bens patrimoniais avultados?

Pode esse alguém levantar a voz contra o poder económico e ao mesmo tempo ser ele próprio uma pessoa que aproveitando as vantagens de uma sociedade que favorece os que maior capacidade económica possuem multiplica os seus lucros?

Deverá o que tem bens distribui-los pelos pobres e também ele próprio pobre então lutar por uma sociedade mais justa?

Esta última pergunta é tão desonesta como as campanhas que se desenvolveram (desenvolvem) nos média contra quem utiliza as leis do mercado para ganhar mais-valias ainda que estupidamente muito favoráveis para si próprio.

Quem luta por ideias, não pretende roubar a uns para dar a outros. Pretende que uma socidade mais fraternal e justa permita a todos melhorar a sua vida, ainda que sem pisar ninguém para lá chegar.

Ouvir as Cristas e os Mendes e os jovens jotinhas do PSD, useiros e vezeiros em fraudulentas iniciativas para se beneficiarem a si próprios criticar os que ousam coloca-los em causa, é no mínimo constrangedor.

Quem é de esquerda tem de viver com o RSI? Não pode criticar entre outras coisas a especulação imobiliária e negociar nos valores estabelecidos pelo mercado? Tem de ser parvo e miserabilista?

Como dá o PSD lições de moral a quem quer que seja? Não são eles e os seus maiores e mais reputados ideólogos que estão no banco dos réus?

É eticamente reprovável. Quanto a coisas de moral poupem-me. Ver a Cristas a comungar é para mim o pleno.

Recuso que quem for de esquerda tem de ser parvo. Definitivamente. Ouvir o Paulinho das feiras a dissertar sobre isto é o mesmo que levar a passear ao ombro um escorpião venenoso. Negociar em submarinos dá menos dores de cabeça.  
PS: Já depois de publicado este post, as TVS anunciam que o deputado do BE renuncia aos cargos que detinha na CML e no seu partido. Isto é ser um homem de esquerda. Percebeste marques mentes? Percebeste paulinho?  E não vou enumerar mais safardanas porque senão isto seria exaustivo.

sábado, julho 28, 2018


NÓS E OS NOSSOS FILHOS
Traduzido do original: The silent tragedy affecting today’s children
Via Revista Pazes
Há uma tragédia silenciosa que está se desenvolvendo hoje em nossas casas e diz respeito às nossas joias mais preciosas: nossos filhos. Nossos filhos estão em um estado emocional devastador! Nos últimos 15 anos, os pesquisadores nos deram estatísticas cada vez mais alarmantes sobre um aumento agudo e constante da doença mental da infância que agora está atingindo proporções epidêmicas.
As estatísticas:
-1 em cada 5 crianças tem problemas de saúde mental;
-um aumento de 43% no TDAH foi observado;
-um aumento de 37% na depressão adolescente foi observado;
-um aumento de 100% na taxa de suicídio foi observado em crianças de 10 a 14 anos.
O que está acontecendo e o que estamos fazendo de errado?
As crianças de hoje estão sendo estimuladas e superdimensionadas com objetos materiais, mas são privadas dos conceitos básicos de uma infância saudável, tais como:
-pais emocionalmente disponíveis;
-limites claramente definidos;
-responsabilidades;
-nutrição equilibrada e sono adequado;
-movimento em geral, mas especialmente ao ar livre;
-jogo criativo, interação social, oportunidades de jogo não estruturadas e espaços para o tédio.
Em contraste, nos últimos anos as crianças foram preenchidas com:
– pais digitalmente distraídos;
– pais indulgentes e permissivos que deixam as crianças “governarem o mundo” e sem quem estabeleça as regras;
– um sentido de direito, de obter tudo sem merecê-lo ou ser responsável por
obtê-lo;
– sono inadequado e nutrição desequilibrada;
– um estilo de vida sedentário;
– estimulação sem fim, armas tecnológicas, gratificação instantânea e ausência de momentos chatos.
O que fazer?
Se queremos que nossos filhos sejam indivíduos felizes e saudáveis, temos que acordar e voltar ao básico. Ainda é possível! Muitas famílias veem melhorias imediatas após semanas de implementar as seguintes recomendações:
– Defina limites e lembre-se de que você é o capitão do navio. Seus filhos se sentirão mais seguros sabendo que você está no controle do leme.
– Oferecer às crianças um estilo de vida equilibrado, cheio do que elas PRECISAM, não apenas o que QUEREM. Não tenha medo de dizer “não” aos seus filhos se o que eles querem não é o que eles precisam.
– Fornecer alimentos nutritivos e limitar a comida lixo.
– Passe pelo menos uma hora por dia ao ar livre fazendo atividades como: ciclismo, caminhadas, pesca, observação de aves/insetos.
– Desfrute de um jantar familiar diário sem smartphones ou tecnologia para distraí-lo.
– Jogue jogos de tabuleiro como uma família ou, se as crianças são muito jovens para os jogos de tabuleiro, deixe-se guiar pelos seus interesses e permita que sejam eles que mandem no jogo.
– Envolva seus filhos em trabalhos de casa ou tarefas de acordo com sua idade
(dobrar a roupa, arrumar brinquedos, dependurar roupas, colocar a mesa, alimentação do cachorro etc.).
– Implementar uma rotina de sono consistente para garantir que seu filho durma o suficiente. Os horários serão ainda mais importantes para crianças em idade escolar.
– Ensinar responsabilidade e independência. Não os proteja excessivamente
contra qualquer frustração ou erro. Errar os ajudará a desenvolver a resiliência e a aprender a superar os desafios da vida.
– Não carregue a mochila dos seus filhos, não lhes leve a tarefa que esqueceram, não descasque as bananas ou descasque as laranjas se puderem fazê-lo por conta própria (4-5 anos). Em vez de dar-lhes o peixe, ensine-os a pescar.
– Ensine-os a esperar e atrasar a gratificação.
Fornecer oportunidades para o “tédio”, uma vez que o tédio é o momento em que a criatividade desperta. Não se sinta responsável por sempre manter as crianças entretidas.
– Não use a tecnologia como uma cura para o tédio ou ofereça-a no primeiro segundo de inatividade.
– Evite usar tecnologia durante as refeições, em carros, restaurantes, shopping centers. Use esses momentos como oportunidades para socializar e treinar cérebros para saber como funcionar quando no modo “tédio”.
– Ajude-os a criar uma “garrafa de tédio” com ideias de atividade para quando estão entediadas.
– Estar emocionalmente disponível para se conectar com crianças e ensinar-lhes autorregulação e habilidades sociais.
– Desligue os telefones à noite quando as crianças têm que ir para a cama para evitar a distração digital.
– Torne-se um regulador ou treinador emocional de seus filhos. Ensine-os a reconhecer e gerenciar suas próprias frustrações e raiva.
– Ensine-os a dizer “olá”, a se revezar, a compartilhar sem se esgotar de nada, a agradecer e agradecer, reconhecer o erro e pedir desculpas (não forçar), ser um modelo de todos esses valores.
– Conecte-se emocionalmente – sorria, abrace, beije, faça cócegas, leia, dance, pule, brinque ou rasteje com elas.
E compartilhe se você percebeu a importância desse texto!
 

sexta-feira, julho 27, 2018


HOTEIS PARA ANIMAIS

Procura aumenta e esgota os estabelecimentos

Eu cá sou do tempo em que cães e gatos e gaivotas e pombos eram cães gatos gaivotas e pombos e em que pessoas eram pessoas. Não esperem deste blog hoje (mais que nunca) um escrito politicamente correcto. A loucura parece ter atingido de forma absoluta este mundo global. Aqui em Portugal aonde tudo chega com algum atraso (tal como diziam Eça e Pessoa) também esta moda (a defesa dos animais) chegou com atraso mas veio com requintes de malvadez. É claro que tudo não passa de um problema económico. As empresas de comida para bichos de desparasitadores de roupas de telas de camas de brinquedos e… de ocupação e fonte de rendimento para veterinários tinha de criar condições para vender e se tornar uma fonte lucrativa de negocia. Com isto não digo que não existam pessoas verdadeiramente empenhadas em ter conviver e fruir de animais de companhia. Mas tornam-se incautas e absorvedores das agressivas campanhas publicitárias que invadem as nossas casas via imprensa.

Eu sou do tempo em que em casa da minha avó havia sempre um pintassilgo. Ou no tempo deles um grilo. Cães e gatos eram uma constante. A minha avó tinha animais de capoeira que eram festejados em grande no Natal e na festa da Boa Viagem. Eu adorava uma canjinha de “borrachinho” que a minha mãe ia buscar com a devida autorização ao pombal do meu pai. Ficou célebre um cão que tivemos que para “mijar” fazia o pino. Animais foram sempre uma constante em minha casa desde que me lembro de existir. Mas era um tempo em que animais eram animais e pessoas eram pessoas. Nesse tempo os animais faziam naturalmente parte dos nossos lares. A Assembleia da República tinha outras (?) preocupações e o Ti Tóino se alguém ousasse entrar por aí mandava a policia de costumes tratar-lhe do juízo. Os animais não tinham stress pós-traumático depois do dono ralhar com eles ou chegar-lhes a roupa ao pelo. Os animais não tinham férias nem hóteis. Não sofriam de apneia do sono nem de “caganeira” a não ser quando comiam umas ervitas dasruas que nós dizíamos serem boas para lhes regularizar o circuito digestivo. Cães e gatos e pássaros existiam e eram felizes por existirem sem a interferência das pessoas que supostamente sabem o que é melhor para eles.

Hotéis para cães? Valha-me a santa. Num tempo em que pessoas vivem sem casas sem abrigos sem amor. Não consigo alinhar com esta paranoia.

quarta-feira, julho 25, 2018


REVITALIZAR ESPAÇOS

Tem sido notória a preocupação na Cidade de Peniche em provocar uma segunda vida ao seu Centro Histórico. Algumas das iniciativas da Câmara Municipal têm vindo a desenvolver-se no espaço da sua Praça maior e do Jardim Público, conferindo-lhes uma animação há muito perdida.

O que tem sido significativo para muitos dos habitantes locais. Claro que é difícil criar condições para que o Centro Histórico seja um local de habitação permanente. Peniche está submetido às regras do mercado da habitação que implodiram com o colossal desenvolvimento turístico do país. O Alojamento Local e o novo surto de Hosteis ocuparam espaços anteriormente ocupados por residentes e transformaram os centros das cidades em zonas preferenciais para turistas e novos empreendedores hoteleiros.

Em Peniche o surf e o clima extremamente temperado vieram a traduzir-se num novo tipo de procura inimaginável há 2 décadas. A montante e a jusante do surf os nativos do Concelho de Peniche não estavam preparados para este boom. Como sempre, foram os que aqui não pertencem que descobriram o potencial que Peniche encerrava.

Nós começamos por estranhar e só depois entranhamos. Mas temo-lo feito com algum brilhantismo das camadas mais jovens. Que são os mais atentos e despertos para uma nova orientação dos mercados de trabalho. A explosão do mercado do surf dá uma nova configuração àquilo a que estávamos habituados. E depois é um mercado que se desenvolve durante todo o ano ao contrário do potencial turístico estival. O vento que sempre foi um anátema para os habitantes locais hoje representa uma fonte de riqueza, quer sopre do norte os do sul, com a potencialização maior da costa do Baleal ou os Supertubos.

Viajar hoje de e para Peniche utilizando as frotas de autocarros expressos ajuda um pouco a conhecer esta nova realidade com inúmeros jovens de todas as nacionalidades a visitarem-nas ou para a prática dos Desportos radicais, ou tão somente para nos conhecerem melhor e preparem visitas futuras.  

Mas voltando à “vaca fria”. Esta nova explosão de vida no Centro da Cidade de Peniche está a ajudar a potenciar estes novos mercados, assim como nos expõe de forma significativa perante quem nos visita. Perdido o pecado original de sermos uma quase-ilha é bom que o aproveitemos em favor de um futuro promissor para os nossos filhos.

segunda-feira, julho 23, 2018


OS MAIAS

Existirão pessoas muito mais habilitadas que eu para aferirem da importância da Leitura do Livro de Eça de Queiroz pelos jovens do Secundário.

Outros referirão da importância do Latim. Outros ainda da História contemporânea.

Eu próprio sublinharia da importância do estudo da Geometria Descritiva nos anos terminais do Secundário.

Esta questão de alterar programas é velha e tem barbas. Já o meu pai se queixava de que em relação à “sua Escola Primária” eu era um perfeito ignorante. De facto o que o meu pai estudava em Matemática e Português/História/Ciências Naturais, na sua 5ª e 6ª Classe, fazia de nós alunos do 2º Ciclo do Estado Novo completamente iletrados.

Recordo de alguma coisa que foi retirado dos programas da “minha” Escola Primária que me fez rejubilar. Refiro-me às linhas de Caminho de Ferro e ramais. Rios e afluentes nas ditas “províncias Ultramarinas”.

A partir do 25 de Abril alterar programas tornou-se moda. Muda Ministro, muda programa. Houve alguma estabilidade com a Reforma do Veiga Simão mas a verdade é que já ninguém se entendia. Os livros de leitura obrigatória foram mudando ao sabor das correntes mais ou menos liberais que infestavam o Ministério da Educação. Esses livros e as alterações a objectivos a atingir pelos alunos tornaram-se uma das formas de demonstrar poder. Foram-se “abandalhando” as actividades psicomotoras e de Educação Física. Aplicou-se ao ensino obrigatório a regra de ouro da economia. Os trabalhadores são para produzir, não para pensar ou exercerem destrezas. O Ensino Profissional desapareceu quase por completo, excepto como elemento dissuasor para alunos com dificuldades de aprendizagem. A escola pública era uma fábrica de indiferenciados.

Os alunos brilhantes eram absorvidos pelos serviços competentes do ME em licenciatura necessárias às amostragens externas. Os sindicatos mais procupados em barrar a avaliação dos professores e os seus ganhos não se preocupavam com isso. Nem sequer promoviam a discussão desses temas. A evolução das disciplinas do domínio psicomotor é disso um exemplo claro. Até mudar uma lâmpada e pintar uma parede se tornou uma especialidade. A História e a Geografia tornaram-se outras brincadeiras dos “assentados” nos cadeirões do ME.

Os Maias e Eça, são incómodos. Lá chegará a vez do “A Menina do Mar”. Quero dedicar esta minha capacidade de indignação pelo que vem acontecendo no desenrolar do ódio dos políticos pela inteligência dos portuguesas, ao Homem que foi meu professor de Português na Escola Industrial Machado de Castro, o professor Carvalho de Lima. Ouvi-lo dizer um poema de Antero, era uma bateria que nos carregava a alma para um período lectivo.

Não chorem pois pelos Maias. Chorem por aquilo que permitimos que vai acontecendo no nosso país. E pelo legado que dele fazemos a filhos e netos.    

sábado, julho 21, 2018


 Sakiro Suzuki

No primeiro dia de aulas numa escola secundaria americana, a professora apresentou aos alunos um novo colega, Sakiro Suzuki, do Japão...

A aula começa e a professora:

- Vamos lá testar os vossos conhecimentos de história. Quem disse:

- "Dê-me a liberdade ou a morte"?

Silêncio total na sala.

Apenas Suzuki levanta a mão e diz:

- Patrick Henry em 1775 em Filadélfia.

Muito bem, Suzuki.

E quem disse:

-  "O estado é o povo, e o povo não pode afundar-se."?

- Abraham Lincoln em 1863 em Washington.

A professora olha os alunos e diz:

-Vocês não têm vergonha?

Suzuki é japonês e sabe mais sobre a história da América do que vocês!

Então, ouve-se uma voz baixinha, lá ao fundo:

- Vai levar no cu … , japonês filho da p***a…!

Quem foi?! grita a professora.

Suzuki levanta a mão e sem esperar responde:

- General McArthur em 7 de Dezembro de 41 em Pearl Harbour.

A turma fica silenciosa, apenas se ouve ao fundo da sala:

Um aluno levanta-se e grita:

- Suzuki é uma merda!

Suzuki responde:

- Valentino Rossi após a corrida de Moto GP no Rio de Janeiro em 2002.

Um dos alunos grita:

- Chupa-me a gaita!

E a professora muito irritada, grita:

- Já chega! Quem foi agora?

Suzuki, sem hesitações:

-Bill Clinton a Mônica Lewinsky, na Sala Oval da Casa Branca, em Washington – 1997.

A turma fica histérica, a professora desmaia, abre-se a porta e entra o director, que pergunta:

- Que merda é esta?! Nunca vi uma confusão destas!

Suzuki responde:

- António Costa para a Ministra da Administração Interna ao ler o relatório sobre a coordenação do combate aos incêncios florestais, Agosto 2017.

O director fica irado com a indisciplina da turma e exclama:

- Cambada de mariquinhas filhos de uma vaca, vocês têm que ser homens a sério!

Suzuki responde:

- Bruno de Carvalho, no balneário do Sporting, após o jogo com o Aves na final da Taça de Portugal!
UMA VOZ EXCEPCIONAL
https://www.youtube.com/watch?v=k59W1r_H3IA
EXPERIMENTE FAZER ISTO...E OS APLAUSOS SERÃO MAIS QUE MUITOS

terça-feira, julho 17, 2018


DIA INTERNACIONAL DE NELSON MANDELA

18 DE JULHO

Amanhã comemora-se o nascimento (há 100 anos) de Nelson Mandela. A ONU em boa hora declarou o dia 18 de Julho como Dia Internacional de Nelson Mandela.

Trata-se de uma figura ímpar do nosso Planeta. Pelo exemplo. Pelo altruísmo. Pela dignidade. Olhamos para aquela figura e sentimos nela ao mais elevados conceitos de que a Humanidade é capaz. A Fraternidade. A Tolerância.

Até os mais duros se vergaram ao poder do seu sorriso e do seu carinho. Instituídos os valores mais nobres despojou-se daquilo que faz do homem uma caricatura de si próprio: o Poder.

Dedicou-se à família e ao estatuto de Madiba. Homem velho capaz de pelo exemplo representar para todos o que melhor podemos fazer pelos outros: Amá-los.

Até Sempre Madiba.

domingo, julho 15, 2018

UMA DE CULTURA POLÍTICA
No liceu, numa aula de História, o professor pergunta ao aluno:
- Diga-me, menino Augusto, qual foi o português que, ao longo da sua vida, lidou mais de perto com os Santos?
O aluno pensa durante alguns momentos, respondendo por fim:
- Foi Henrique Galvão, senhor professor!
- Ora essa! - Admirou-se o professor. Então porquê?
O aluno:
- Porque nasceu em Santa Isabel, no dia de Santo Hilário.
Foi baptizado no dia de Santa Catarina e frequentou a escola de Santa Filomena.
Morava no Campo de Sant'Ana, deu uma queda em Santa Bárbara e foi socorrido no Hospital da Ordem Terceira de São Francisco.
Foi preso e julgado no Tribunal de Santa Clara, pelo juiz Santiago.
Esteve internado sob prisão no Hospital de Santa Maria, de onde fugiu no dia de Todos os Santos.
Assaltou o paquete Santa Maria, ao qual deu o nome de Santa Liberdade.
Passou pela Ilha de Santa Lúcia, a caminho de terras de Santa Cruz, fixando residência em São Paulo, na Rua de Santa Teresinha, onde viveu exilado, por causa de um "Santo" António que vivia em São Bento e era natural de Santa Comba Dão.

A PROPÓSITO DO MUNDIAL DE MOSCOVO
https://www.youtube.com/watch?v=gHfNIZBzgeY 
E UMA BEM PORTUGUESA (no dentista em Borba)
- O seu dente está morto! 
- Atão, nesse case, arranca-se, nã é sr. Doutori? 
- Bem, se quiser posso pôr-lhe uma coroa... 
- Nã, nã, doutori... ê prefiro enterrá-lo sen cerimónias!



sexta-feira, julho 13, 2018


AS NOVAS REGRAS DA GRAMÁTICA PORTUGUESA

Vou chumbar a Língua Portuguesa, quase toda a turma vai chumbar, mas a gente está tão farta que já nem se importa. As aulas de português são um massacre. A professora? Coitada, até é simpática, o que a mandam ensinar é que não se aguenta. Por exemplo, isto: No ano passado, quando se dizia “ele está em casa”, ”em casa” era o complemento circunstancial de lugar. Agora é o predicativo do sujeito.”O Quim está na retrete”: “na retrete” é o predicativo do sujeito, tal e qual como se disséssemos “ela é bonita”. Bonita é uma característica dela, mas “na retrete” é característica dele? Meu Deus, a setôra também acha que não, mas passou a predicativo do sujeito, e agora o Quim que se dane, com a retrete colada ao rabo.

 

No ano passado havia complementos circunstanciais de tempo, modo, lugar etc., conforme se precisava. Mas agora desapareceram e só há o desgraçado de um “complemento oblíquo”. Julgávamos que era o simplex a funcionar: Pronto, é tudo “complemento oblíquo”, já está. Simples, não é? Mas qual, não há simplex nenhum, o que há é um complicómetro a complicar tudo de uma ponta a outra: há por exemplo verbos transitivos directos e indirectos, ou directos e indirectos ao mesmo tempo, há verbos de estado e verbos de evento, e os verbos de evento podem ser instantâneos ou prolongados; almoçar por exemplo é um verbo de evento prolongado (um bom almoço deve ter aperitivos, vários pratos e muitas sobremesas). E há verbos epistémicos, perceptivos, psicológicos e outros, há o tema e o rema, e deve haver coerência e relevância do tema com o rema; há o determinante e o modificador, o determinante possessivo pode ocorrer no modificador apositivo e as locuções coordenativas podem ocorrer em locuções contínuas correlativas. Estão a ver? E isto é só o princípio. Se eu disser: Algumas árvores secaram, ”algumas” é um quantificativo existencial, e a progressão temática de um texto pode ocorrer pela conversão do rema em tema do enunciado seguinte e assim sucessivamente.

 

No ano passado se disséssemos “O Zé não foi ao Porto”, era uma frase declarativa negativa. Agora a predicação apresenta um elemento de polaridade, e o enunciado é de polaridade negativa. No ano passado, se disséssemos “A rapariga entrou em casa. Abriu a janela”, o sujeito de “abriu a janela” era ela, subentendido. Agora o sujeito é nulo. Porquê, se sabemos que continua a ser ela? Que aconteceu à pobre da rapariga? Evaporou-se no espaço?

 

A professora também anda aflita. Pelo visto, no ano passado ensinou coisas erradas, mas não foi culpa dela se agora mudaram tudo, embora a autora da gramática deste ano seja a mesma que fez a gramática do ano passado. Mas quem faz as gramáticas pode dizer ou desdizer o que quiser, quem chumba nos exames somos nós. É uma chatice. Ainda só estou no sétimo ano, sou bom aluno em tudo excepto em português, que odeio, vou ser cientista e astronauta, e tenho de gramar até ao 12º estas coisas que me recuso a aprender, porque as acho demasiado parvas. Por exemplo, o que acham de adjectivalização deverbal e deadjectival, pronomes com valor anafórico, catafórico ou deítico, classes e subclasses do modificador, signo linguístico, hiperonímia, hiponímia, holonímia, meronímia, modalidade epistémica, apreciativa e deôntica, discurso e interdiscurso, texto, cotexto, intertexto, hipotexto, metatatexto, prototexto, macroestruturas e microestruturas textuais, implicação e implicaturas conversacionais? Pois vou ter de decorar um dicionário inteirinho de palavrões assim. Palavrões por palavrões, eu sei dos bons, dos que ajudam a cuspir a raiva. Mas estes palavrões só são para esquecer, dão um trabalhão e depois não servem para nada, é sempre a mesma tralha, para não dizer outra palavra (a começar por t, com 6 letras e a acabar em “ampa”, isso mesmo, claro.)

 

Mas eu estou farto. Farto até de dar erros, porque me põem na frente frases cheias deles, excepto uma, para eu escolher a que está certa. Mesmo sem querer, às vezes memorizo com os olhos o que está errado, por exemplo: haviam duas flores no jardim. Ou: a gente vamos à rua. Puseram-me erros desses na frente tantas vezes que já quase me parecem certos. Deve ser por isso que os ministros também os dizem na televisão. E também já não suporto respostas de cruzinhas, parece o totoloto. Embora às vezes até se acerte ao calhas. Livros não se lê nenhum, só nos dão notícias de jornais e reportagens, ou pedaços de novelas. Estou careca de saber o que é o lead, parem de nos chatear. Nascemos curiosos e inteligentes, mas conseguem pôr-nos a detestar ler, detestar livros, detestar tudo. As redacções também são sempre sobre temas chatos, com um certo formato e um número certo de palavras. Só agora é que estou a escrever o que me apetece, porque já sei que de qualquer maneira vou ter zero.

 

E pronto, que se lixe, acabei a redacção - agora parece que se escreve redação.O meu pai diz que é um disparate, e que o Brasil não tem culpa nenhuma, não nos quer impôr a sua norma nem tem sentimentos de superioridade em relação a nós, só porque é grande e nós somos pequenos. A culpa é toda nossa, diz o meu pai, somos muito burros e julgamos que se escrevermos ação e redação nos tornamos logo do tamanho do Brasil, como se nos puséssemos em cima de sapatos altos. Mas, como os sapatos não são nossos nem nos servem, andamos por aí aos trambolhões, a entortar os pés e a manquejar. E é bem feita, para não sermos burros.

E agora é mesmo o fim. Vou deitar a gramática na retrete, e quando a setôra me perguntar: Ó João, onde está a tua gramática? Respondo: Está nula e subentendida na retrete, setôra, enfiei-a no predicativo do sujeito.

João Abelhudo, 8º ano, setôra, sem ofensa para si, que até é simpática

 

Este texto é da autoria de Teolinda Gersão. Escritora, Professora Catedrática aposentada da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Escreveu-o depois de ajudar os netos a estudar Português. Colocou-o no Facebook

segunda-feira, julho 09, 2018


CENÁRIOS

- E se chovesse em Portugal como no Japão e morressem dezenas de pessoas?

- E se fossem 12 rapazes mais o seu treinador a entrar numa gruta em Portugal, ficarem lá presos e ter de se mobilizar uma equipa internacional para os salvar?

- E se um tubarão invadir as praias do Algarve e der umas “trincas” nuns quantos banhistas?

- E se de repente o Serviço Nacional de Saúde colapsasse?

1º - A Assunção Cristas culpa o Governo

2º - O Jerónimo de Sousa diz que a classe trabalhadora é vítima dos capitalistas que dominam a economia.

3º - Os deputados do PSD de oposição a Rui Rio dizem que o partido não pode andar a reboque do Governo

4º - O BE diz que sim mas também

5º - O Mário Nogueira diz que os professores não são responsáveis de nada

6º - A OM e os sindicatos dos mesmos formam uma frente sindical única para derrubar o Governo

E por último:

- O PR passa a despachar e a receber em Belém durante a noite, para durante o dia poder acorrer a todo o circo mediático montado em torno destas ocorrências tão interessantes

 

sábado, julho 07, 2018


 GENTE MANHOSA
O menino Zézinho chega esbaforido e todo sujo, além de atrasado, à aula. A professora toda empertigada, interpela o Zézinho:
- ENTÃO ISTO Á QUE SÃO HORAS DE CHEGAR? E ainda por cima todo sujo?
Isto não tem explicação.
- Tem sim, sô pessora: tive de levar a vaca lá de casa, pró touro cobrir.
- Mas o seu pai não pode fazer isso?
- Poder, pode...,mas acho que a vaca prefere o touro

Um jovem advogado estava defendendo um empresário num processo comercial muito complexo. Infelizmente, todos os elementos faziam pender a balança para o lado errado, e o jovem advogado estava esperando o pior. Então ele resolve consultar um advogado mais experiente no escritório. Ele pergunta se seria interessante enviar ao juiz uma caixa de charutos, por exemplo. O outro advogado exclama:
- Você está louco! Faça isso e você perde a acção imediatamente!
Duas semanas depois, o juiz dá a sentença favorável ao cliente do jovem advogado. Ele decide comemorar a vitória com um almoço para o qual convida o colega do escritório que ele tinha consultado. Este diz:
- Está a ver? Não foi uma boa ideia não enviar a caixa de charutos?
- Mas eu enviei. Só que mandei junto o cartão de visitas da outra parte!

Dois advogados andavam a caçar quando um leão os surpreendeu em plena selva.
Um deles começou imediatamente a tirar os sapatos. O outro perguntou:
"Por que é que estás a tirar os sapatos?
"Porque descalço, eu posso correr mais depressa!"
"Que idiotice! Não importa o que consigas correr, nunca vais conseguir correr mais que o leão!"
"Eu não preciso correr mais que o leão. Só tenho que correr mais do que tu!"

O marido deita-se com muito cuidado na cama e sussurra suave e apaixonadamente ao ouvido da sua mulher...
- Estou sem cuecas...
E a mulher responde:
- Amanhã lavo-te umas!



segunda-feira, julho 02, 2018


SER/ESTAR CONFIANTE

9 meses passaram sobre as últimas eleições autárquicas. Em Peniche houve uma espécie de hecatombe eleitoral. Vindo aparentemente do nada um Grupo de Cidadãos tornou-se a maior força política autárquica, destronando os partidos que desde 74/75 dividiam entre si o poder autárquico. PCP/MDP, PS, PPD, PS, PSD, PS e PCP são os glutões que se têm banqueteado na mesa do ofertório concelhio.

Eu ao longo dos meus anos de vivência em Democracia já votei MDP, PCP (nas suas várias máscaras), PSD, PS e desta vez votei na Árvore.

Tenho tido em particular atenção pelo que se tem passado na autarquia. Além de um tempo inicial em que os derrotados demoraram a deglutir a derrota, não é demasiado evidente o que se tem passado. Nas Freguesias as coisas acontecem com alguma naturalidade ou de forma mais surpreendente. Na Atouguia o Afonso é igual a si próprio activo e empenhado. Em Ferrel mandam os ferrelenses e na Serra ensaiam-se modelos testados noutros lugares. Perante isto a grande surpresa é a Junta de Peniche. Ninguém tinha dúvidas que substituir o anterior Presidente de Junta não seria tarefa fácil. Pelo trabalho em si. Por se tratar de uma mulher no lugar de um homem impositivo. Por ter ganho a Junta perante adversários determinados e alguns com experiência de vida autárquica. O que é certo é que a Presidente da Junta, a mossa Presidente tem vindo a impor-se pela sua capacidade de trabalho e determinação. Ouve as pessoas correligionários e adversários e toma as suas decisões em função do que é melhor para quem vive na cidade. Claro que se aconselha. Claro que tem o apoio do Presidente da Câmara. Mas também tem o apoio dos que formam a Junta com ela e dos seus trabalhadores. Está a ganhar o respeito de amigos e adversários o que não é pouco nos tempos que correm.

Quanto à Câmara Municipal. O seu Presidente é a mesma pessoa impoluta, honesta e trabalhadora que todos sempre conhecemos. Não tem cartões de crédito da Câmara para despesas que faz no desempenho do seu cargo. Apresenta os recibos das despesas efectuadas. Isso diz alguma coisa sobre a pessoa que é. E estabelece alguma diferença em relação a congéneres anteriores. Está a arrumar a casa. Anos e anos de viver para o retrato e para as câmaras deixaram um forte rasto. Isso não o libertará para um trabalho mais no exterior, mas acredito que ele irá encontrar o tempo que em que saberá tornar isso possível. Os vereadores com pelouros que o acompanham estão a aprender a lidar e trabalhar com politiquices caseiras. No que se refere ao seu trabalho especifico que lhes foi cometido na distribuição de tarefas pelo Presidente estão a executá-las com muito empenho e denodo. Sem se preocuparem se ficam bem na fotografia. O que só lhes fica bem.

E os vereadores da oposição? São a oposição que temos na terrinha que é Peniche. É um exercício fastidioso e enfadonho mas necessário para percebê-los ler as actas da Câmara no mandato anterior e no actual. E como se repetem os vereadores do PS e do PSD, não encontramos nada de novo nos seus discursos. Não perceberam porque perderam e continuam iguais a si próprios. Neste capítulo honra seja feita ao vereador do PCP.

De resto deixo aqui uma nota à margem. Já em tempo contestei a falta de transparência que representa advogados como vereadores sem que entreguem na Câmara a listagem dos seus clientes ficando desde logo impedidos de opinar em matérias que os envolvam directa ou indirectamente. O mesmo deveria acontecer para engenheiros civis, arquitectos e afins que trabalham em projectos a serem aprovados pela Câmara onde são vereadores e se manifestam concordando ou discordando de projectos apresentados por colegas seus. Quem garante que as suas atitudes não estão condicionadas pelo dinheiro e interesses de quem lhes paga?

Daqui a uns tempos voltaremos ao desempenho da actividade desenvolvida pelo poder local. Até aqui ainda não me arrependi de ter votado como votei.

PS: - Razões de natureza pessoal levam-me a não fazer quaisquer post até ao próximo sábado. È um sossego verem-se livres de mim durante praticamente uma semana.