sábado, outubro 05, 2019


O LEGADO DO MEU PAI

O primeiro é o amor que sinto hoje por ele, tão imenso quanto o que sentia há 33 anos quando ele morreu.

Sinto a sua falta. Quantas vezes estou em casa e dou por mim como que a conversar com ele. Gostava que ele visse esta casa, que foi aquela em que nasceu, como a tenho estimado e melhorado. Gostava que ele visse o que tenho feito com as coisas que lhe pertenciam, bem como com as que eram da sua mãe e da sua avó.

Gostava que ele estivesse aqui e se chateasse comigo por eu manter este perfume de esquerda, ele que abominava que eu fosse assim. Quantas discussões tivemos nós por isso. E muitas das coisas que ele dizia (e eu não concordava com ele) vieram a verificar-se.

Gostava que ele visse o espaço da Cerca Andrade onde ele tinha a oficina, hoje desaparecida pela voragem do imobiliário. Gostava que ele visse hoje a garagem da Travessa Garrett e a sua utilização.

Gostava com todas as minhas forças que ele conhecesse a minha filha e sua neta. O meu pai morreu 2 meses antes da minha filha nascer. Cá para mim o seu espirito quando se volatilizou entrou na barriga da minha mulher e passou a fazer parte integrante do ser da sua neta. Tal como ele, é dedicada às mecânicas. Perseverante. Aluna trabalhadora e dedicada. É mestre pelo Técnico. Condutora exímia. Condutora experimentada. Teimosa q.b. è uma autêntica “Baterremos”. E hoje fala do seu avô Horácio como se ele tivesse feito parte integrante da sua vida desde sempre.

Como adorava que o meu pai conhecesse o seu bisneto. Com uma habilidade e gosto pelo futebol que entusiasma quem o vê. O pé direito é o seu forte tal como o seu avô Horácio. Estar com a minha filha e com o meu neto é renovar sempre o amor que sinto sempre pelo meu pai.

Ele ensinou-me um ror de coisas. A ser responsável pelos meus defeitos e virtudes. Ensinou-me a ser critico de mim mesmo e do que me rodeia. Recordo as lições recolhidas na Universidade da oficina da Cerca Andrade com ele, o Sr. Adelino (o Ministro), O Sr. Acelino que me deu as melhores lições sobre o republicanismo em Peniche (Estão na minha biblioteca os discursos de António José de Almeida que ele me ofereceu). Eram também lá professores e mestres o Sr. Henrique Coutinho, o cirurgião Dr. João de Sousa Carvalho. O Joaquim Pinto, o Lio e tantos e tantos outros responsáveis pela minha formação como Homem, futuro professor e autarca.

O legado do meu pai foi tão grande que hoje o sinto entranhado em mim próprio. Faz parte de mim. Falar dele assim não é pagar uma divida. É exteriorizar o que todos os dias sinto.

Estou aqui no dia em que se comemora em minha casa a data do seu nascimento (5 de Outubro de 1914) dizendo o que sinto pelo meu pai.         

sexta-feira, outubro 04, 2019


DIOGO FREITAS DO AMARAL
Curvo-me perante a memória do intelectual, do Humanista, do Professor. Sobre o político outros saberão dizer o que é justo dizer-se.
Para mim que sou um leitor compulsivo, basta dizer-vos que alguns dos seus livros estão em lugar de destaque na minha mini-biblioteca. A sua “Última Aula” é um Hino ao que é a Nobre profissão de se ser Professor. Reconheço nele o Homem que esteve sempre à frente do seu tempo e que por isso foi tão mal estimado. Até na Morte. Foi Carneiro Jacinto que referiu como é possível o CDS não ter interrompido a campanha eleitoral assim que se soube da sua finitude. É possível se pensarmos na diferença entre o estadista que ele foi e a troca-tintas que hoje preside ao partido por ele criado para impedir os impulsos doentios de uma direita atirada para o caixote de lixo da história no 25 de Abril.
DFA é mais um Senhor que desaparece neste país tão eempobrecido por pensadores livres. Aqui deixo desta forma a minha sentida homenagem pela sua morte.

quinta-feira, outubro 03, 2019


BOA NOVA

Existe um fado que insiste nestas 2 palavras que servem de título ao post de hoje.

E ele vem a propósito da notícia publicada a 29 de Agosto no jornal “Público” informando que a Câmara Municipal de Peniche vai investir no arranjo do sitio do depósito funerário dos náufragos do São Pedro de Alcântara e no morraçal da Ajuda onde se situam os fornos de ânforas que serviram para transportar peixe conservado para os locais de implantação romana.

Estas iniciativas são reveladoras de que a a nossa História local é fonte de preocupação para os responsáveis locais. Assim espero que o naufrágio daquela embarcação e os fornos romanos possam, com a flexibilização dos currículos, entrar nas nossas escolas como fonte de aprendizagem. É uma frase feita dizer-se que o passado nos permite ganhar o futuro. De facto se não aprendermos com o que fomos e como aqui chegámos dificilmente saberemos quem somos e ao que vamos.

Bem haja a Câmara Municipal de Peniche por ser sensível à nossa História.

quarta-feira, outubro 02, 2019


CAMIONETA – AUTOCARRO – BUS
As palavras, tal como as pessoas, mudam. O título em epígrafe até nestas coisas simples o demonstra. Quando eu era pequenino existiam duas empresas de transporte de pessoas, da ilha para o continente. A empresa “João Henriques dos Santos” com sede em Torres Vedras que tinha como ponto de chegada e partida a Praça Jacob Rodrigues Pereira, passando posteriormente para o Largo 5 de Outubro num espaço onde hoje funciona a Agência Rico. A outra empresa era os “Capristanos” com sede em Caldas da Rainha. Esta última tina o seu lugar de embarque e desembarque de passageiros também na Praça Jacob, acabando por alugar à família de José Maria Oliveira um estabelecimento onde hoje se situa a firma “Trappus”.
Nesse tempo o que tínhamos eram camionetas que nós dizíamos à maneira penicheira, “caminetas da carreira”.
Passados anos a firma de “JHS” viria a desaparecer e a empresa Capristanos deu lugar à empresa “Claras”. Também o local de embarque e desembarque de passageiros se alterou. A garagem passou a ser no Largo Bispo de Mariana num espaço entretanto demolido para vir a dar lugar (?) a mais um espaço de imobiliário. Com estas mudanças todas também a designação se alterou para Autocarros.
Com a formação de grupos económicos as empresas de transportes de passageiras foram aglutinadas em “Redes de Expressos” e passou a designar-se por RN do Oeste. Foi quando surgiram os “BUS” com comodidades e modernidades nunca sonhadas anteriormente, e um terminal (deixou de ser uma garagem) com condições que nunca puderam existir nos tempos do Luciano e dos que o antecederam.
Aguardo com paciência as alterações que virão a seguir.
 
 


segunda-feira, setembro 30, 2019


PATRIMÓNIO (do lat. Patrimoniu)
De acordo com Grande Dicionário da Língua Portuguesa de José Pedro Machado= Herança Paterna || Bens de família || Bens indispensáveis para a ordenação de qualquer eclesiástico || Qualquer espécie de bens, materiais ou morais, pertencentes a alguém ou a alguma instituição ou colectividade.
Estabelecido que nos entendemos sobre o que é PATRIMÓNIO, passemos àquilo que aqui me traz hoje:
A Associação constituída em Peniche há cerca de 20 anos, decidiu ganhar a sua carta de alforria e estabelecer-se em local tão próprio quanto possível onde possa desenvolver as suas actividades em total liberdade.
Para isso alugou um espaço nas caves da Associação, transformou-os reparando-os, pintando, e criando algum conforto numa zona da vetusta colectividade há muito abandonada.
Isto é bom para as duas partes. Para a Associação Patrimonium porque encontrou um lugar que passa a considerar seu. Para a centenária colectividade porque num tempo em que os seus propósitos iniciais como que deixaram de fazer sentido, refiro-me à leitura, bailes, e jogos de cartas, surgem actividades múltiplas como a Ginástica, o Ballet, o ensino da Música, a promoção de artes nobres, a Universidade Sénior, que lha dão um sentido único de utilidade pública, uma movimentação que há muito não se lhe via, enfim uma nova vida. E Muito embora algumas destas actividades não sejam promovidas pela colectividade mas sim por entidades terceiras, o que é certo é que traduz uma potencial utilização de um espaço arquitectónico que numa terra como Peniche é único e insubstituível.
A forma de permitir que a colectividade se dignifique e lhe permita perpectuar-se no futuro é torna-la útil.
È aqui que a Câmara Municipal de Peniche tem uma palavra a dizer. Independentemente dos apoios que já presta à Associação deveria olhar para a colectividade com olhos de ver e fazer depender esses apoios (mediante protocolo) da sua adesão a projectos concelhios que preservem o nosso futuro comum.
A Associação à medida que se transformar num espaço comunitário mais beneficiará. A Câmara Municipal quanto mais espaços desfrutar dos já existentes melhor rentabilizará o seu PATRIMONIU, mas não é esse mesmo o seu dever?
E com isto tudo a Associação patimónium que suscitou este meu blog, acabou por ficar um pouco para trás. A ele voltarei. Com a minha análise e opiniões. Esperando que viva muitos mais anos e frutifique a bem do nosso Concelho.    
 

sábado, setembro 28, 2019


BEBEDEIRAS

Numa operação nocturna a polícia manda parar um condutor e faz-lhe um teste de álcool.
Quando obtem o resultado o polícia diz-lhe:
- Veja.... Não tem vergonha!??? (Mostrando-lhe o aparelho que marcava 2,45)
E responde o bêbado:
- daaasse!!!! Um quarto prás 3 da manhã !!! A minha mulher vai-me matar!

 

PROBLEMAS DOS RICOS

Uns tantos amigos resolvem ir experimentar um avião que um deles tinha recentemente adquirido.
A dada altura o piloto sugere que apertem bem os cintos, pois vai fazer um "looping" (uma volta de 360 graus).
Todos concordaram, com grande entusiasmo.
Executado o "looping", e depois de ligar o piloto automático, o piloto junta-se aos amigos e pergunta se toda a gente gostou, ao que todos aplaudiram.
Ouve-se uma voz lá do fundo do avião:
- Eu é que não gostei nada, estava na sanita a "cagar"!

 

COISAS DE NAZARENOS

Um nazareno ia de camioneta da carreira para Coimbra num dia chuvoso de inverno. A certa altura começa a sentir uns pingos de água a caírem-lhe em cima, e diz para o conductor:

- Ah seu home. Está a chover-me em cima. O que faço?

Ao que o motorista respondeu:

- Olhe, troque de lugar.

O Nazareno olhou em volta e retorquiu:

- Troco com quem “sê paleco”? Eu vou sozinho na “camineta”…

 

sexta-feira, setembro 27, 2019


EU TENHO SAUDADES DO TEMPO EM QUE OS CÃES ERAM CÃES

Hoje eram 08:30 horas e na zona onde moro um cão ladrava, ladrava. Isto transportou-me para os tempos em que eu era criança e adolescente em que os cães ladravam alegremente uns com os outros e com humanos que passavam por eles. Os cães nesse tempo procuravam comida nos sacos de lixo e as ruas ficavam num pandemónio. Os cães “cagavam” nas ruas e os mais distraídos entre nós sujavam os sapatos e tínhamos de procurar um sitio com areia para limpar a “merda” de cão. E quantas vezes não levávamos um par de tabefes das nossas mães porque não tínhamos cuidado e não olhávamos para onde pisávamos.

Era um tempo em que as pessoas eram pessoas e os cães eram cães. Hoje os cães são “lulus” bem comportados que não ladram, comem ração (aumentando assim  a pegada carbónica) bem pior que a merda que deixavam nas ruas. Os cães hoje contribuem para o défice do Serviço Nacional de Saúde com tanta gente com problemas nos ossos por passarem a vida a baixarem-se para apanharem a “merdalhice” dos seus lulus.

Os cãezinhos já não ladram, e estão ligados à Internet por “xipes” que são os seus cartões de cidadãos. Já se reivindica um SNS para cães sendo que os gatos se estão maribando para as loucuras dos animais de 2 patas. Ser gato hoje é uma espécie de se ser da oposição. Fazem o que querem com quem querem e o resto são cantigas.

Ninguém se preocupa com a extinção dos burros. Dos de 4 patas. Porque os de 2 estão num crescendo em progressão aritmética. Quanto às vaquinhas têm os dias contados. Até porque o leite saído da teta já era.

Sinto-me feliz por ter sobrevivido até hoje. De todas as coisas que vi, li, ouvi e senti. Adorei a minha profissão. Mas recordo com nostalgia o tempo em que os carros eram mecânicos. Os corpos eram transportados para o cemitério em carretas. O tempo em que a “Bilhas” tirava cartas. O tempo em que a minha mãe fazia vestidos para serem estreados nas festas da Atouguia, ou de Ferrel ou da Boa Viagem. Hoje as costureiras e os alfaiates são também espécies em vias de extinção. Compra-se tudo já feito.

Enfim. Tenho saudades do tempo em que os cães eram cães.

quinta-feira, setembro 26, 2019


“ANTÓNIO COSTA ESTÁ TRANQUILO, MAS NÃO DEVIA”

João Miguel Tavares in “Público” de 21/09/19

O título acima faz parte de um artigo/crónica (?) escrito pelo senhor que é referido.

O articulista não esconde nunca qual a sua posição ideológica. Depois viu premiada a sua verborreia, sendo convidado pelo professor das selfies para ser o orador do “Dia de Portugal” pp. Isso deu-lhe ainda mais capacidade para ser mais verrinoso e menos tolerante.

Como é que um individuo que vive para dividir se torna palestrante num dia que deveria ser de todos os portugueses, ainda estou à espera que o prof. Marcelo explique.

Os portugueses em geral deveriam estar tranquilos, mas não podem. E não podem enquanto certos “costureiros” alinhavam os fatos de que gostam sem se preocuparem se “os outros” poderão ter o estômago em condições para não se vomitarem todos quando lhes pretendem impingir a sua roupinha mal parida.

Eu não consigo estar tranquilo enquanto existirem JMTs a perorarem por aí fora. E com cobertura em jornais que compro e TVs que vejo. Leio, compro e compreendo, Jaime Nogueira Pinto, Freitas do Amaral, Vasco Pulido Valente e tantos outros que não pertencendo à esfera dos meus pressupostos ideológicos, são pessoas inteligentes que me ajudam a compreender melhor onde me encontro.

Já não suporto gentinha que com um falso sentido de humor e e moralidades de trazer por casa, pretendem vender banha da cobra como se fossem viajantes da Chanel.

Com gente assim não estou tranquilo e não posso estar. Desejo melhor ao meu neto no futuro.

 

 

quarta-feira, setembro 25, 2019


VAMOS LÁ CONVERSAR SOBRE ELEIÇÕES…

Mal ficaria eu com a minha consciência e com o muito que vos devo, se não conversasse sobre este assunto e sobre as muitas dúvidas que me assaltam. Se calhar é porque sou pouco inteligente. Ou porque estou a ficar distraído. Ou porque perdi qualidades.

Tanto quanto percebo vamos eleger deputados. Que representarão quem neles vota na Assembleia da República. A quem mandatamos para serem a nossa voz e o nosso sentir.

Os candidatos a deputados são (deveriam ser) as pessoas mais abalizadas para representarem os círculos pelos quais se candidatam. Os seus anseios, os seus meios para o desenvolvimento regional e local. Devem ser (deveriam ser) pessoas que conhecemos bastante bem e com as quais nos sentimos à vontade para conversar e trocar ideias sobre os nossos problemas e as coisas fantásticas que somos capazes de fazer. Uma vez eleitos terão de ser aqueles a quem nos dirigiremos para pedir contas sobre as razões da sua inércia ou pelo melhor, a quem iremos felicitar por um trabalho bem feito.

Fui então procurar os candidatos pelo meu distrito nos diferentes partidos que aqui concorrem. E o que consigo encontrar é o que a seguir vos apresento:

São 17 os partidos e coligações que concorrem às próximas eleições legislativas.

1   - PCTP/MRPP - Partido Comunista dos Trabalhadores Portugueses
2   - PDR - Partido Democrático Republicano
3   - PAN - PESSOAS-ANIMAIS-NATUREZA
4   - PS - Partido Socialista
5   - A - ALIANÇA
6   - PNR - Partido Nacional Renovador
7   - NC - Nós, Cidadãos!
8   - PTP - Partido Trabalhista Português
9   - PPD/PSD - Partido Socíal Democrata
10 - B.E. - Bloco de Esquerda
11 - IL - Iniciativa Liberal
12 - MAS - Movimento Alternativa Socialista
13 - CDS-PP - CDS-Partido Popular
14 - PURP - Partido Unido dos Reformados e Pensionistas
15 - Coligação BASTA!
16 - L - LIVRE
17 - CDU - Coligação Democrática Unitária

Já se torna mais difícil tentar conseguir saber quem são os candidatos ao Distrito de Leiria dos diferentes Partidos e Coligações. Em alguns só consegui encontrar o cabeça de lista. Mas por curiosidade vou dar-vos os nomes que encontrei:

 

PSD

Margarida Balseiro Lopes

Hugo Oliveira

Pedro Roque

Olga Silvestre

João Marques

Álvaro Madureira

Liliana Sousa

João Roque

Paula Ganhão

Luis Filipe Silva

Daniel Marques

Natércia Oliveira

Joaquim Pequicho

Nélia Alves

 

CDU

Heloísa Apolónio

Ana Rita Carvalhais

João Paulo Delgado

Isabel Freitas

Fátima Messias

Jorge Abrantes

Anabela Batista

António Raposo

Bruno Pronto

Maria de Los Angeles

José Rui Raposo

Ricardo Brizido

Margarida Patrocínio

Fernando Domingues

Elísio Alexandre

 

PS

Raúl Castro

Elza Pais

António Sales

João Paulo Pedrosa

Sara Velez

Joel Gomes

Jorge Gabriel Martins

Isabel cristina Antunes Borges

Cláudia Cristina Avelar Santos

José Maria Antunes Faria

David Miguel Salgueiro

Teresa Conceição Fernandes

Fernando Manuel Martins Azeitona

Joana Marisa Pedrosa Correia

Aníbal Curto Ribeiro

 

BE

Ricardo Vicente

Manuel Azenha

Telma Ferreira

Manuela Pereira

Andrzj Kowalski

Carla Jorge

Célia Cavalheiro

António Brandão Moniz

Francisco Matos

Telma Gaspar

Árlete Crisóstomo

Fábio Capinha

Andreia Galvão

António Maximiano

Luis Silva

 

CDS

Raquel Abecassis

 

Isto foi o que consegui saber hoje. O desafio que vos lanço é o mesmo que lancei a mim próprio. De todos estes nomes quem é que conhece quem? Quem são as pessoas que se eleitas por nós, irão representar-nos? É a menina Raquel nada e criada nas avenidas novas em lisboa que se rendeu agora à carbonização do Pinhal de Leiria? Ou é a prazenteira Heloísa que descobriu a Reserva das Berlengas e na ilha irá reescrever o canto nono, numa clara cedência à onda “metoo”? Ou a prima Margarida que finalmente encontrou o sul do seu distrito e passou finalmente do Festival de chocolate ao Bairro do Visconde?

Direis que estou a ser faccioso. Mas toda esta gentinha que ninguém sabe quem são, nem o que pretendem enquanto pessoas, só representam os Partidos. E a eles responderão submissamente. Aos que clubisticamente os elegerem só por mero acaso os reencontrarão e mesmo assim só o farão se for necessária uma operação de marketing. Aos que aqui vivemos dirão que “aos costumes disse nada”.

Por tudo isto. Porque me recuso a passar uma carta em branco para quem quer que seja que não conheço, irei mais uma vez VOTAR EM BRANCO.

Eu sei que estou em contracorrente mas há muito que venho desempenhando esse papel. Enquanto os Partidos políticos não acreditarem em mim, não vejo nenhuma razão para confiar neles.

VOTO EM BRANCO convictamente.

 

 

terça-feira, setembro 24, 2019


A MÁQUINA, O HOMEM, UM TEMPO DE EXISTIR

Comecei a trabalhar como professor na Escola Industrial e Comercial de Peniche (hoje Escola Secundária), na década de 70 do século passado.

Entre outras disciplinas que trabalhei com os meus alunos uma delas tinha a designação de “Tecnologia Mecânica” que se desenrolava nos 3 anos do Secundário.

O livro que que acompanhava esta disciplina era da autoria de Acácio Teixeira da Rocha e o III Voluma tinha uma introdução que sempre reputei de extraordinária para a época, Não esqueçam que estamos a falar de um período anterior ao 25 de Abril. Essa introdução sobre o título genérico “JUSTIFICAÇÃO DA SUBSTITUIÇÃO DOTRABALHO MANUAL PELO TRABALHO MECÂNICO”. Em alguns testes que elaborei para os meus alunos esta questão era ponto assente que nem sempre tinha a adesão que eu esperava. Para perceberem melhor onde quero chegar, transcrevo um parágrafo do texto que sustentava esse saber:

«A máquina é produto do génio humano, portanto necessita da presença do Homem para a realização do seu trabalho. É, assim,que a máquina substitui o Homem em grande parte do seu trabalho, mas a Humanidade precisa de se preparar para conhecer a máquina e poder conduzi-la e aperfeiçoá-la em benefício da sociedade»

É importante não esquecer que isto foi escrito no final dos anos 60 e inicio dos anos 70, quando os computadores e a robótica não passavam de uma miragem para o comum dos mortais. Mais ainda num país como Portugal na época com um atraso de dezenas de anos em relação às Novas Tecnologias.

45 anos depois de uma alteração profunda na sociedade portuguesa, é corrente irmos a um restaurante e vermos uma família cada um vidrado no seu telemóvel e o diálogo entre as pessoas tornou-se algo só pensável nas Histórias fantásticas. O Homem tornou-se presa da máquina e no dia em que os servidores colapsarem o mundo deixa de existir tal como o conhecemos.

Vou comprar pão a uma padaria em que as bolas custam 30 cêntimos cada uma. A funcionária para saber quanto custam 4 bolas, tem de ir a uma lista de preços para ver. No entanto a mesma funcionária pega no seu smartphone e mexe nele de forma que me faz sentir que sou uma grande besta.

Que futuro estamos a traçar?   

segunda-feira, setembro 23, 2019


O MEU BLOG

Em 12/11/2006 iniciei aqui uma actividade de blogger que nunca previ que se estendesse tanto ao longo do tempo. No dia 14 de Agosto pp interrompi essa tarefa por múltiplas razões. Só hoje ganhei coragem para regressar. Não é que quem escreve nestes espaços tenha coisas importantes para dizer. Diz o que sente despido de preconceitos e coloca essas coisas perante o leitor que o acompanha e nem sempre pelas melhores razões (hehehehe).

Mas eu vou tentar retomar os meus escritos se calhar nem sempre com regularidade que mais desejaria. Não prometo o que não sei se cumprirei. Deixo isso a quem tenta conquistar os outros pelo lado melhor da vida. Eu, com a minha provecta idade já pouco posso prometer. Limito-me a deambular pelas encruzilhadas da vida.

Bem vistas as coisas regresso num momento peculiar. Tempo de eleições. Também aqui quero poder concordar e/ou discordar.

Até já.  

quarta-feira, agosto 14, 2019


TER OBRAS EM CASA
É do mais desagradável que existe. Não somos ninguém. Não temos onde estar. Onde pisar. Não sabemos onde está nada. Em uma divisão ou duas divisões acumulamos em o que é da casa toda. Os cheiros. Tornamo-nos párias no nosso próprio espaço. E falta-nos capacidade de perceber o porquê de tudo isto. Mesmo que no fim tudo se torne mais suportável.
Para quem tem o hábito de fazer da casa a sua janela para o mundo, ver essa janela fechada é como cegar.
Julgo que estes dias de exílio estão a terminar. Mas até lá, salvo instantes fugazes e um deles é este, resta-me esperar por esses melhores dias.

segunda-feira, agosto 12, 2019


10 DE AGOSTO: - DIA DA PROCURA DE PÁTRIA
No sábado passado fui à missa. A epístola falava da procura do homem pelo seu lugar.
No entendimento bíblico todo o Homem tem o seu lugar o qual ninguém o pode impedir de alcançar. Refere-se ao Paraíso que todos devem procurar sem barreiras nem impedimentos. O padre que fez a homília referiu-se a isto mesmo no que diz respeito às migrações e aos imigrantes.
Os portugueses que por razões mais que óbvias escolheram o caminho da imigração em vários períodos da sua história recente (e não só), deveriam perceber como poucos essa necessidade da busca de um paraíso.
Quem tem Fé tem uma dupla razão para compreender essa necessidade. O actual papa fala sobre isso. No entanto, países que se dizem de cultura cristã ao desumanizarem o seu comportamento perante os refugiados e os carentes, abrem caminho à torpeza e à indignidade. Podíamos fazer um apelo a que esses países não façam parte das opções de férias ou de visitas. Mas se o próprio concerto de nações aos quais pertencem o aceita como sugerir essa atitude?
Itália é singular nesse capítulo. Durante anos milhares de italianos procuraram refúgio e trabalho nos Estados Unidos. Agora é Itália quem fecha as suas portas.
Os países da Europa de leste que durante muitos anos pediram a solidariedade dos povos de todo o mundo face à opressão de que se diziam vítimas, agora comportam-se como os seus próprios torcionários.
É extremamente difícil transmitir valores de fraternidade e humanismo às novas gerações.
 

terça-feira, agosto 06, 2019


EU E AS FÁBRICAS DE CONSERVAS

Um destes dias vi passar na SIC uma notícia (reportagem) sobre as conservas de peixe no Algarve. Isto fez-me regressar a uma parte das minhas origens. Se pelo lado do meu pai tudo tem a ver com Peniche, pelo lado da minha mãe existem várias regiões do país que se cruzam. Baião no Norte, Setúbal e Nazaré.

O pai da minha mãe (Manuel Pinto Monteiro) era soldador e foi aparar a Setúbal nessa qualidade para a soldadura manual das latas de conserva.
o meu avô materno, Manuel Pinto Monteiro
Casou lá com Maria Dionísia dos Anjos de quem teve 3 filhas. Tornou a casar e vieram mais 2 filhas. Entretanto com o aparecimento das máquinas de soldar latas automáticas, (nos anos 30 do séc. passado), fez parte de umas milhares de soldadores que se viram no desemprego por todo o país.
A  minha mãe e as suas 4 irmãs
Com cinco filhas em casa o meu avô tratou de entregar 2 delas a familiares que as pudessem criar. Foi assim que a minha mãe Natália e a minha tua Idália, (aduas mais velhas) vieram parar a Peniche a casa de umas irmãs de meu avô que tinham casado na Nazaré e vindo para Peniche onde a apanha de peixe corria de forma mais favorável. A irmã de meu avô era casada com o Tónio da Velha de saudosa memória.

A minha mãe que tinha tirado o curso de “Corte & Costura” que a Clarck organizava para quem comprava a régua de moldes, começou a trabalhar com sucesso nessa actividade.
 a minha mãe
A minha tia entretanto veio a casar com um pescador muito experiente (o Zé Canão) constituindo um casal feliz até à morte.

A minha mãe era uma jovenzinha de 17/18 anos lindíssima, e que vestia muito bem com a roupa elaborada por ela. O meu pai que era um grande “sargalhão”, viu aquela “jeitosa” e foi-se a ela. Assim foi que nasci eu e o meu irmão frutos da relação entre um engatatão filho-família de Peniche e uma filha de um soldador de latas de conserva no desemprego em consequência da revolução industrial na indústria conserveira.   

 

segunda-feira, agosto 05, 2019


FERIADO MUNICIPAL DE PENICHE
O que se celebra?
Porquê uma Festa móvel?
Quantos penicheiros, ou penichenses, sabem a resposta a estas perguntas?
As escolas de Peniche nas suas disciplinas de história, os estudos sociais, perdem algum tempo a compreender com os seus alunos um pouco da história de Peniche e os fundamentos da sua existência?
Será legitimo a participação do município, ou melhor, dos seus munícipes nos custos da educação dos seus filhos sem que os estabelecimentos de ensino façam da história local uma parte importante dos saberes que ali lhes são comunicados?
Peniche interessará alguém?
Será que a Assembleia Municipal se deveria preocupar com esta questão?

quinta-feira, agosto 01, 2019


A PRAÇA DA CANÇÃO
Em 1975 eu estava na República da Guiné-Bissau. A 25 de Novembro eu achava que a minha esperança de um Portugal mais livre, fraterno e a caminho de uma sociedade em que todos os portugueses tivessem a possibilidade de poder atingir níveis de dignidade, pensava eu que tudo tinha acabado e que de novo entraríamos num regresso ao passado obscurantista de que nos tínhamos libertado com o 25 de Abril.
Alguns companheiros de Partido deram às vila-diogo e emigraram para os EUA, Alemanha, França e uns quantos para Inglaterra. Eu a viver ainda no mundo da Utopia ofereci-me como cooperante para a Guiné-Bissau.
Foi um romper de muros, preconceitos e sonhos. Nós os colonialistas perfeitos nem sequer tínhamos transmitido uma língua àqueles povos. Como o meu curso de origem era de química, fui dar aulas de Físico-química para a Escola Vitorino Costa, que se situava em Brá, na estrada para o Aeroporto.
O modelo da escola era um misto do sistema português com o cubano. A grande maioria dos alunos não falava português. O crioulo era a língua dominante. Existiam alunos que falavam (e muito bem) o francês porque tinham estado na Guiné Conakri enquanto os pais combatiam. Outros falavam espanhol que erasm os que tinham estado em Cuba. Outros ainda falavam russo, porque o país que os tinha acolhido tinha sido a União Soviética. Quase todos falavam ainda a língua da região de onde provinham, ou mandinga, ou fula, ou papel, ou manjaco.
Eu falava português (a língua oficial), pedia depois aos melhores em português para traduzirem para crioulo e era assim feita a transmissão de saberes. Muitos daqueles alunos não tinham pais que os ajudassem. Os pais ou tinham morrido na luta, ou faziam parte dos quadros militares do país. Por isso aquela escola tinha ainda um refeitório e um dormitório para aquelas crianças, as “Flores da Nossa Luta”, como eram designadas por Amílcar Cabral. E era comum ver o Luiz Cabral, presidente da República visitá-los aos fins de semana ou ir almoçar com eles durante a semana sempre que as suas funções o permitiam.
Este contexto a que vem o título deste post? Um dia estávamos uns quantos cooperantes a conversar e uma colega professora de português, disse-nos que tinha tido péssimos resultados num teste de português que tinha dado aos seus alunos. Falámos com ela sobre isso e a certa altura ficámos estupefactos quando a nossa colega nos disse que o texto em que tinha baseado o teste, tinha sido a introdução da “praça da canção”, onde fala de uma pétala de rosa que tinha caído de uma carta que o Manuel Alegre tinha recebido na prisão.
Para aqueles mininos falava-se de rosas que era um flor que ali não existia. E num contexto de guerra de guerrilha, falava-se de prisões.
A minha colega, cooperante como eu, ainda não se tinha apercebido sobre quem eram aquelas crianças, donde vinham e o que estavam ali a fazer.
Vinha para ali despejar ideologia e solidariedade e não integrar-se para perceber.
Já antes as senhoras do Movimento Nacional Feminino tinham feito o mesmo.            

segunda-feira, julho 22, 2019


O QUE É O CASAMENTO?

DEFINIÇÃO
- Acto religioso segundo o qual se cria mais um cristo e menos uma virgem
- Intercâmbio de mau humor durante o dia e de mau odor durante a noite
- Única sentença de prisão perpétua que só é revogada por mau comportamento
- Situação em que a mulher não obtém o que esperava e o homem não esperava o que obtém
- Matematicamente:
SOMA de afectos,
DIMINUIÇAO de liberdade,
MULTIPLICAÇÃO de responsabilidades e
DIVISÃO de bens
- A principal causa de divórcios
- Processo físico-químico em que uma uva se converte num abacaxi
- A forma mais rápida de engordar
- A única guerra em que se dorme com o inimigo
 
REFLEXÕES
- O homem solteiro é um animal incompleto; casado é um completo animal
 
ANTES & DEPOIS
 
Antes: 2 por noite
Depois: 2 por mês
 
Antes: Não Pare…
Depois: Pode parar.
 
Antes: Não sei o que faria sem você
Depois: Não sei o que faço com você
 
Antes: Erótica
Depois: Neurótica
 
Antes: Adoro a forma como você controla as situações
Depois: Você é um manipulador egoísta
 
Antes: Ontem fizemos no sofá!
Depois: Ontem dormi no sofá…
 
Antes: Era uma vez…
Depois: Fim…
 
SE NOS PRÓXIMOS 60 SEGUNDOS VOCÊ ENVIAR ESTA MENSAGEM A ALGUÉM SOLTEIRO, SALVARÁ UMA VIDA!!!
 
 
 
 
 

sábado, julho 20, 2019

EM MODO DE VERÃO ENVERGONHADO
A LETRA DO MÉDICO É QUE DEIXA O PACIENTE DOIDO.
Sexo e cereal*Às vezes, ter dificuldades a português compensa…*
Uma senhora, já nos seus 70 anos, vai reclamar com o filho que já não estava mais aguentando o fogo de seu idoso marido, que tinha sexo com ela 3 vezes ao dia. O filho, preocupado com a reclamação da mãe, vai e conversa com o pai.
- Papai, eu sei que sexo é bom e saudável, mas a mamãe tá reclamando do seu exagero. O que está acontecendo?
 - Olha, filho, eu só tô seguindo a orientação do médico.. Pode olhar  a receita.
O filho, então, pega a receita que diz:

"COMER A VEIA 3 VEZES AO DIA"
UMA QUESTÃO DE NOMES
 A actriz Soraia Chaves está grávida do Paulo Portas
A criança vai chamar-se Porta Chaves…
DIFICULDADES DE COMPREENSÃO
 O marido deita-se com muito cuidado na cama e sussurra suave e apaixonadamente ao ouvido da sua mulher...
- Estou sem cuecas...
E a mulher responde:
- Amanhã lavo-te umas!
CONSULTA DE GINECOLOGIA
Uma lésbica vai ao ginecologista e na consulta este diz-lhe: - Nunca vi uma coisa assim,... tão bem tratada e tão limpinha.
A lésbica responde:
- Vem cá uma mulher três vezes por semana...




quinta-feira, julho 18, 2019


EXPLIQUEM-ME DEVAGARINHO…
Porque como sou muito burro tenho dificuldade em perceber as coisas. Aprendi em casa dos meus pais e dos meus avós que aquilo que pertence aos outros é inviolável.
Em circunstância alguma podemos (ou devemos) ser cúmplices daqueles que por meio de habilidades escusas se apoderam ou repugnantemente utilizam de bens que pertencem a outrem. Sejam esses bens materiais, culturais, ou de qualquer forma propriedade intelectual e pessoal de outros.
Quem o faz é ignóbil e repugnante. Se de qualquer forma se apropria e utiliza esses bens para tirar qualquer beneficio pessoal então também se torna um descarado e desonesto ladrão.
Assim aprendi.
Vem agora alguém que eu em tempos até admirei (Ana Gomes) inocentar um ladrão, para poder acusar outros eventuais aldrabões. Para isso alega AG que os denunciados serão alegadamente corruptos. Dou de barato que isso seja verdade. Será que a senhora quer aplicar aqui a máxima que diz que “ladrão que rouba a ladrão tem 100 anos de perdão”?
É o que parece quando afirma que “está preso quem denunciou e não os criminosos”. E no entanto esta frase contém 2 erros lapidares, imperdoáveis quanto a mim a quem tem formação jurídica. O 1º erro é que ninguém é criminoso até que passe em julgado a sua condenação pelos Tribunais competentes. O 2º erro é o de que ( a ser verdade, repito, o que a senhora alega) é que criminosos são todos, o denunciante e os denunciados, mas só uma parte está detida, por douto entendimento da Justiça Portuguesa.  
Bom. Mas se calhar não percebi nada deste imbróglio ou então sou eu que sou muito burro.
E mais não digo.  

EUREKA

Está descoberta a razão pela qual Mário Nogueira não trabalha há mais de 30 anos numa escola: Receia cair para o lado, morto de exaustão.

segunda-feira, julho 15, 2019


IN MEMORIAM

Ontem e hoje retomei a década de 50 do século passado. O meu avô morrera há 2 ou 3 dias. Mudámos de armas e bagagens para casa da minha avó para lhe fazermos companhia. Entretanto estava a decorrer o campeonato mundial de Hóquei em Patins que na época era o desporto nº 1 no nosso país.

Na época era impensável ligar um rádio em casa de alguém que tinha morrido. Era uma das etapas do luto. Eu e o meu irmão queríamos ouvir os relatos que eram verdadeiramente entusiasmantes. Tanto quanto me lembro era a equipa de Emídio Pinto e de Jesus Correia e de Adrião. Os relatos eram segundo creio do Artur Agostinho. Não haviam televisões, mas a forma de relatar era de tal forma brilhante que nós como que víamos tudo o que se passava em campo.

Como pois ultrapassar o dilema de querer ouvir o relato e não podermos ligar o rádio. Foi o meu pai que resolveu essa questão. Ele até era radioamador. E foi então que nos sugeriu utilizarmos uma “Galena”.

O ´radio de galena é bastante conhecida entre os aficionados em eletrônica por propiciar a confecção de um rudimentar receptor de rádio que não utiliza qualquer tipo de fonte de energia externa para funcionar. Estava montado o minério numa placa com 20x20 cms. Tinha uma espécie de rotor que com uma fina ponta percorria o mineral procurando a onda hertziana em que o relato era transmitido. Tinha ainda um “jack” onde se ligavam os auscultadores e eu utilizava um deles e o meu irmão o outro, mão havendo qualquer som transmitido para o exterior, evitando os comentários das nossas vizinhas. Que eram muito exigentes em questões de tradições de luto.

E assim foi que apesar da morte do meu avô podemos ouvir os relatos em casa do mundial de Hóquei de 1956.

Tudo isto me veio à memória ontem ao ver na TV a transmissão da final do Campeonato Mundial de Hóquei em Patins. Em 1956 tudo parava para gritar por Portugal. Hoje, na minha santa terrinha se não for futebol ninguém se movimenta. Reservo desse mundial dos idos muito do que devo ao meu pai e uma das vezes em que fui mesmo irmão do meu irmão.

sábado, julho 13, 2019


CARMINA ROSA BARRANQUINHO

(BARRAQUINHA)

Mais um ícone do património humano de Peniche que desaparece. Ao contrário do que tem vindo a ser hábito dedico este fim-de-semana o meu blog a esta figura ímpar que vai desaparecer para sempre na memória dos habitantes de Peniche. Daqui a uns anos ninguém a recordará, tal como já desapareceu da memória colectiva o “Chaviota”, o “Dr. Pita”, o “Mala-Milas”, a “Virgília” do azeite, e tantos outros.

Para a Patrimonium seria um exercício que reputo de toda a valia, recuperar as memórias que se estão a perder para as gerações futuras. Afinal também foi com a “Barraquinha” que Peniche se fez terra. Se os perdermos, perdemos o que foi verdadeiramente importante: - os seres humanos.

quarta-feira, julho 10, 2019


O MEU PARTIDO

Nos partidos o que importa é o que fazem. Li esta ideia desenvolvida pelo Daniel Oliveira. E isto mexeu comigo explicando-me porque eu nunca consegui assentar em um partido político. Não sirvo para fidelizações partidárias. Importa-me o que acontece e o que não acontece por razões inexplicáveis.

Dentro em breve realizar-se-ão eleições legislativas. Aqui no Distrito de Leiria onde voto é-me impossível votar nos partidos tradicionais. BE e PCP atiram para aqui como cabeças de lista aqueles de quem se querem ver livres. Quanto ao PSD e ao CDS antes queria cortar uma mão do que votar neles. Conheço-os demasiado bem.

Falemos do PS que não existe aqui no Distrito a não ser para a reafirmação dos poderes locais que entretanto conseguiram obter preponderância. Cilindram-se militantes, o partido é denegrido, desde que se obtenham os objectivos pessoais almejados e que são chegar a lugar elegível na candidatura à Assembleia da República. Por isto, PS NÃO OBRIGADO!

Restam-me os pequenos partidos de esquerda ou o voto branco que tem sido a minha opção em anteriores actos eleitorais. Não me agrada de todo. Mas posso não ter alternativa. Claro que irei votar. A abstenção não faz em circunstância alguma parte das minhas opções.

Vou aguardar calmamente. O Livre é um Partido suficientemente pequeno para ser suportável.    

segunda-feira, julho 08, 2019


OS MALEFICIOS DAS TELEVISÕES

Há muito que tenho vindo a manifestar a minha opinião sobre a dificuldade que tenho em ver certos programas das TVs. Talvez que um desses programas tipo seja com um maior peso os ditos “jornais” informativas.

As TVs tudo fazem para garantir que ganham cada vez uma maior quota de publicidade. Para que isso aconteça necessitam de ter cada vez mais telespectadores. O que só pode ser possível com informações (e programas) que agradem à generalidade das pessoas. Assim fazem a cobertura de acontecimentos multiplicadores de assistências utilizando factos que digam respeito ao maior número possível de cidadãos.

Os conflitos na Saúde, na Educação, nos serviços públicos em geral, tornam-se então recorrentes.

Tenho manifestado mesmo a opinião que certas greves e certos tipos de contestação só se agudizam porque as TVS cobrem esses acontecimentos e entrevistam os eus participantes. Não retiro uma linha ao que já afirmei sobre isso em posts anteriores. Para efectuar essas coberturas são enviados jovens estagiários que confundem informação com audiências e que tudo fazem para serem estrondosas considerando ser essa a forma de conseguir emprego no seu tutor de estágio. E é ver quantas vezes as suas entrevistas não empurram os entrevistados para as respostas que eles carecem para as tornarem espectaculares, chegando ao ponto de utilizar as palavras e as frases que querem que sejam ditas pelos entrevistados.

Tomando a árvore pela floresta, políticos, analistas e comentadores consideram ser verdade o que querem que o seja. Confundem então o que acontece em Lisboa com o que se passa no resto do país, como se o que se diz, faz e acontece na grande cidade também fosse a imagem do país interior e fora das grandes urbes.

Dou um exemplo, são feitas coberturas sobre o “drama” do CARTÃO DE CIDADÃO em Lisboa e eventualmente no Porto. O reto do país é confrontado com essa realidade, mas quem for tirar o Cartão de Cidadão, por exemplo em Peniche, ao fim de uma hora está com toda a sua papelada tratada. Sem traumas. Embora alguns reclamem porque se tornou viral um comportamento idêntico àquele que se vê na TV.

sábado, julho 06, 2019

COISAS QUE TEREI PUDOR DE CONTAR SEJA A QUEM FOR…













quinta-feira, julho 04, 2019


SOMOS GENTE

Sinto-me feliz por um português ser Félix. E por ter podido crescer tirando o máximo partido das suas capacidades. Assim agora possa ter os apoios necessários para se poder potenciar ainda mais credibilizando todos quantos nele acreditaram. Sinto-me feliz por viver neste recanto natural que é este pedaço de terra.

Sinto-me feliz pela minha família. Aqueles com quem vivo diariamente e os idos que me ajudaram a ser a pessoa que sou.

Sinto-me feliz pela profissão que tive e que me ajudou a compreender melhor o meu país, um pouco do mundo e a ter esperança no futuro. Os jovens com quem convivi e com quem trabalhei são gente ávida de saber e de saber fazer. E embora inúmeras vezes a Escola tenha falhado (comigo nela) eles conseguiram ultrapassar isso e na generalidade tornaram-se pessoas com quem apetece estar.

Faço o resumo da vida que vivi e posso dizer que me apetece estar e ser. Sou fruto da grande aposta que o meu pai fez em mim. Dos valores que me incutiu. E mesmo quando a minha rebeldia me fez estar longe dele, nunca deixei de o amar e respeitar. Devo-lhe tudo o que sou. E mais, sinto que geneticamente ele ficou de forma indelével marcado em mim e que ele está nas capacidades da minha filha e nas habilidades do filho dela.
Isto tudo para dizer que acredito em Portugal e nos portugueses. E mesmo quando com eles nos desiludimos, sentimos que existem outros prontos a chegarem-se à frente e darem o seu melhor em prol da comunidade lusa.
Ouço alguns criticarem localmente o poder executivo. Mas quando se ouve falar em corrupção e saques ao erário público, sabermos que o NOSSO Presidente é um homem honesto só por si já justifica a sua eleição. Mesmo que a sua honestidade não agrade a uns quantos. Mesmo quando ele ser vertical não agrade a outros. Uma é certa: - Não podemos ter sol na eira e chuva no nabal! 

terça-feira, julho 02, 2019


EM MODO DE VERÃO

Os que me acompanham perceberam que a preguiça invadiu este espaço. E que a minha habitual “escrevinhação” tem estado interrompida há uns dias. Começou aqui em Peniche um período de festas de verão, a que eu nem pouco mais ou menos consigo escapulir-me. Seja pelo trânsito. Seja pelos meus familiares mais próximos que adoram revisitar Peniche nesta época. Seja pelas sardinhas (que estão excelentes).

Diga-se em abono da verdade que gosto desta época. Porque o Verão em Peniche não é desalmado. Com calores insuportáveis. Gosto de ver o ar mais leve das pessoas. Parece-me que neste tempo tudo se torna mais leve e que a raiva que por vezes transparece no rosto das pessoas, nesta altura do calendário se esvai.

Um dos dias da semana passada, Miguel Esteves Cardoso escreveu na sua crónica que deveria haver no Turismo de Portugal a promoção de locais aonde a amenidade do clima fosse o contraponto aos calores abrasivos do Verão. Eu recordo que há muitos anos que as gentes de Santarém se deslocam para Peniche para refrescarem das elevadas temperaturas com que são brindados nesta época na sua terra todos os anos. Eu sou um adepto confesso das temperaturas de Peniche. A gente quando vem de fora e chega ao Alto do Verissimo ou ao alto da Serra d’ El-Rei, sentimos logo que aqui já estamos na nossa terrinha. A minha filha e o meu genro dizem-me que aí o termómetro do carro baixa uns 10 graus. Bem haja a temperança de estarmos rodeados pelo oceano.

Em Peniche evoca-se o Surf, as Berlengas, as Festas de Verão mas nunca vi anunciar a amenidade do clima como um ex-libris. Para quem está submetido aos calores intensos que levam a avisos de comportamento pela DGS, aqui “tass bem”. Avisem toda a gente: Refresquem-se, venham para Peniche.

Percebo os autarcas, ser Algarve é moda. Quem arrisca a perder eleições por anunciar o seu oposto?