"Conversar em Peniche" não é necessariamente conversar sobre Peniche. Também mas não só. Algumas vezes assumirá um papel de raiva. Ou de guerra. Será provocador qb. Comprometido. Não será isento nem de erros nem de verdades (os meus, e as minhas). O resto se verá...
domingo, dezembro 31, 2006
Quando a chave de toda a criatura
seja mais que número e figura,
e quando esses que beijam com os lábios,
e os cantores, sejam mais que os sábios,
e quando o mundo inteiro, intenso, vibre
devolvido ao viver da vida livre,
e quando a luz e sombra, sempre unidas,
celebrem núpcias íntimas, luzidas,
quando em lendas e líricas canções
escreverem a história das nações,
então, a palavra misteriosa
destruirá toda a essência mentirosa.
NOVALIS (1772-1801)
sexta-feira, dezembro 29, 2006
A GRANDE INVENTONA

Ao ler as Grandes Opções do Plano e Orçamento para 2007, a pgs 22 no que se refere à "política cultural" sic, leio que um dos temas a desenvolver será a "comemoração do centenário de Luís Correia Peixoto".
quinta-feira, dezembro 28, 2006
quarta-feira, dezembro 27, 2006

OS MUROS

Nem 20 anos passados Israel estende um muro na sua fronteira com a Palestina. Inda nem acabado está e já os EUA anunciam que vão estender um muro na fronteira do seu território com o México. E agora o Paquistão. E depois outros países se seguirão inevitavelmente.
Enquanto a Rússia (ou a União Soviética) tentou expandir-se pelo mundo criando muros artificiais, isso representava tudo quanto de odiento e negativo esse pólo do Mal podia produzir para reprimir a humanidade. Agora são os EUA e os seus aliados quem desenvolve os mesmos métodos. Porque são os bons (?) que os utilizam, serão menos abjectas estas práticas?
Não se augura nada de bom para a humanidade neste primeiro quartel do século XXI. Em nome da liberdade nunca se cometeram tantas atrocidades. Em nome da livre concorrência nunca houve tanta gente com fome e necessidades. Em nome do social nunca tantos passaram tão mal. Em nome da diferença perseguem-se os diferentes. Em nome da Paz perseguem-se os pacíficos. Contra o domínio dos opressores, solta-se a Besta e perseguem-se e matam-se os oprimidos.
Os muros estão aí de novo.
terça-feira, dezembro 26, 2006
segunda-feira, dezembro 25, 2006
Em a noite de Natal
Alegram-se os pequenitos;
Pois sabem que o bom Jesus
Costuma dar-lhes bonitos.
Vão-se deitar os lindinhos
Mas nem dormem de contentes
E somente às dez horas
Adormecem inocentes.
Perguntam logo à criada
Quando acordam de manhã
Se Jesus lhes não deu nada.
- Deu-lhes sim, muitos bonitos.
- Queremo-nos já levantar
Respondem os pequenitos.
Mário de Sá-Carneiro (1890-1916)
sexta-feira, dezembro 22, 2006
menino de Belém,
são hoje flores e rosas,
amanhã serão fel.
Chorais entre as palhas
de frio que tendes,
meu belo Menino,
e de calor também.
Dormi. Cordeiro Santo,
oh vida, não choreis,
que se o lobo vos ouve,
virá por vós, meu bem.
Dormi entre estas palhas:
bem que frias as vedes,
são hoje flores e rosas,
amanhã serão fel.
As que para abrigar-vos,
macias hoje se vêem
são amanhã espinhos
em coroa cruel.
Mas não quero dizer-vos,
bem que vós o sabeis
palavras de pesar
em dias de prazer.
Que embora grandes dívidas
em palhas cobreis,
são hoje flores e rosas
amanhã serão fel.
Deixai o frágil pranto,
divino Emanuel,
que pér’las entre palhas
perdem-se sem porquê.
Não pense vossa Mãe
que já Jerusalém
prevê as suas dores
e chora com José.
[...]
são hoje flores e rosas
amanhã serão fel.
Lope de Vega (1562-1635)
quarta-feira, dezembro 20, 2006
Presidente do Conselho
Directivo da Escola
Preparatória da Lourinhã
Lourinhã
Lisboa, 20 de Setembro de 1990
Exmo. Senhor,
Não posso deixar de protestar pela maneira como V. Exa. me tratou ontem, quarta-feira, pois até parecia querer-me atirar uma bomba atómica para cima só por eu não lhe ter entregue a porcaria desses dois programas que tantas dores de cabeça tive, para conciliar essa merda com o português e o francês de facto.
E ainda por cima, segundo v. Exa. eu teria ainda que pegar "naquilo", quase quase diáriaénte e durante meses como se fosse uma relíquia!!!
Devo onformar V. Exa. que aquilo ao fim deste tempo ficou num tal estado que eu até teria vergonha de mostrar ao meu cão.
Aliás, como xxx ex-directora da biblioteca devo t também informar V. Exa. que ali também crescem merdas dessas, só que não me deram dores de cabeça: apenas me meteram nojo quando uma vez, lhes toquei.
E ainda por cima, V. Exa. deixou, para me vexar, deixou a porta aberta da sala para que toda a gente ouvisse: todo o pessoal administrativo, o professor Zé Manel de Matemática (que saíu incomodado), dois professores que não conheço e que ficaram ali. Que eu saiba! Aliás, este lamentável espectáculo só podia ser apreciada pelo que de pior há nessa escola.
Xxxx E interrompo para ir tomar um duche ! Mas antes antes deixo aqui os meus votos expressos e antecipados para que V. Exa. tenha um Natal Feliz e um próspero Ano Novo.
xx
Maria Roque Reis
domingo, dezembro 17, 2006
sábado, dezembro 16, 2006
PIOR QUE GANHAR... É NÃO SABER GANHAR
quarta-feira, dezembro 13, 2006
segunda-feira, dezembro 11, 2006
domingo, dezembro 10, 2006
sábado, dezembro 09, 2006
quinta-feira, dezembro 07, 2006
quarta-feira, dezembro 06, 2006
Um sector que pessoalmente não considero muito significativo, tem desenvolvido uma guerra sem quartel à Ministra da Educação, aproveitando-se para isso da luta de audiências nos Jornais dos canais televisivos, e da imaturidade e incompetência na matéria de alguns jornalistas estagiários nomeados para cobrirem manifestações de eventuais professores.
Os Sindicatos de professores que conhecem bem a vontade de protagonismo de um largo sector da população, organizam a manifestação dos "afonsinhos" contra a Direcção Regional de Educação que não pinta e Escola de azul, telefona para o canal X, a informar que daí a 8 dias a Escola vai ser encerrada a cadeado pelos pais e alunos do 1º Ciclo. O canal televisivo com tempo prepara a logística, e no dia em questão lá está a cobrir a manifestação expontânea de pais e educadores contra o Ministério autista e a Ministra prepotente.
Alguns dos dirigentes sindicais há mais de 15 anos que não trabalham numa escola. Antes disso também desempenharam funções em cargos de chefia. Contacto com alunos, Pais e Encarregados de Educação há muito que se perderam no tempo. Muitos só vão às Escolas em altura de Eleições ou de agitação de massas. Era bom saber também quantos dos representantes dos Sindicatos com dispensa de componente lectiva, estão efectivamente a trabalhar na Escola da sua preferência e quantos estão em Escolas afastadas da sua área de residência, representando aquele serviço uma forma de se aproximarem de casa. Quanto a professores sindicalizados, era importante saber quantos o são efectivamente. Quantos pagam as suas quotas. Mas claro que quando se trata de reuniões sindicais nas escolas, nas horas de serviço, sindicalizados e não-sindicalizados, todos têm as suas horas de faltas justificadas.
Parece também que muitos jornais e outros órgãos de comunicação social, confudem professores com licenciados que procuram ser professores. Isto é muito claro sobretudo na altura dos concursos anuais. Professor é aquele que tem um vínculo contratual plurianual com o Ministério da Educação. A grande maioria dos que concorrem (e que depois são o grosso dos manifestantes) são candidatos a professores que não têm qualquer vínculo com o Ministério e que portanto o Ministério não tem qualquer responsabilidade com eles. E, no entanto, todos se dizem professores o que não corresponde minimamente à verdade. Não há nenhum professor com direito a utilizar essa designação que não seja colocado. Os outros são candidatos a professores. Independentemente de durante mais ou menos tempo terem trabalhado no Ensino. O que aconteceu foi que durante um certo tempo o Ministèrio precisou de mais uns quantos, contratou quem concorreu e sabia ao que ía. Prestaram um serviço, o Ministério pagou-lhes por isso, e ponto final.
Em que país do Mundo uma pessoa só por tirar uma licenciatura tem direito a garantia de emprego? Em que país do Mundo uma pessoa que trabalhou algum tempo para uma empresa sem vínculo definitivo, tem direito a ser readmitido naquela ou noutra empresa afim?
Porque é que os licenciados em ensino terão que ter direito a um contrato definitivo e os licenciados em saúde, ou direito, ou mecânica, ou comunicação social, não têm o mesmo direito?
Nem os professores são coitadinhos, nem o Ministério da Educação é o Diabo. Acho que seria bom que se repensassem os qrgumentos desta classe, que tanto tem de dignidade e de valor, para em conjunto, professores (os que de facto o são), alunos, Pais e encarregados de Educação, conjuntamente com o Ministério e comunidades regionais, poderem partir para uma discussão do que deverá ser feito a fim de melhorar a qualidade do nosso ensino, visando a formação de melhores pessoas para o desenvolvimento do nosso país.
segunda-feira, dezembro 04, 2006

O Meu Lamento
A primeira notícia que recebi esta manhã foi a da morte do Jorge Leitão, de seu nome completo Jorge Manuel Leitão Ribeiro. Meu parente afastado, meu amigo, meu aluno dos tempos idos da Escola Comercial e Industrial de Peniche.
Recordo a sua última turma com que trabalhei em 1974/1975. O 6º U, do Curso Noturno de Aperfeiçoamento de Electromecânico. Ele, o Rui Garcêz, o Zé Antunes, o Tó Zé Petinga e o Francisco Lúcio. Um grupinho e tanto. é desse tempo e da sua caderneta da época a foto que se publica.
O Jorge sofreu imenso durante todo o período em que se desenvolveu a doença que o haveria de vitimar. è um lugar comum dizer que não merewcia ter sofrido tanto e que era um bom rapaz. Pois que o seja. O Jorge merecia ter sido mais feliz do que foi.
À família enlutada e muito particularmente ao filho um grande abraço de condolências.
A gente encontra-se por aí Jorge... Até sempre!
domingo, dezembro 03, 2006

NOTAS DISPERSAS
1.
Os meus últimos dias foram passados a instalar o Natal em minha casa. O meu presépio, o presépio da minha mulher (que cá em casa cada um tem o seu presépio próprio), a árvore de Natal e todos os sinais exteriores comuns numa casa de família.
Cá por mim gosto do Natal.Ainda que hoje se tenha constituído uma moda consumista tão gasta como não gostar dele e dizer que era bom é que fosse todos os dias. Sabe-me bem a fruição dos presentes que dou e recebo.
Faz-me bem ver o ar feliz de tanta e tanta gente...
Eu sei que tudo isto é um pequeno momento. Seja lá porque razão for, penso cada vez mais que a vida vale a pena ser vivida ainda que seja só para saborear estes pequenos momentos.
Deixo aqui os meus votos de um Natal muito Feliz e de um Ano Novo de 2007, pleno de coisas boas a todos quantos aqui me lerem. Muito particularmente deixo um terno e quente abraço à minha sobrinha Joana e ao marido Miguel que vão ser pais pela primeira vez. Que este Natal vos faça tão felizes, como já a todos nós nos deram uma Alegria tão grande.
2. As notícias chovem de todos os lados: Existe uma paranóia instalada com a morte de um ex-espião do KGB opositor do Presidente Russo Putin, utilizando como método uma substância radioativa o polónio. Neste embróglio o que me incomoda mais é a atitude dos dirigentes ocidentaís. Por suspeitas muito menos crediveis e graves tem sido ostracizado o regime cubano, como já o foram o norte-coreano, o iraniano, o sírio e o líbio. No entanto as coisas mudaram. Os nossos inimigos de ontem saõ os nossos amigos de hoje que hão-de ser outra vez nossos inimigos de amanhã e assim sucessivamente. Só depende do lado que soprar o Deus "Dinheiro", e o seu fiel amigo o "Poder económico". O eventual
"mandante do crime" o senhor Putin até foi convidado para apagar as velas da festa de aniversário do senhor Presidente Francês, num intervalo de uma sessão amigável da NATO. (Que antigamente se chamava Organização do Tratado do Atlâncito Norte). Mas isso era antigamente. Agora parece mais uma Organização de Tratantes Anti-Natura.
3. O Fidel de Castro parece que já era.
4. O Papa foi à Turquia pedir perdão por se ter esquecido que era Papa e dizer em público o que passa a vida a dizer em privado.
5. O Glorioso ganhou aos lagartos
6. 2007 é o ano em que em Portugal é decretado que é um privilégio ter nascido deficiente. (Pelo menos é o que diz o Orçamento de Estado).