sábado, dezembro 16, 2006

NATAL PENICHEIRO 2006
Num destes dias em que fui dar uma volta com a minha mulher, assisti a um espectáculo insólito que não resisto a contar-vos: As ruas engalanadas já com um Natal que se deseja promissor; as pessoas circulam com ar de quem tem de lidar com as inevitáveis prendas; crianças deambulam com a certeza de quem sabe que ganhou a batalha entre o que querem e o que lhes pretendem impingir;
numa montra de um estabelecimento duma concorrida rua comercial desta nossa pretenciosa cidade, afadingam-se a proprietária e as amigas para tirar o melhor partido das suas sugestões de vendas para um Natal que tarda a converter-se em euros.
De repente saiem duas das amigas do estabelecimento e vão até à rua sugerindo algumas alterações na disposição dos artigos sugeridos. A dona de estabelecimento e decoradora improvisada, de mão na anca vai olhando e retocando. A certa altura pára nos retoques e a mão que ajeita os artigos vai à cara e um dedo afunda-se numa fossa nasal. Eu, a minha mulher, e dois turistas acidentais paramos com o inesperado. Aguardamos... Até que entre o indicador e o polegar sai triunfalmente o que adivinhamos ser um "macaco" teimoso. Rola entre os dois dedos traquinas e atrevido, até que com um gesto mais largo e decidido é deixado cair rapidamente entre o chão da montra, coberto de neve e luzes artificiais.
Esboçam um sorriso os turistas. Dou com mais carinho a mão à minha mulher e vejo mais uma tentativa da Associação Comercial de animar o nosso Natal com vendas, ser traída por aquele macaco traiçoeiro. Que jaz até hoje na montra aguardando nova campanha. Ainda se uma varejeira o levasse paro o ninho...

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