quarta-feira, dezembro 06, 2006

GUERRA À MINISTRA
Um sector que pessoalmente não considero muito significativo, tem desenvolvido uma guerra sem quartel à Ministra da Educação, aproveitando-se para isso da luta de audiências nos Jornais dos canais televisivos, e da imaturidade e incompetência na matéria de alguns jornalistas estagiários nomeados para cobrirem manifestações de eventuais professores.
Os Sindicatos de professores que conhecem bem a vontade de protagonismo de um largo sector da população, organizam a manifestação dos "afonsinhos" contra a Direcção Regional de Educação que não pinta e Escola de azul, telefona para o canal X, a informar que daí a 8 dias a Escola vai ser encerrada a cadeado pelos pais e alunos do 1º Ciclo. O canal televisivo com tempo prepara a logística, e no dia em questão lá está a cobrir a manifestação expontânea de pais e educadores contra o Ministério autista e a Ministra prepotente.
Alguns dos dirigentes sindicais há mais de 15 anos que não trabalham numa escola. Antes disso também desempenharam funções em cargos de chefia. Contacto com alunos, Pais e Encarregados de Educação há muito que se perderam no tempo. Muitos só vão às Escolas em altura de Eleições ou de agitação de massas. Era bom saber também quantos dos representantes dos Sindicatos com dispensa de componente lectiva, estão efectivamente a trabalhar na Escola da sua preferência e quantos estão em Escolas afastadas da sua área de residência, representando aquele serviço uma forma de se aproximarem de casa. Quanto a professores sindicalizados, era importante saber quantos o são efectivamente. Quantos pagam as suas quotas. Mas claro que quando se trata de reuniões sindicais nas escolas, nas horas de serviço, sindicalizados e não-sindicalizados, todos têm as suas horas de faltas justificadas.
Parece também que muitos jornais e outros órgãos de comunicação social, confudem professores com licenciados que procuram ser professores. Isto é muito claro sobretudo na altura dos concursos anuais. Professor é aquele que tem um vínculo contratual plurianual com o Ministério da Educação. A grande maioria dos que concorrem (e que depois são o grosso dos manifestantes) são candidatos a professores que não têm qualquer vínculo com o Ministério e que portanto o Ministério não tem qualquer responsabilidade com eles. E, no entanto, todos se dizem professores o que não corresponde minimamente à verdade. Não há nenhum professor com direito a utilizar essa designação que não seja colocado. Os outros são candidatos a professores. Independentemente de durante mais ou menos tempo terem trabalhado no Ensino. O que aconteceu foi que durante um certo tempo o Ministèrio precisou de mais uns quantos, contratou quem concorreu e sabia ao que ía. Prestaram um serviço, o Ministério pagou-lhes por isso, e ponto final.
Em que país do Mundo uma pessoa só por tirar uma licenciatura tem direito a garantia de emprego? Em que país do Mundo uma pessoa que trabalhou algum tempo para uma empresa sem vínculo definitivo, tem direito a ser readmitido naquela ou noutra empresa afim?
Porque é que os licenciados em ensino terão que ter direito a um contrato definitivo e os licenciados em saúde, ou direito, ou mecânica, ou comunicação social, não têm o mesmo direito?
Nem os professores são coitadinhos, nem o Ministério da Educação é o Diabo. Acho que seria bom que se repensassem os qrgumentos desta classe, que tanto tem de dignidade e de valor, para em conjunto, professores (os que de facto o são), alunos, Pais e encarregados de Educação, conjuntamente com o Ministério e comunidades regionais, poderem partir para uma discussão do que deverá ser feito a fim de melhorar a qualidade do nosso ensino, visando a formação de melhores pessoas para o desenvolvimento do nosso país.

2 comentários:

Goretti disse...

Aconselho a leitura muito atenta do (ainda em vigor) ECD, no que respeita à obrigação do ME na abertura de vagas para quadro...
Já agora, acho que não estarei errada em referir que ao fim de x anos de contrato se passa ao quadro... Aqueles a quem chama qualquer coisa como aspirantes a professores trabalham com contratos, não a recibo verde...
Só há bem pouco tempo é que os Professores (com letra grande) têm direito a subsídio de desemprego... Direito que assiste há muito a qualquer trabalhador... Relembro que os professores do Ensino Superior ainda não têm esse direito...
Se quer uma discussão séria, como refere no seu post, deverá informar-se primeiro do que se tem vindo a passar...
Cumprimentos

Anónimo disse...

muitissimo obrigado sr doutor Zé cá estaremos...