23 de ABRIL – DIA MUNDIAL DO LIVRO
Quando fui nomeado Presidente da Comissão Instaladora da Escola EB – 2,3 de Atouguia da Baleia, recebi um edifício novo com condições magníficas, muito papel em branco, mobiliário a chegar diariamente e pessoas que ali iriam trabalhar.
Uma das coisas que mais me incomodou, foi que tendo recebido um espaço destinado a Biblioteca com estantes, mesas e cadeiras, não recebi um único livro para colocar lá dentro. Isto na década de 90, prestes a entrarmos no século XXI.
Quero com isto dizer que celebrar o Dia Mundial do Livro num País em que a política Educativa não contempla uma Biblioteca mínima de saberes para uma escola que abre de novo é um indicador claro do que pensa o estado português sobre o Livro e a Leitura.
Ainda hoje, quando tanto se fala em Novas Tecnologias, em computadores para todos, em banda larga e quejandos, continua a não haver uma Biblioteca mínima que confira a todas as crianças e jovens a mesma possibilidade de terem acesso aos conteúdos de leitura essenciais para a Formação Integral dos cidadãos Portugueses.
100 Livros para a cidadania, não me parecem um esforço económico tão grande assim para o Estado Português. E pelo menos os nossos jovens teriam a possibilidade de pelo menos passar os olhos pela lombada de livros que ajudaram a formar o pensamento português.
É claro que todas as escolas acabam por conseguir a sua biblioteca própria. Mas que garantias existem de que há um tronco comum a ligar o todo nacional? A melhor celebração que poderia ser feita vai faltar hoje, como faltou sempre.
Por mim deixo a quem me ler aqui e tendo já passado a fase do desencanto, uma sugestão de compra para um livro importante para o conhecimento do pensamento do século XXI. Refiro-me a “O HOMEM SEM QUALIDADES” de Robert Musil editado pela Dom Quixote. Tornem este livro um livro de cabeceira e de férias. Não se arrependerão.
E VIVA O LIVRO!
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