quinta-feira, abril 17, 2008

CAIXINHAS DA MINHA AVÓ
Tenho a felicidade de ter tido avós e pais com um grande e apurado sentido de memória e de recordações. Tudo o que representou de alguma forma prazeres nas suas vidas, foi guardado com carinho ao longo dos anos.
E, apesar de muitas terem sido as mudanças de casa entre a Rua Joaquim António de Aguiar, Trav. Garrett e Praça Jacob nunca foram consideradas supérfluas as memórias que nos tornaram uma família.
Quando percorro aos baús onde guardo essas memórias, vou encontrar coisas que me reavivam o meu ser criança, os espaços em que fui criado, os rostos dos meus familiares. Tento passar essa mensagem à minha filha. Para que ela conheça a herança que vale a pena. Aquela que nos torna seres humanos. Aquela que podemos transmitir de geração em geração e nos dá uma riqueza incalculável.
Desta vez foram as caixas da minha avó que me soltaram as memórias.
Antes que tudo os cheiros. Os perfumes Nally, os talcos Ausonia e aquele pó (Maderas do Oriente) que com uma borla se aplicava na cara, conferindo às senhoras aquele ar pálido tornando-as em figuras etéreas.Os pós Tokalon e Aline e os sabonetes Claus que hoje se tornaram objectos de Luxo em Nova York, Londres e Paris.Depois as caixas de Palitos Coimbra e do restaurante Bonjardim em Lisboa, memórias de passeios com o meu pai e o meu avô por esse país fora. O meu avô e os seus bigodes carinhosos. A sua enorme barriga.Estas caixas que guardo com carinho, são a marca de um tempo que guardo. Bem hajam os que as conservaram e que assim se prolongam em mim para lá do tempo.

1 comentário:

Afonso disse...

Bom dia
Estou a recolher produtos da antiga fabrica Claus para o museu da Ach Brito. Gostaria de saber se ainda possui a caixa que está na foto.
Obrigado