terça-feira, junho 08, 2010

DESCULPAS ACEITES
Não sou um adepto muito fervoroso do hábito judaico-cristão de justificação sistemática dos actos praticados. Vou a passar num sítio e piso alguém inadvertidamente claro que devo pedir desculpas e se for caso disso justificar-me-ei pela dor infringida a outrem.
Mas quando toca a uma atitude que se toma em função de determinados pressupostos que se têm por válidos, não acredito em pedidos de desculpas ou em justificações à posteriori.
Se errarmos nas nossas atitudes o tempo vai permitir que se produza a correcção. Os nossos amigos, aqueles que o são mesmo, não se ofenderão porque estão sempre ao nosso lado em todas as circunstâncias. E com toda a cordialidade que a amizade proporciona discutirão connosco o que não compreendem os aceitam. Se eu sou capaz de dizer “e julgava eu que ele é meu amigo” a propósito de uma qualquer atitude de alguém, é porque esse alguém de facto, nunca contou muito para mim. Se fosse amigo nunca qualquer atitude sua me teria atingido menos agradavelmente.
As justificações são uma atitude serôdia de quem diz e depois se arrepende do que disse. E tem de justificar o que disse ou o que fez porque receia as consequências dos seus actos. Para isto nada melhor que uma confissão bem feita. Limpa a alma, lava os pecados e permiti-nos seguir em frente como se nada tivesse acontecido. Não sou capaz de viver assim.
Gosto que as minhas atitudes tenham consequências. E gosto de as assumir.

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