ALEXANDRE HERCULANO (de Carvalho e Araújo)
Alexandre Herculano nasceu no Pátio do Gil, à Rua de São Bento, em 28 de Março de 1810 numa modesta família de origem popular; a mãe, Maria do Carmo de São Boaventura, filha e neta de pedreiros da Casa Real; o pai, Teodoro Cândido de Araújo, era funcionário da Junta dos Juros (Junta do Crédito Público). Na sua infância e adolescência não pode ter deixado de ser profundamente marcado pelos dramáticos acontecimentos da sua época: as invasões francesas, o domínio inglês e o influxo das ideias liberais, vindas sobretudo da França, que conduziriam à Revolução de 1820. Até aos 15 anos frequentou o Colégio dos Padres Oratorianos de S. Filipe de Néry, então instalados no Convento das Necessidades em Lisboa, onde recebeu uma formação de índole essencialmente clássica, mas aberta às novas ideias científicas. Impedido de prosseguir estudos universitários (o pai cegou em 1827, ficando impossibilitado de prover ao sustento da família) ficou disponível para adquirir uma sólida formação literária que passou pelo estudo de inglês, francês, italiano e alemão, línguas que foram decisivas para a sua obra literária. (in Wikipédia) 200 anos após o nascimento deste insigne filho de Portugal, são praticamente raras as memórias que nos assaltam sobre o seu papel na política, na História e na Literatura Portuguesas. Para as escolas está a passar em claro esta efeméride, como na mairia delas irá passar em claro o Centenário da República.
Os imbecis admiram-se de que o nosso país esteja na bancarrota económica. Há muito que se faz sentir a bancarrota cultural. Perguntem à grande maioria dos nossos licenciados quem foi Alexandre Herculano. Para além de responderem que é nome de rua, pouco mais saberão. E é sabido que um país sem passado já hipotecou o futuro. Para quem hoje teima em fazer festas ao 25 de Abril, seria bom que repensassem a sua própria atitude face ao desenvolvimento das culturas de Telenovelas e das Feiras, Festas e Romarias que podem atrair e encher a de ar a barriga ao “meu povo”, mas que rapidamente conduzirão a uma vida subalimentada.
Retomando Alexandre Herculano, quero em jeito de Homenagem pelos 200 anos do seu nascimento suscitar aqui a vossa atenção para a sua vertente de Historiador. Esta sua faceta talvez a menos conhecida junto das pessoas em geral tem para mim uma importância fundamental, porque me ajudou a solidificar a ideia que tenho de Portugal.
Aos que me lerem proponho a aquisição e leitura de uma das suas obras mais notáveis: “HISTÓRIA DA ORIGEM E ESTABELECIMENTO DA INQUISIÇÃO EM PORTUGAL” que pode ser lida gratuitamente no site da Biblioteca Nacional de Portugal (BNP) – Biblioteca Digital ou em papel adquirindo a edição da Livraria Bertrand.
Não é um livro que se leia de um fôlego. Mas é um livro que nos ajuda a compreender muito do que nos foi acontecendo como Nação e portanto, merece ser digerido.
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