PAULO NOZOLINO – A COERÊNCIA
É um fotógrafo que foi distinguido com um prémio que lhe foi atribuído pela Associação Internacional de Críticos de Arte/Ministério da Cultura (AICA/MC) em 2009.
Por não concordar com uma taxa de 10% de IRS que foi aplicada ao prémio (10.000€), recusou-o com as seguintes palavras:
“Não vou permitir ser aproveitado por um Ministério da Cultura ao qual nunca pedi nada. Recuso a penhora do meu nome e obra com estas perversas condições. Devolvo o Diploma à AICA, rejeito o dinheiro do Estado e exijo não constar do historial deste prémio”.
Quando ouvimos tantos críticos manifestarem-se, é raro haver quem seja coerente com o que critica. Quantos de nós seriam capazes de recusar um valor daqueles, por considerar menos próprio o Estado estar a dar um prémio com uma mão e estar a sonegar parte do mesmo prémio com a outra mão.
“No e-mail dos serviços administrativos da Direcção-Geral das Artes, era-lhe pedido que preenchesse uma nota de honorários e exigido que apresentasse certidões da situação contributiva, para a Segurança Social, e tributária, junto das Finanças. Só assim seria feita a transferência”.
Ouvimos e lemos muita gente dar opiniões sobre o que considera errado. Mas poucos são aqueles que assumem até ao fim o peso das suas próprias palavras. Quem o faz é credor do nosso respeito e da nossa admiração. Os outros, os que passam a vida a dizer que se deve fazer “assim” e não ser “assado” e nunca fizeram nada na vida nem por si próprios, esses, não valem o tempo que perdemos com eles.
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