O CARIMBO Cena I
Eu estava a falar com um amigo e a funcionária única de uma empresa de Peniche. Pelos vidros da porta de entrada vimos aproximar-se um jovem muito queimado do sol, de boné, calções e t-sjhirt. O ar do jovem era o de quem vai ali fazer qualquer coisa e a seguir vai para a praia, o único lugar onde apetecia estar naquela tarde ensolarada. Dirige-se à funcionária e pergunta-lhe com aquele ar de quem sabe a resposta que quer e que a resposta vai coincidir com o que quer ouvir. Diz: “-Desculpe… Precisam de empregados? (e sem esperar pela resposta remata) Se não precisa podia por aqui o carimbo?”
Cena II
Eu estava num estabelecimento comercial quando entrou uma rapariga com uns 30 anos acompanhada pela mãe. O estabelecimento comercial com uns 20 m2 de espaço útil, é por demais evidente que não tem mais funcionários que os dois que ali se encontravam atrás do balcão. A rapariga muito queimada pelo sol e a mãe encostam-se ao balcão e ela diz para o proprietário: “Ponha-me aqui o carimbo. Aqui tenho eu de andar com esta fantochada. Mas eles querem assim…” Assim eu lhe puseram o carimbo agradeceu e saiu dali rapidamente, não fosse o diabo tecê-las. A mãe esboçou um sorriso e saiu como entrou, calada.
Não suporto o Paulinho das feiras com toda a dose de demagogia que ele representa, mas lá que isto dos carimbos a dizer que o desempregado A, foi ao local de trabalho B, e porque não existe emprego para ele, com um carimbo se prova que o coitadinho não trabalha porque isto está mal, lá que isto como ia dizendo a outra, é uma grande fantochada é verdade.
E no entanto o assunto é tão fácil de resolver:
Tiram-se por área de residência mensalmente, 10 desempregado à sorte. Verifica-se os locais onde foram. E se forem locais onde ninguém pode ser admitido por razões suficientemente justificáveis, anula-se o subsídio de desemprego e num ápice os trabalhadores desempregados e honestos ganham outra credibilidade.
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