HORROR!!!
(A minha homenagem ao Campo do Baluarte)Levantem-se os mortos das suas sepulturas e povoem as noites de Peniche. Centenas de milhares dos nossos antepassados revoltam-se nas covas perante a destruição de anos de suor e alegrias. Caíram os muros mas não a alma que encerram. Gerações sucessivas fruíram do teu espaço e cresceram tornando-se pessoas melhores. As velhas palmeiras onde tantos de nós se abrigaram da chuva...
O Ludgero Gonçalves arranha o espaço que o envolve num assomo de impotência. O Dr. Ernesto Moreira convida à reflexão e é dificilmente ouvido por entre os urros guturais que ecoam nas muralhas do Baluarte.
Milhares que ao Domingo circulavam pela Prageira em direcção ao seu tempo de expurgar a agonia dos dias de pesca sofridos, vagueiam agora num espaço que já não é seu.
O portão de Peniche de Cima já não vê passar as multidões que enchem as tabernas e refrescam as gargantas que hão-de gritar impropérios num tempo em estar junto só ali era possível.
Chovem as pedras que hão-de dizer aos que aqui vêem que dentro do Baluarte mandam os que cá estão. Torres e Caldas são um bom pretexto para que os fígados excluam uns copos mal bebidos.
Pai acalma-te. Acalme-se sr. Zé Labiza. Os carnavais já não vão ter versos do Hermano Frazão glorificando jogadores do GDP e as memórias do velhinho campo do Baluarte.
Assim Peniche muda de feição sem botox nem lipoaspiração. Sacrificar-se-à um passado já atenuado por recordações que só são suportadas pelas memórias dos que morreram.
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